Ano: 2020

  • Três ações para desenvolver a imaginação fotográfica

    Três ações para desenvolver a imaginação fotográfica

    O principal recurso que dispomos para produzir fotografias é a imaginação. Neste artigo, apresentamos uma estratégia para desenvolvê-la.
    Talvez, o principal recurso que dispomos para produzir fotografias seja a imaginação. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a imaginação não é uma capacidade que algumas delas possuem e outras não. Todos nós a temos. Trata-se de nossa capacidade de articular os elementos que compõem nosso repertório simbólico para interagirmos com os diferentes aspectos do mundo em que vivemos.
    Contudo, se, para articular os elementos de nosso repertório em novas criações é necessário que realizemos um grande investimento imaginativo, para esquecê-las e repetir aquelas que conhecemos e temos o hábito de mobilizar basta que fiquemos desatentos por um instante. Por isso, é fundamental praticar a imaginação.
    Neste artigo, apresentamos uma estratégia para desenvolvermos nossa imaginação como fotógrafos. Provavelmente, você já realiza uma, duas ou todas as ações que a compõe. Contudo, o mérito da metodologia que aqui expomos não está em cada processo isoladamente, mas em sua execução consciente e na articulação de cada um deles em uma rotina fotográfica estruturada. Dessa maneira, cada atividade passa a produzir os recursos que orientam a sua própria realização ou a das outras.

    Pesquisa (arquivo pessoal e caderno de notas)

    Em um livro acerca da importância da pesquisa na sustentação do trabalho fotográfico, Anna Fox e Natasha Caruana, comentam que uma obra fotográfica é o resultado do conhecimento criado enquanto se explora conscientemente o ambiente. Esse conhecimento também contribui para a construção do olhar de fotógrafas e fotógrafos, orienta-os em relação a o que ver, a como ver e a porque ver. Por essa razão, as autoras afirmam que é importante transformar a investigação em um recurso disponível para seu próprio autor e para outros pesquisadores. Para isso, é fundamental que ela seja arquivada.
    Documentos e fotografias afixados em uma parede cinza. Uma maquete, uma bola de linha e livros diversos espalhados sobre a mesa.
    Alec Soth – Arquivo da pesquisa para o projeto “Broken Manual
    Por isso, recomendamos a manutenção de um arquivo pessoal, físico e/ou digital, cuja composição pode abranger desde registros espontâneos a documentos formais, passando por versões de trabalho de tratamentos e edições de fotografias e ensaios, e a utilização caderno de notas, onde possamos guardar os rascunhos, os planos e os resultados de coberturas, projetos e sessões fotográficas, as impressões de nossas leitura de produtos culturais diversos, as elucubrações acerca da fotografia, da arte, da cultura, da vida. Examinar atentamente e com regularidade o conjunto dessas informações reunidas deve ser parte de uma rotina de desenvolvimento de nossas competências fotográficas.

    Leitura (de fotografias e de textos sobre fotografias)

    As competências necessárias para ler uma fotografia são semelhantes àquelas empregadas na leitura de uma cena a ser fotografada. Se uma pessoa é capaz de compreender os elementos contextuais, morfológicos, compositivos e enunciativos presentes em uma fotografia, provavelmente também será capaz de apreendê-los enquanto age no mundo e de manejá-los enquanto fotografa.
    Uma boa maneira de aprimorar essas competências é deixando-se inspirar por grandes artistas. Por essa razão, sugerimos que pesquise a vida e a obra de importantes autoras e autores. Não limite sua pesquisa apenas a profissionais da fotografia, amplie-a para diferentes domínios artísticos. Aproveite para se aprofundar na bibliografia acerca das histórias, das técnicas e das teorias da fotografia e da arte. Dedique um tempo para observar criticamente uma fotografia ou um ensaio fotográfico. Tome notas de suas descobertas, impressões e reflexões para que, eventualmente, possa retornar a elas.

    Prática (reflexiva)

    A tecnologia fotográfica, desde o anúncio de sua invenção, em 1839, desenvolveu-se com o objetivo de alcançar a automatização de seus processos. Disso decorre a falsa impressão de que para fotografar com competência não é necessário estudo, nem prática. Sabemos, no entanto, que o ato de fotografar mobiliza, ainda que de maneira inconsciente, um grande número de ferramentas conceituais e técnicas. Para desenvolver um conjunto de hábitos mentais que orientem o fotógrafo no manejo do aparelho e lhe permitam dedicar sua atenção à cena que ele pretende registrar, tão importante quanto a prática regular de suas competências fotográficas é a reflexão acerca dela.
    Cena do filme Janela Indiscreta de Alfred Hitchcock. James Stewart interpreta o fotojornalista L. B. Jeff.
    Alfred Hitchcock – James Stewart interpreta o fotojornalista L. B. Jeff em “Janela Indiscreta”
    Desde que realizada de maneira reflexiva, isto é, mediante a exploração do mundo consciente do que, do como e do porque fotografar, a prática fotográfica também pode se constituir como um processo de pesquisa. Nessa perspectiva, ela nos oferece a oportunidade de tomar o nosso fazer como problema e de revisá-lo com base nas respostas elaboradas para os questionamentos que nos colocamos.
    Disso decorre que uma etapa fundamental da prática fotográfica como processo de pesquisa é a avaliação do trabalho produzido, que pode ser realizada pelo próprio autor ou por algum leitor competente e de sua confiança. No entanto, para examinar o próprio trabalho é preciso estabelecer um distanciamento crítico, ou seja, afastar-se dele subjetivamente para poder abordá-lo de maneira objetiva. Essa não é uma tarefa fácil, por isso muitos fotógrafos recorrem à avaliação de colegas. Lembre-se de tomar notas dos questionamentos que lhe forem colocados e das respostas que elaborar.

    Referências

    Para redigir esta postagem consultamos os livros “Por trás da imagem: pesquisa e prática em fotografia”, escrito por Anna Fox e Natasha Caruana, e “Como criar uma fotografia”, escrito por Mike Simmons, ambos editados pela Gustavo Gili, o livro “Photographers Sketchbooks”, escrito por Stephen McLaren e Brian Formhals e editado pela Thames & Hudson, e o site “OSCARenFOTOS”, editado pelo professor da Universidad Panamericana (México), Oscar Colorado Nates.

    Chamada de Conteúdo de Colaboradores

    Quer publicar em nosso blog? Acesse nossa Chamada de Conteúdos de Colaboradores¹ para saber como enviar seus trabalhos.

  • Chamada de Conteúdos de Colaboradores¹

    Chamada de Conteúdos de Colaboradores¹

    O principal objetivo que pretendemos alcançar por meio da publicação das mídias do Cultura Fotográfica é fomentar a cultura da fotografia mediante a produção, a distribuição, o consumo e o debate de conteúdos fotográficos e sobre fotografia. Sabemos que não estamos sozinhos nesta missão e acreditamos que podemos ser mais eficazes e eficientes se somarmos nossos esforços aos de outros agentes da cadeia produtiva da fotografia.
    Por essa razão, convidamos tod_s autor_s que atuam no campo da fotografia a colaborar conosco, enviando-nos, por meio do formulário anexado ao final desta chamada, conteúdos para serem publicados em nossas mídias, conforme os termos a seguir:
    1.1. A presente chamada visa receber conteúdos originais para serem publicados no blog do Cultura Fotográfica.
    1.2. Os conteúdos dos colaboradores deverão estar em conformidade com uma das colunas listadas abaixo:
    1.2.1. #ensaiofotografico é uma coluna de ensaios compostos por um conjunto coerente e coeso de imagens fotográficas, acompanhadas ou não de legendas e textos, por meio do qual o autor expressa sua perspectiva acerca de um determinado assunto.
    1.2.2. #artigos é uma coluna de textos dissertativos por meio do qual o(a) autor(a) propõe uma reflexão fundamentada acerca de um ou mais elementos que constituem a cultura fotográfica.

    1.3. As orientações e o modelo de produção de conteúdo para cada uma das colunas estão disponíveis nos anexos desta chamada.

    2. Políticas editoriais
    2.1. Política de Acessibilidade: Adotamos dois recursos de acessibilidade: a Audiodescrição, que consiste na tradução de imagens em palavras por meio de uma descrição objetiva, e o Sistema de leitura de tela, que consiste na locução, por meio de uma voz sintetizada, de todas as informações verbais exibidas na tela.
    2.2. Política de Direitos Autorais: A utilização de obras intelectuais é feita sem fins comerciais ou lucrativos e com propósitos de crítica, de ensino e de pesquisa. Por isso, não constitui ofensa aos direitos patrimoniais de seus autores, conforme previsões contidas na legislação brasileira e internacional (mais informações).
    3. Envio de conteúdos
    3.1. O envio de conteúdos deverá ser feito exclusivamente pelo formulário disponível no seguinte endereço eletrônico: https://forms.gle/z8TiLPr7hPvrGdoM6
    3.2. Os documentos a serem anexados deverão ser salvos no formato .docx, quando se tratar de arquivo de texto, no .pptx, quando se tratar de arquivo de apresentação, e no .jpg, quando se tratar de arquivo de imagem.
    4. Seleção de conteúdos para publicação
    4.1. A seleção de conteúdos para publicação será realizada pelo Prof. Dr. Flávio Valle, coordenador do Cultura Fotográfica.
    4.1.1. Serão observados os seguintes critérios de seleção:
    a. Adequação do conteúdo a coluna em que será publicado.
    b. Qualidade técnica do conteúdo.
    c. Qualidade da redação do conteúdo.
    4.2. O resultado da seleção será comunicado ao autor do conteúdo pelo email informado no ato de inscrição.
    5. Disposições gerais
    5.1. Dúvidas a respeito desta convocatória devem ser encaminhadas para o e-mail culturafotografica@ufop.edu.br. No campo assunto, coloque Dúvida – Chamada de Colaboradores – Cultura Fotográfica
    6.2. O ato de envio de conteúdo implica em plena concordância com os termos aqui estabelecidos.
  • Patrick Demarchelier

    Patrick Demarchelier é destaque na fotografia de moda contemporânea. Conhecido por muitos como mestre, tem como marca composições com aspectos espontâneos e realistas.
    Patrick Demarchelier é um renomado fotógrafo de moda e publicidade contemporânea. Suas fotografias são marcadas por um senso estético espontâneo, onde a naturalidade  e a emoção são postas em cena.

    Shalom Harlow, Paris, 1996, Patrick Dem

    Natural da França, Demarchelier, nasceu na cidade de Le Havre, em 21 de agosto de 1943. Aos 17 anos, ganhou sua primeira Kodak e interessa-se por fotografia. No início da década de 60, mudou-se para Paris, aprimorou suas técnicas e conheceu o suíço Hans Feurer, fotógrafo da Vogue. Em 1975 partiu para Nova York , onde trabalhou para Vogue e assume uma carreira à nível internacional. Em 1989, Demarchelier, torna-se o primeiro fotógrafo estrangeiro oficial da família real, fotografando à princesa Diana e os príncipes William e Harry.

    Patrick Demarchelier posa para foto no Festival de Cinema de Tribeca em 2010. Com cabelos grisalhos, penteados para trás, seu aspecto  é cordial. Ele usa uma camisa preta de zíper, com um casaco no tom branco neve.
    Patrick Demarchelier, 2010, David Shankbone

    Com uma estética perfeita e técnicas ambientadas em luz natural, é referência em fotografias em preto e branco e nus artísticos, sem vulgaridade. Autor de numerosas imagens icônicas criadas para as publicações das revistas Vogue e Harper’s Bazaar, criou também campanhas para marcas como Chanel, Dior, Ralph Lauren, Yves Saint Laurent, entre outras.Devido à forte influência que exerce no mundo da moda, seu nome é citado no filme “O Diabo Veste Prada”. Aos 76 anos, Demarchelier vive em Nova York e continua sendo um dos fotógrafos mais requisitados na moda e publicidade.

    Confira algumas das produções de Demarchelier! 
    Fotografia em preto e branco, à modelo encontra-se pendurada em um galho de árvore, ela está nua e virada de costas. Seu cabelo é longo e cobre toda a extensão de suas costas.
    Nude St Barthelemy, 1989, Patrick Demarchelier

    Princesa Diana está sentada aparentemente no chão, usando um vestido branco longo, seus braços se entrelaçam. Em sua mão direita usa um anel. Seu cabelo é curto e está penteado para trás. Ela sorri. Usa adereços no cabelo, uma tiara de princesa e um colar de pérolas.
    Princesa Diana Londres, 1990, Patrick Demarchelier


    Dez modelos ao todo posam para foto. Todas vestidas com vestidos longos, e cabelos soltos. O ambiente é um estúdio, há uma escada no centro. Uma modelo está sentada no degrau de cima. Cinco modelos apoiam na escada.
    Aniversário da moda, 1992, Patrick Demarchelier

    A modelo usa lingerie de renda, está sentada aparece apenas da cintura para cima. Suas mãos estão para atrás do corpo. Sua cabeça inclina e encosta nas mãos de um homem que usa uma camisa social. Aparece apenas o braço desta figura secundária.
    Nadja Auermann, Paris 1994, Patrick Demarchelier

    A modelo negra Naomi Campbell, posa com adereços da cultura africana. Usa um turbante no cabelo, colares volumosos que cobrem toda a extensão do seu pescoço e  usa pulseiras que cobrem seus pulsos. Seus seios estão à mostra, usa apenas uma saia. À foto recorta à extensão da cabeça até os joelhos, não mostrando as pernas e pés.
    Naomi, 1991, Patrick Demarchelier

    À foto se assemelha à uma escultura greco romana. À foto cobre à extensão do pescoço até o joelho. Não mostra cabeça e pernas. À silhueta da modelo é a estética da foto, seus são levemente tampados pelos seus braços que se cruzam e se entrelaçam, tampando à extensão da virilha.
    Nude, St Barthelemy, 1994, Patrick Demarchelier


    Duas modelos, estão imersas dentro do que parece ser uma piscina. As águas criam reflexos na extensão dos corpos que estão nus e flutuam pela água.
    Nude, St Barthelemy, 1997, Patrick Demarchelier


    Silhueta do perfil dos rostos de duas modelos femininas que estão próximas inclinadas de frente para outra. As bocas ganham destaque e ambas carregam anéis de diamante que se encostam pelo beijo.
    Diamonds, Patrick Demarchelier


    Fotografia em preto e branco, modelo está de perfil, cabelos presos e pretos, aspecto sedoso. Usa um chapéu que cobre parte do seu rosto. Deixando visível apenas a boca. O chapéu que usa parece um grande e belo botão de rosas brancas.
    Christy Turlington, Nova York, 1990, Patrick Demarchelier

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