Ano: 2020

  • Dia Mundial da Fotografia

    Dia Mundial da Fotografia

    Fizemos uma curadoria de lives para te contar como foi comemorado o Dia Mundial da Fotografia nas redes sociais.

    Já imaginou um mundo sem câmeras?

    Isto, felizmente, não é uma realidade e, por isso, nesta quarta-feira (19/08) foi comemorado o Dia Mundial da Fotografia, data que marca a apresentação no Instituto de França de um dos aparelhos, o Daguerreótipo, que possibilitou que o mundo desfrutasse desse processo mágico que resulta ao mesmo tempo em registro e arte e que é uma maneira que nós do Cultura Fotográfica encontramos para nos expressar. Dessa forma, resolvemos estender nossas homenagens à essa nossa paixão por toda a semana, com posts especiais sobre o assunto, mas não deixamos de prestigiar outros blogs, canais e perfis de Instagram que também comemoraram a data, produzindo ótimos conteúdos que compartilharemos agora com vocês. Cada membro de nossa equipe escolheu uma das lives que assistiu nesta semana para compartilhar com vocês na lista abaixo.

    Imagem de Shutterbug75 por Pixabay

    Ana Carolina – Festival de fotojornalismo de Brasília (Foto BSB) – Representações do Feminino na Mídia

    Em uma live de 1 hora de duração no Youtube, Zuleika de Souza mediou uma conversa com a filósofa Marcia Tiburi e a jornalista Daniela Nahass, em que as três discutiram como os meios de comunicação representam a imagem das mulheres, principalmente daquelas em espaços de poder, através da análise de fotos de líderes políticas, em que elas foram retratadas como loucas ou descontroladas. Além de discutir o papel da mulher na sociedade e na política, a live também te faz pensar em como a fotografia contribui para manutenção de estereótipos e preconceitos. 

    Clara: Museu da Fotografia de Fortaleza – A Fotografia e o Labirinto do Teseu

    O Museu da Fotografia de Fortaleza realizou várias atividades que registraram a importância e relevância local do Dia Mundial da Fotografia. As homenagens retrataram as habilidades e a importância no fazer fotográfico produzido por artistas de todo o país.

    A live “A Fotografia e O Labirinto de Teseu”, com o fotógrafo Luiz Santos abordou os caminhos da linguagem fotográfica, desde seu início à fotografia de telefone. A live provocou no público a reflexão sobre a fotografia na contemporaneidade.

    Como uma forma de comemorar a data e celebrar essa maravilhosa arte, o Museu de Fotografia Fortaleza divulgará o resultado do primeiro “Concurso de Fotografia de Celular MFF”. A exposição poderá ser conferida entre os dias 24 a 28 de agosto no perfil do MFF no Instagram.

    Daiane: Festival de Fotojornalismo de Brasília (Foto BSB) – Série Encontros: Ana Carolina Fernandes (RJ) e Walter Firmo (RJ)

    Esta live não tratou do Dia Mundial da Fotografia, mas foi ótimo ter tido a oportunidade de assistir a conversa entre dois fotógrafos que eu adoro e até me fez voltar a ver o lado bom dessa proliferação de eventos online dos últimos meses, a qual, para ser sincera, já se tornou cansativa para mim. O encontro entre Ana Carolina Fernandes e Walter Firmo aconteceu às 21h30min desta quarta-feira e foi possível ver ambos os fotógrafos discutindo e explicando suas próprias obras, contando sobre o trabalho de fotojornalista, examinando os aspectos do jornalismo atual, além de uma prévia do livro que Walter Firmo está escrevendo.

    Kaio: Lives da Revista ZUM

    A revista Zum é uma publicação do Instituto Moreira Salles dedicada integralmente à fotografia. Nesse mês de Agosto, foi lançada uma edição super especial, gratuita e online e para o lançamento, várias lives foram promovidas – a última delas nesse último dia 19, Dia Mundial da Fotografia – explorando alguns dos conteúdos da edição com seus autores e artistas envolvidos. As 4 lives estão disponíveis no canal da revista no youtube, é possível assistir na playlist acima.

    Marcelo: Eduardo Tropia – Live com Roberto Faria

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    Oi, sou o Marcelo e estou aqui para recomendar uma dentre as várias lives que assisti e que gostei muito!!

    Eduardo Tropia durante o mês de agosto, está fazendo em seu perfil do Instagram uma série de lives com fotógrafos de todo Brasil para comemorar o mês da fotografia.

    Uma das lives é com o fotógrafo baiano Roberto Faria, que exalta em suas fotografias a identidade do estado da Bahia, entre outros estados do nordeste do Brasil. Roberto Faria também já fotografou para capas de álbuns de alguns cantores baianos, como  a do álbum Ori de Luiz Caldas.

    Vale a pena conferir a conversa, onde, o fotógrafo convidado comenta sobre uma série de fotos feitas durante todos os anos de profissão.

    Pedro: Eduardo Tropia – Live com Walter Firmo

    Ver essa foto no Instagram

    Uma publicação compartilhada por Eduardo Tropia (@eduardo_tropia) em

    Para comemorar o dia mundial da fotografia, o fotógrafo ouropretano, Eduardo Tropia, convidou Walter Firmo para conversar em uma live no Instagram. Walter, que é um dos grandes nomes da fotografia nacional, comentou sobre algumas de suas fotos, contando desde como elas foram feitas às histórias por trás delas, e falou também um pouco sobre sua história de vida. A live teve um clima descontraído e irreverente, com uma pegada papo de bar. Se você gosta de fotografia, com certeza deveria dar uma olhada nessa excelente conversa.

    Encerramos a semana da fotografia com essa seleção. É muito bom poder compartilhar nossa paixão pela fotografia aqui no blog em qualquer dia do ano, mas foi mais especial nesta semana. Por essa razão, tentamos transmitir o carinho que temos por fotografar, ver fotografias ou apenas ouvir falar sobre. Esperamos que tenhamos alcançado nosso objetivo.

    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhece

    Como citar essa postagem

    COSTA, Clara. Dia Mundial da Fotografia. Cultura Fotográfica. Publicado em: 21 de ago. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/dia-mundial-da-fotografia/. Acessado em: [informar data].

  • Fotos que nos inspiram: Dia mundial da fotografia

    Hoje é o dia Mundial da Fotografia,  e também completamos 100 publicações, por isso o Cultura Fotográfica, preparou uma #galeria um pouco diferente, com fotos que nos inspiram. Confira!

    Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851). Litografia / Acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos

    No dia 19 de agosto comemora-se em todo o mundo, o dia mundial da fotografia. A escolha da data, para celebrar as diversas possibilidades de concepção dessa arte, é uma homenagem à invenção do daguerreótipo. Aparelho precursor das câmeras fotográficas, desenvolvido pelo francês Louis Daguerre, em 1837, tendo como base os estudos de Joseph Niépce, criador do héliographie, anos antes.  O motivo de escolha desta data, é que em 19 de agosto de 1839, a Academia Francesa de Ciências patenteou e noticiou em todo o mundo esta nova invenção. No mesmo ano em que o daguerreótipo ganhou fama, foi desenvolvido o calótipo, uma outra técnica de captura de imagens, elaborado por William Fox Talbot. E devido às notáveis invenções, o ano de 1839 foi aclamado como o ano referência da invenção da fotografia.
    Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851). Litografia / Acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos

    E é por isso, que hoje decidimos homenagear esse dia de um modo bastante subjetivo. Todo mundo já se viu, impressionado ou impactado por uma imagem, não é mesmo?  Afinal, pela fotografia contamos histórias, paralisamos um breve momento e internalizamos nela a arte. Por isso, nossa equipe optou em realizar essa manifestação em conjunto. Foi proposto a nossa equipe, que cada um escolhesse uma fotografia que de algum modo lhe cause algum sentimento e fizesse um pequeno relato sobre a importância ou significado da imagem para ela.

    E então, sem mais delongas, confira essa seleção de imagens!

    Quatro homens negros trabalhando em condições precárias, sobre todas de madeiras fixadas nas paredes de pedra, amarradas por cordas e grossas correntes.
     Marc Ferrez, escravos em mina subterrânea,1888

    Tenho uma forte ligação afetiva e familiar com Passagem de Mariana, um dos distritos da cidade de Mariana, Minas Gerais. Nele, existe a Mina da Passagem, uma das maiores minas subterrâneas abertas a visitação no estado, local onde foi tirada a fotografia. Fico imaginando quem seriam esses escravizados trabalhando na mina. Será que eram meus antepassados? Perguntas que permeiam por minha mente e trazem um misto de sensações. (Marcelo Gonçalves
    Uma mulher vestida com roupas de aviadora do anos 40 olha para o céu enquanto aviões passam.
    Nickolas Murray – Soldiers of the Sky, 1940

    Comprei recentemente o livro “The Photography Book” e fiquei fascinada por esta fotografia de Nickolas Murray cujos aviões inicialmente me roubaram a atenção por seu aspecto irreal, como se eles, as nuvens e tudo acima da mulher tivessem sido pintados no teto de um estúdio. A quantidade e a altura a que voam pode ser inimaginável para quem nunca viveu o contexto de guerra. Depois de alguns dias voltando ao livro, porém, comecei a reparar na aviadora que, com sua maquiagem intacta em uma beleza e juventude eternizadas, me remeteu ao glamour hollywoodiano da época. Assim, objetos tão diferentes como os aviões e o batom vermelho da aviadora passaram a ter uma conexão na minha mente, porque separados eles comporiam apenas uma fotografia de guerra ou uma fotografia de moda, respectivamente, mas juntos eles se tornaram uma propaganda irrefutável do heroísmo simulado do American Way of Life, me lembrando de que as fotografias transformam realidades em conceitos. (Daiane Maciel)
    A foto retrata uma rua estreita, cercada de prédios altos. No final da rua é possível ver apenas uma luz muito forte. No terceiro andar de um dos prédios pode-se ver uma janela, onde deus mulheres observam o fotógrafo.
    Eugène Atget, Vieille Cour, 22 rue Quincampoix,  1908
    Não sei se  é o fim da pequena ruela, que parece acabar em um infinito, ou se são os olhares curiosos das duas mulheres no segundo andar, mas essa foto me fascina, quando olho para ela me vem na cabeça uma jornada na qual não sei para onde vou, ou algo que contemplo, sem saber ao certo o que é. (Pedro Olavo)

    A foto mostra uma bailarina clássica segurando uma bandeira do Chile,  dançando em frente a veículos da polícia militar.
    María Paz Morales – Bailarina em frente a carros da policia. Marcha no Chile, 25 de outubro.

    Essa foto foi tirada durante os protestos que aconteceram no Chile em Outubro de 2019, quando o povo chileno foi às ruas para cobrar melhores  condições de vida.  A fotógrafa María Paz Morales fotografou Catalina Duarte, uma bailarina do Teatro Municipal de Santiago que, portando uma bandeira chilena, dançou em frente aos carros da polícia no ponto de encontro dos manifestantes. Essa foto me impactou desde o primeiro momento em que a vi, pois mostra a arte como meio de comunicação, de protesto e sensibilização. (Kaio Veloso)

     Temos os quatro integrantes da banda Beatles em cima da cama, em uma guerra de travesseiros.
    Harry Benson, 1964

    Essa foto dos Beatles foi tirada por Harry Benson, um famoso fotógrafo de celebridades, durante uma guerra de travesseiros da banda em um hotel de Paris. Não sei dizer o que exatamente me comove nessa imagem. Se é a simplicidade do momento em si, ou se é ver essa banda, que foi um fenômeno mundial, em um momento tão familiar e amigável. Como uma grande fã do trabalho dos Beatles, acho sempre muito bacana poder ver os músicos em momentos tão descontraídos, diferente da foto da capa do Abbey Road, por exemplo, que é uma foto muito marcante, mas não espontânea. (Clara)
    quatro homens atravessam uma faixa de pedestres em fila indiana.
    Capa do álbum “Abbey Road” (1969) do fotógrafo Iain Macmillan

    Essa capa é uma das fotos mais icônicas do século. Eu adoro a estética retrô das roupas e dos carros e o fato de que é muito fácil recriá-la com seus amigos. E os fãs terem feito teorias da conspiração sobre se Paul McCartney estaria morto e encontrado simbolismos nas roupas que Os Beatles estavam usando só torna a foto mais fascinante para mim. (Ana Carolina)

    Joaquim Riachão, o "cantador do sertão", sentado sobre uma mureta de pedra, em frente à casa, tocando sua flauta.
    Joaquim Riachão, o Contador do Sertão, Chapada da Diamantina, Igatu BA. Zé de Boni, 1988

    Entre registro do instante e a história por trás dos momentos, a fotografia torna-se uma arte que eterniza, registra situações que diz muito sobre a visão do fotógrafo sobre o mundo. Fotografia é arte, mas também um ato político, ela é capaz de recriar experiências vividas e reconta-las a quem as observa. Essa fotográfica ao meu ver tem um ar de abstrato, e ao mesmo tempo te leva imergir na cena. (Joana Rosário)

    Agora é com você! Poste no seu instagram uma fotografia com a tag #fotografiaqueinspiradia19 e vamos eternizar juntos mais um aniversário da fotografia. 

    Referências 

    • Brasiliana Fotográfica
    • Enciclopédia Itau cultural
    • MENINO e Rodinha. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. 
      ISBN: 978-85-7979-060-7 Acesso em: 18 de Ago. 2020. Verbete da Enciclopédia.  Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra65453/menino-e-rodinha>. 
  • O daguerreótipo e o início da fotografia

    O daguerreótipo e o início da fotografia

    O daguerreótipo foi um dos primeiros processos fotográficos, e o principal responsável pela popularização da fotografia.

    Há quase 200 anos atrás Nicéphore Niépce e Louis Daguerre foram responsáveis por criar um método para fixar imagens luminosas quando essas eram expostas em superfícies fotossensíveis, o daguerreótipo, que difundiu a fotografia nas classes mais ricas da sociedade.

    Na foto temos como objeto principal uma bicicleta moderna, apoiada em uma vaso branco  no qual cresce uma planta sem nenhuma folha e com galhos tortos. A foto tem uma paleta de cores limitada, predomi-se o marrom e o preto, devido a técnica empregada em sua composição.
    Foto de Francisco Moreira da Costa; Sem Título; 2010

    Em 1826 Nicéphore Niépce produziu o que hoje é considerada a primeira foto da história. Ele a fez através de um processo batizado de heliografia, que consistia na projeção de uma imagem luminosa, através de uma câmara obscura, sobre uma placa de vidro revestida com betume da judeia atenuado com óleo animal.

    Seu método ainda não era capaz de produzir imagens com nitidez, e o tempo de exposição era muito longo. Com o intuito de aperfeiçoar sua invenção Niépce uniu forças com outro inventor francês, Louis Daguerre. Os dois trabalharam juntos até a morte de Niépce em 1833.

    Pouco depois da morte de seu colega Daguerre apresentou a versão melhorada da heliografia, que ele batizou de daguerreótipo, na academia Francesa de Ciências. O novo processo consistia em expor placas de prata em vapores de cristais de iodo, que produzia uma fina camada de iodeto de prata. Para imagens mais nítidas também era necessário uma longa exposição, mas Daguerre descobriu que poderia fazer exposições mais curtas se depois colocasse a placa em contato com  vapores de mercúrio. Desse modo, seu processo entregava imagens mais nítidas e com mais rapidez.

    Ainda hoje existem fotógrafos que usam o daguerreótipo para fazer suas fotos. Esse é o caso de Francisco Moreira da Costa, que começou a estudar esse processo em 1996 através de documentos históricos que ensinavam a reproduzir essa técnica. Hoje ele cria seus daguerreótipos de uma maneira ligeiramente diferente da original, pois essa exigia o manuseio de substâncias extremamente nocivas para a saúde.

    A foto possui uma composição bem simples que se resume a uma abacaxi no centro da imagem com a coroa inclinada para a esquerda. Na foto predominam tons em sépia.
    Foto de Francisco Moreira da Costa; Sem Título; 2016

    A imagem acima é um dos daguerreótipos de Francisco que foram expostos em 2016 na exposição Tempo Improvável, no Rio de Janeiro. A foto por mais que tenha uma composição extremamente simples não deixa de chamar a atenção. Nela predominam os tons em sépia, provavelmente por causa do enxofre usado na produção do daguerreótipo. No centro vemos um abacaxi, e em toda a sua volta vemos as manchas causadas pelos processo de produção da imagem, que na foto original mudam de tom conforme o ângulo com que se olha.

    Vale a pena lembrar que por mais que o daguerreótipo tenha sido um dos principais processos a difundir a fotografia como uma técnica viável, ele não foi o único naquela época. Junto com Niépce e Daguerre muitos outros inventores também buscavam criar técnicas fotográficas, como por exemplo  o suíço-brasileiro Hércules Florence que começou seu estudo com o nitrato de prata em 1833, e foi o primeiro a usar o termo “photographie”.

    Gostou da história dos pioneiros da fotografia, ou dos daguerreótipos de Francisco? Deixa aqui nos comentários as suas impressões! E não se esqueça de seguir a nossa página no Instagram para mais conteúdos como esse!

  • O Fotógrafo de Mauthausen

    O Fotógrafo de Mauthausen

    Baseado em fatos reais, o filme narra o esforço de Francesc Boix e seus companheiros em preservar as fotografias do campo de concentração de Mauthausen.

    O Fotógrafo de Mauthausen, dirigido por Mar Targona, é um filme baseado em fatos reais que conta a história do fotógrafo espanhol Francesc Boix, preso no campo de concentração de Mauthausen na Segunda Guerra Mundial. Pensando em sua sobrevivência, ele se torna o auxiliar do fotógrafo do lugar, tirando fotos dos prisioneiros e das barbaridades que aconteciam por lá.

    Na parte inferior central do cartaz pode-se ler o titulo do filme, acimo do titulo há um homem com os cabelos raspados se vestindo com uma roupa listrada olhando para baixo.
    Poster do filme “O Fotógrafo de Mauthausen”

    Tudo era registrado, de retratos comuns dos prisioneiros a corpos empilhados, bem como os métodos de tortura e toda a barbárie do regime nazista. As pessoas eram objetificadas nas fotografias, esse ato de fotografá-las era mais uma violência praticada pelos nazistas.

    Ao saber que a guerra estava perdida, ele recebeu ordens de destruir todos os arquivos e registros do lugar. Assim, Boix decide esconder alguns dos negativos, para ter provas de que tudo aquilo tinha de fato acontecido e conseguir contribuir com a condenação dos nazistas no futuro.

    Com a ajuda de alguns companheiros, ele arrisca a vida para esconder esses negativos e, quando a guerra finalmente acaba e os nazistas fogem, ele junta todos eles e se reune com as pessoas que o ajudaram. Francesc Boix é conhecido como o homem que ajudou a comprovar o Holocausto.

     Cena do filme “O Fotógrafo de Mauthausen”

    Esse filme é completamente impactante, mostrando a garra e a vontade de sobreviver daqueles que eram obrigados a trabalhar até a exaustão diariamente em um dos momentos mais desumanos da nossa história. Em uma cena vemos Boix disposto a fugir dentro de uma caixa para tornar público tudo o que acontecia em Mauthausen, e como ele perde o controle depois que seu amigo é enforcado e seu superior quer revelar fotos do momento de sua morte.

    A fotografia é de suma importância nesse filme, porque é através dela que são registrados todos os momentos vividos por todos naquele campo de concentração. A importância de Boix nessa história foi perceber a importância desses registros e preservá-los, conseguindo provar no futuro que todos os crimes foram de fato cometidos durante o Holocausto pelos nazistas.

    E você, o que achou desse filme? Conta pra gente nos comentários da postagem!

    Como citar essa postagem

    COSTA, Clara. O fotógrafo de Mauthausen. Cultura Fotográfica. Publicado em: 14 de ago. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/o-fotografo-de-mauthausen/. Acessado em: [informar data].

  • Diane Arbus

    Diane Arbus

    Conhecida por suas imagens em preto e branco, Diane Arbus construiu suas obras com imagens de pessoas dadas como “incomuns” da sociedade.

    Diane Arbus nasceu em Nova York, em 1923, em uma família de classe alta judia, sendo a segunda de três filhos. Casou-se muito cedo, com o fotógrafo Allan Arbus, com quem aprendeu a gostar de fotografia e começou uma agência, que rendeu diversos trabalhos publicados em grandes revistas de moda e publicidade.

    Foto em preto e branco, retrata Diane Arbus, uma mulher magra de cabelo curto, segurando sua câmera, com o rosto virado levemente para sua direita
    Diane Arbus, Roz Kelly

    Porém, renunciava as imagens que tais revistas mostravam com uma visão de um mundo quase perfeito. Em 1959, deixa de ser assistente do marido, sai das revistas de moda e passa a fotografar imagens menos convencionais com sua câmera Rolleiflex.

    Movida por suas indagações, a fotógrafa cria sua marca ao registrar pessoas marginalizadas pela sociedade, como: travestis, homossexuais, prostitutas, pessoas com problemas psiquiátricos, com deformações físicas, etc. Sua preocupação nunca foi fazer fotos perfeitas, mas sim com o impacto que tais fotos iriam causar na sociedade. Chegou a fotografar para a “The New York Times Magazine” e outras revistas relevantes da década de 1960.

    Sua carreira decolou, mas em contrapartida, sua vida pessoal estava indo de mal a pior. Acabou se separando do marido e entrou em uma forte depressão.

    No final da década de 1960, Arbus havia construído uma carreira respeitada, passando a ensinar fotografia na Parsons School of Design, na cidade de Nova York, e na Rhode Island School of Design, em Providence, Rhode Island.

    Em 1971, aos 48 anos, Diane Arbus tirou a própria vida, devido a depressão que enfrentou em um grande período de sua existência. Suas fotografias até hoje são reverenciadas por fotógrafos de todo o mundo, virando um grande exemplo, que quebrou vários tabus.

    Confira alguns dos trabalhos da fotógrafa:

    Foto em preto e branco, retratando pessoas com deficiência vestidas de fantasias feitas a mão, com máscaras e varinhas, ao ar livre
    Untitle (49), 1970-71, Diane Arbus
    Foto em preto e branco, de um menino sério, usando terno com alguns broches, segurando uma bandeira dos Estados Unidos, e usando um chapéu feito de canudos
    Boy With a Straw Hat Waiting to March in a Pro-War Parade, 1967
    Foto em preto e branco, com três pessoas. Uma menina de maiô, outra rindo olhando para cima, e a outra de pé, com as mãos apoiadas no chão, olhando para trás
    Untitled (6), 1970-71, Diane Arbus
    Foto em preto e branco, retratando um homem, com rolos no cabelo,  segurando um cigarro na mão olhando para a frente
    A Young Man in Curlers at Homem on West 20th Street, 1966, Diane Arbus
    Foto em preto e branco, mostrando um homem anão, em um quarto sentado na cama, sem camisa, com uma toalha na cintura e um chapéu na cabeça. O homem também tem um bigode e apoia o cotovelo esquerdo na cabeceira da cama enquanto sorri olhando para a frente
    Mexican Dwarf in his Hotel Room, 1970, Diane Arbus
    Foto em preto e branco, retratando um menino com uma camiseta e um macacão, olhando para a frente com uma granada na mão em um parque
    Child with Toy Hand Grenade in Central Park, 1962, Diane Arbus
    Foto em preto e branco, dentro de uma casa, na sala, com um casal idoso, olhando para um homem gigante
    Jewish Giant at Home with his Parents in the Bronx, 1970, Diane Arbus
    Foto em preto e branco, mostrando duas meninas gêmeas, de vestidos iguais e uma tiara na cabeça. A da direita sorri, a da esquerda está com o rosto fechado
    Identical Twins, 1967, Diane Arbus
    Foto em preto e branco, retratando um homem nu, em um quarto, com seu órgão genital escondido entre as pernas
    A Naked Man Being a Woman, 1968, Diane Arbus
    Foto em preto e branco, com um homem olhando para a câmera, sem camisa, com o corpo todo tatuado
    Tattooed Man at a Carnival, 1970, Diane Arbus
    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

    Links, Referências e Créditos

    • https://blog.emania.com.br/mulheres-na-fotografia-diane-
    • arbus/https://fhox.com.br/blogs/excentrica-fotografia-de-diane-
    • arbus/https://www.sleek-mag.com/article/diane-arbus-best-photographs/

    Como citar essa postagem

    COSTA, Clara. Diane Arbus. Cultura Fotográfica. Publicado em: 12 de ago. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/galeria-diane-arbus/. Acessado em: [informar data].

     
     

     

  • Cores e círculo cromático

    As cores tem o poder de despertar emoções de diversos tipos nas pessoas. Pode causar tristeza, alegria, alívio. O uso pensado de cores na fotografia é capaz de dar diferentes impressões a uma imagem.

    As cores tem o poder de despertar emoções nas pessoas. Podem acalmar ou  até estimular. Cores fortes, por exemplo, atraem a atenção; o vermelho simboliza fogo e perigo; tons frios, como o azul, tem um efeito relaxante. O uso pensado de cores na fotografia é capaz de dar diferentes impressões a uma imagem.

    Uma muro verde, com um outdoor em cima, fazendo propaganda ao novo Ford Torino, de 1974. Em frente ao muro, há um carro como o da propaganda, encostado na calçada, também num tom esverdeado.
    Sem título, c. 1974 | William Eggleston
    Os tons se complementam ou se chocam. A mistura deles não é uma questão de certo e errado, uma vez que a fotografia é uma forma de arte, mas é fato que algumas cores combinam melhor com outras. A título de exemplo, preto e branco são “cores” neutras, que podem combinar com diversas nuanças sem criar um choque cromático. 
    São muitas combinações possíveis. Como saber? Por meio do círculo cromático. Ele é formado por 12 cores: 3 primárias, 3 secundárias e 6 terciárias. As primárias são o amarelo, o azul e o vermelho. As secundárias são o resultado da combinação das primárias, ou seja, verde, púrpura e laranja. As terciárias, por sua vez, são resultado da combinação entre as primárias e as secundárias. Vale ressaltar que cada raio compreende infinitas nuanças de uma mesma cor.
    o círculo cromático com suas doze cores
    Círculo cromático | Autor desconhecido
    William Eggleston é um fotógrafo americano, natural de Memphis, Tennessee. Foi um dos pioneiros da fotografia de cores, considerado por muitos o “pai” desse gênero.
    uma espécie de estabelecimento em construção na cor rosa, com as paredes internas em amarelo. Do lado de fora, o piso tem quadrados pintados em azul.
    Sem título, c. 1983-86 | William Eggleston
    Na foto acima, podemos ver que ele trabalha com a composição de cores. Com base na triangulação, ele combina azul, rosa e amarelo. São tons claros, que passam um sentimento relaxante para quem observa a imagem.
    Que tal praticar? Pegue sua câmera, tente observar as cores do dia-a-dia com mais atenção e pratique! Compartilhe suas fotos com a gente, usando a tag #fotografetododia!

    Referências

    • HEDGECOE, John. O Novo Manual de Fotografia – o Guia Completo Para Todos Os Formatos. 4ª ed. São Paulo: Senac, 2013.
  • Sobre Fotografia

     É um livro da década de 70 que se encaixa como uma luva nos dias de hoje.

    Susan Sontag foi uma escritora e intelectual norte-americana, nascida em Nova York. Estudou filosofia, teologia e política na Harvard University, EUA, no Saint Anne’s College, Oxford, ambos na Inglaterra, e na Universidade de Paris, além de ter sido uma importante ativista dos direitos humanos. Organizou campanhas a favor de escritores presos ou censurados, e foi presidente de uma organização de escritores pela liberdade de expressão. 
    Nos últimos anos de sua vida, foi uma das opositoras das políticas de George Bush. Sontag publicou romances, ensaios, peças de teatro e coletâneas de contos. Hoje, vamos falar de uma de suas obras mais conhecidas: o livro Sobre Fotografia.
    Uma mulher de meia idade sentada em uma poltrona encara a câmera. O ambiente ao seu redor parece ser de uma sala.
    Susan Sontag (Juan Esteves, 1993).
    Descrição: uma mulher encara a câmera sentada no que parece ser um sofá, passando a impressão de uma foto tirada em casa.
    O livro é uma coletânea de seis ensaios que a autora publicou na década de 70, em que ela reflete sobre a fotografia, e sobre seu desenvolvimento como fenômeno da civilização ao longo dos anos, percorrendo diversos temas. 
    Alguns deles são a banalização do sofrimento, o papel do fotógrafo, a fotografia como arte, a mudança dos objetos da fotografia, o mundo das imagens versus o mundo real, entre diversos  outros. Em 224 páginas a autora consegue explorar inúmeras temáticas. Cada ensaio do livro pode ser usado para diversas discussões. 
    Uma capa de livro cinza, com uma foto em preto e branco no centro de um homem e uma mulher segurando o que parece ser uma câmera antiga. Abaixo da foto está o título do livro e o nome da autora. Mais embaixo está a logo da editora que publicou o livro.
    Capa do Livro, Companhia das Letras.
    Descrição: capa do livro mostra uma foto com um casal segurando um retrato antigo.
    E apesar dessa prolixidade, Sontag não torna o livro impossível de ler. A linguagem é fluida e clara, com inúmeras referências a outros fotógrafos, a livros e filmes. Aliás, é melhor ler o livro com o Google ao lado. E talvez com um bloco de notas. As interpretações que a escritora traz à obras como Montanha Mágica, Carta para Jane e Janela Indiscreta me fizeram querer ler e rever tudo.
    O que mais me impressionou ao ler o livro é o quanto ele soa atual. Publicado em 1977 por uma autora que morreu em 2004, Sobre Fotografia se encaixa perfeitamente na nossa sociedade atual, em que consumimos milhares de imagens por dia, por exemplo no Instagram, nos fazendo refletir sobre qual papel a fotografia assumiu em nossas vidas. Por que nossas viagens parecem mais reais ao serem fotografadas? Por que nos incomodamos quando uma foto não revela a nossa melhor aparência? 
    Sobre Fotografia, publicado no Brasil pela Companhia das Letras, é um livro absolutamente indispensável para os amantes da fotografia. Provocativo, instigante e reflexivo, e me fez querer ler tudo que Susan Sontag escreveu, até sua lista de compras do supermercado. E se você ainda está na dúvida sobre ler o livro ou não, recomendo este vídeo aqui. Talvez desperte sua curiosidade.
    Vocês já leram Sobre a Fotografia? O que achou? Compartilhe suas impressões com a gente nos comentários e no grupo do Facebook!
  • Alberto Korda

    Alberto Korda

    Conheça mais do fotógrafo consagrado por seu icônico retrato de Che Guevara na #galeria dessa semana!
     

     

    É bastante provável que você já tenha visto a foto que estampa a chamada desta #galeria por aí, em algum folheto, bandeira, pichação, camiseta, adesivo… O retrato de Che Guevara, tirado quase por acaso no dia 5 de março de 1960, durante uma cerimônia em memória às vítimas da explosão de um barco que levava armamentos para a Revolução Cubana, enquanto Korda fazia fotografias para o jornal Revolución. A imagem só se tornou um “viral” em 1968, após o assassinato de Guevara. Foi quando o editor italiano Giacomo Feltrinelli a transformou em cartazes distribuídos pelas ruas européias. 

    Alberto Korda é visto segurando uma câmera Nikon com as mãos, com o olhar fixado na lente que o fotografa. Veste blusa de botões e um relógio no pulso esquerdo. Olheiras embaixo dos olhos, rugas em sua testa, cabelos ralos e barba grisalha indicam sua idade já avançada. O fotógrafo tem a sobrancelha direita arqueada.
    Autor Desconhecido. Retrato de Alberto Korda

    Lembrado hoje como o responsável por aquela que é possivelmente a foto mais reproduzida da história, Alberto Korda nasceu em Havana, capital de Cuba, em 1928, e começou a trabalhar com fotografia fazendo registros de casamentos, aniversários e batizados. Não escondeu o fato de ter começado a trabalhar com fotografia de moda e publicidade para conhecer mulheres bonitas. Na verdade, o plano parece ter dado certo já que foi casado com uma modelo. Mas foi após se deparar com uma menina pobre fazendo de um pedaço de madeira a sua boneca que decidiu se aliar à ideologia socialista que dizia lutar contra aquele tipo de desigualdade, tornando-se o fotógrafo pessoal de Fidel Castro.  Trabalhando para o então presidente de Cuba, Korda buscou mostrá-lo em momentos de intimidade e simpatia, humanizando-o e assim, buscando desconstruir a imagem autoritária que o líder tinha nos demais países.

    A modelo Norka é vista ao lado esquerdo da imagem, voltada para o lado direito, com a coluna jogada para trás e o olhar baixo acompanhando a inclinação do pescoço. Seu vestido é de renda branca. No cenário há uma bancada escura com dois jarros de vidro sobre ela e ao fundo, uma parede de tijolos brancos com um candelabro fixado.
    Alberto Korda. Norka, 1956
    Uma mulher usando vestido preto com bolinhas brancas, brincos e luvas brancas aparece segurando um cigarro com os dedos da mão direita. Está soprando fumaça pela boca e seu olhar, com ares de desafio, está voltado para baixo, encara a roleta de um jogo de azar. À sua frente é mostrado, parcialmente e à esquerda da imagem, um homem trajando terno e a encarando. Ao fundo, outro homem trajando terno observa ambos. É possível ver que há outras pessoas no ambiente e um lustre pendendo do teto do local.
    Alberto Korda. Capa do ‘Diario de la Marina’. 1958.
    Uma menina é vista segurando um pedaço de madeira como se fosse uma boneca.Seu vestido é simples e tanto o pano quanto seu rosto aparecem sujos. A menina encara a câmera com expressão triste e é possível ver lágrimas em seus olhos.
    Alberto Korda. A Menina com a Boneca de Madeira, 1958
    Um homem com roupas simples e chapéu é visto sentado no topo de um poste de luz. Abaixo dele há uma aglomeração de pessoas que comemoram o aniversário da Revolução Cubana.
    Alberto Korda. El Quijote de La Farola, 26 de julho de 1959
    Fidel Castro é visto usando camisa de botão, casaco e boné olhando para uma criança em um carrinho de bebê. Uma mulher é vista parcialmente à esquerda da imagem sorrindo e segurando o carrinho e outras pessoas são vistas no ambiente, dentre as quais um policial sorrindo enquanto olha Fidel Castro. A cena se passa no Central Park na cidade de Nova York.
    Alberto Korda. No Zoológico no Bronx , New York. 24 de Abril de 1959.
    Descrição: Fidel Castro é visto sorridente em uma sala com várias mulheres, estrelas da rádio em Nova York.
    Alberto Korda. Fidel Castro e as rainhas da rádio em Nova York. 22 de Abril de 1959
    Fidel Castro é visto discursando em um ponto elevado de um salão em forma de cúpula. À sua frente e ao redor há diversas pessoas, majoritariamente homens.
    Alberto Korda. Fidel Castro discursando no Central Park, New York. 24 de Abril de 1959
    Homens e mulheres são vistos em uma rua protestando contra a visita de Fidel Castro nos Estados Unidos. Seguram cartazes onde lê-se, em tradução livre: "Nós não gostamos de barbas / Barbeiros da América" e "Fidel Castro está traindo o povo de Cuba para Moscou!"
    Alberto Korda. Protestando contra a visita de Fidel Castro aos E.U.A, Washington. 16 de Abril de 1959.
    Homens e mulheres são vistos em uma rua segurando bandeiras da República Dominicana indicando sua nacionalidade. Trata-se de um ato de apoio à visita de Fidel Castro aos Estados Unidos.
    Alberto Korda. Dominicanos exilados apoiando a visita de Fidel Castro aos E.U.A, Washington. 16 de Abril de 1959.
    Manifestantes pró-cuba são vistos em uma rua. O ângulo indica que a imagem foi tirado de um ponto alto e provavelmente distante. É possível ver a multidão concentrada na parte superior da imagem enquanto na inferior há policiais. Um dos quais está com os braços estendidos e traz um bastão na mão direita, provavelmente tentando conter os manifestantes.
    Alberto Korda. Manifestantes pró-Cuba no Harlem, Nova York. Setembro de 1960.
    Che Guevara é visto contra um fundo branco usando um casaco e sua boina tradicional com os cabelos compridos e bagunçados surgindo debaixo dela. Seu olhar está voltado ao horizonte ao lado esquerdo na imagem. É possível ver um outro homem de perfil parcialmente ao lado esquerdo da imagem e uma planta ao lado direito.
    Alberto Korda. El Guerrillero Heroico (versão sem corte). 1960.
    Uma garota é vista em posição militar, vestindo camisa e boina segurando um rifle com a mão esquerda. Seu olhar está voltado para o lado direito da imagem e sua expressão é séria.
    Alberto Korda. A Miliciana. 1962.

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    Referências:

    PALMA, Tiago. Como foi tirada a icónica (e influente) foto de Che Guevara. Observador, Lisboa, 09 de 0ut. de 2017. Disponível em <https://observador.pt/2017/10/09/como-foi-tirada-a-iconica-e-influente-foto-de-che-guevara/>. Acesso em: 28 de abr. de 2020

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  • Linhas

    Linha é a trajetória de um ponto no espaço ou o espaço que liga dois pontos. É um elemento visual que transmite movimento e guia o olhar do leitor.


    Linha é a trajetória de um ponto no espaço ou o espaço que liga dois pontos. É um elemento visual que transmite movimento e guia o olhar do leitor.

    Fotografia em preto e branco tirada do sexto andar em que se pode visualizar as escadas rolantes de todos os andares abaixo. Cada andar possui um par de escadas, cada uma de um lado, exceto pelo térreo em que as escadas ficam juntas no centro do local.
    Cristiano Mascaro – São Paulo, a cidade – Escadas Rolantes


    Na fotografia, as linhas se apresentam como o contorno das formas; uma divisão entre duas partes da fotografia (como a linha do horizonte); ou a linha imaginária representada pelo caminho entre dois ou mais elementos da foto. As linhas podem ser retas ou curvas; verticais, horizontais ou diagonais. Na fotografia do Cristiano Mascaro, abaixo, as prateleiras, os livros, o chão, o corrimão e o teto são exemplos da utilização das linhas na fotografia. Neste caso, as linhas verticais, o contorno dos livros, transmitem a fartura das estantes e as linhas diagonais, prateleiras e corrimão, levam o olhar do leitor à estante do fundo.

    Fotografia em preto e branco de uma biblioteca. Há uma estante de cada lado, elas ficam de frente uma para outra e ambas estão cheias de livros. O chão e o teto possuem um trilho e no meio da cena há dois corrimões. As estantes e os corrimões formam linhas que apontam para o fundo da biblioteca, espaço cuja a perspectiva faz parecer menor.
    Cristiano Mascaro – São Paulo, a cidade – A Biblioteca da Faculdade de Direito
    De modo geral, as linhas são um direcionamento dentro da fotografia que enfatizam a profundidade e tamanho do objeto fotografado e provocam a sensação de divisão entre os elementos. Alguns elementos da paisagem possuem linhas naturais que ajudam a compor a imagem, como construções arquitetônicas e seus componentes, além de estradas, montanhas, a linha do horizonte, etc. Escadas são um exemplo de elemento cotidiano formado por diversas linhas. Tente fotografá-las de forma que o caminho dos degraus seja também o caminho dos olhos do leitor, como na fotografia a seguir, em que nossos olhos perfazem a espiral.
    Fotografia em preto e branco de uma escada em espiral que desce por uma parede arredonda com painéis retangulares.
    Cristiano Mascaro – São Paulo, a cidade – Escada do Edifício Esther

    A linha, como recurso, também pode ser utilizada para criar divisão na cena. Deixar um espaço no meio da cena, entre duas pessoas ou dois objetos, cria uma linha imaginária, o que pode ser um artifício para estabelecer uma divisória, indicando, por exemplo, divergência entre esses dois elementos.

    Para acentuar a direção das linhas e obter todo o potencial de composição delas, combine a orientação da fotografia e a direção das linhas. Utilize a orientação horizontal para enfatizar linhas horizontais e a orientação vertical para realçar as linhas verticais. No caso de elementos verticais, como prédios, a orientação vertical também faz com que pareçam maiores.

    Fotografia em preto e branco e uma parte do Edifício Copan. A proximidade das linhas curvas do monumento faz a imagem parecer uma obra de artes abstrata.
    Cristiano Mascaro – São Paulo, a cidade – Detalhe do Copan

    Para construir uma boa composição de linhas, você pode se inspirar nas fotografias de Cristiano Mascaro, o fotógrafo que ilustra este post. Cristiano é um fotógrafo paulista. Ele foi repórter fotográfico na Revista Veja em 1960, mas atualmente se considera fotógrafo independente e se dedica a projetos pessoais. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela USP, as construções citadinas são o principal tema das obras de Cristiano, exaltando as paisagens urbanas. E, como podemos notar, ele sabe muito bem enfatizar as linhas das construções de São Paulo para compor suas fotografias. Para saber mais sobre Cristiano, acesse o seu site.

    Bora treinar! Utilize as linhas da paisagem ao seu redor para fazer fotografias que enfatizem a profundidade dos objetos ou acentuem as suas proporções. Depois, utilize as mesmas linhas para fazer fotografias que guiem o olhar do leitor.



    Referências

    • Blog Emania
    • ELLEN, Lupton; PHILLIPS, Jennifer Cole. Novos Fundamentos do Design. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
    • EXCELL, Laurie. Composição, de simples fotos a grandes imagens. Rio de Janeiro: Alta books, 2012.