Está procurando um documentário interessante que una fotografia e intervenção social? Temos um dicade certo para você, a produção Born into brothels: Calcutta’s red light kids. Confira!
Born into brothels, 2004
Born into brothels: Calcutta’s red light kids (Nascidos em bordéis: as crianças da luz vermelha de Calcutá) é um documentário de 2004, dirigido por Zana Briski e Ross Kauffman que ilustra bem o sentido de intervenção social. Ganhador do Oscar de 2005, a produção retrata a vida a margem das crianças, nascidas no ambiente de prostituição, no distrito Vermelho, em Calcutá – Índia.
O foco do documentário, que antes era, o de retratar a vida das prostitutas e condições de trabalho no distrito, toma novos rumos, quando Briski nota a realidade marginalizada das crianças, que crescem esquecidas nos guetos/bordéis da zona vermelha e inicia o projeto fotográfico.
Com cenas marcantes, Born into brothels busca narrar o engajamento da fotógrafa ao mostrar uma nova realidade as crianças. Os pequenos, assim, aprendem a olhar suas vidas sob um novo foco, ao vivenciarem e registrarem à partir da arte da fotografia, a beleza ignorada de suas realidades.
Para além do entretenimento, Born into brothels, trará uma narrativa que te convida a refletir sobre intenção, ética, e o impacto da fotografia no meio em que vivemos. Para quem gosta de documentário, ao longo dos oitenta e seis minutos, o longa metragem permitirá uma imersão pela imagem, podendo inspirar e/ ou emocionar o telespectador.
O documentário transita entre drama e aventura, mostrando uma realidade pouco desconhecida da Índia. Para alguns, a iniciativa da fotógrafa pode parecer uma autopromoção. No entanto, o documentário não perde a capacidade de levar a reflexão sobre a importância de uma boa iniciativa para além do ato de documentar histórias.
O que acharam do #dicade dessa semana? Compartilha com a gente, comente, ou se preferir acesse nosso grupo de discussão e deixe suas impressões. Até logo!
Radilson Gomes é um fotógrafo especializado em Saúde Pública. Possui um importante catálogo, onde, o principal objetivo é divulgar a realidade do nosso SUS.
Radilson Carlos Gomes, é um fotógrafo formado em História, especialista em Gestão da saúde pública e Comunicação em Saúde. Teve início em sua carreira no ano de 1986, em Brasília. Professor de fotografia, deu aula de Iniciação à Fotografia na Universidade Católica de Brasília.
FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
Em 1994, ingressou no Ministério da Saúde, passando a trabalhar com documentários fotográficos de saúde pública. Foi aí que surgiu o ensaio Foto Saúde, em 2011. O principal objetivo desse ensaio fotográfico é divulgar a realidade do nosso Sistema Único de Saúde, o SUS. Conheça abaixo algumas das fotografias:
FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.Compartilhe nossa postagem, comente em nosso grupo do Facebook e no
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Retrato é um gênero das artes visuais onde a intenção é destacar pessoas. Seja em um estúdio repleto de recursos ou numa pequena confraternização de família, o desafio consiste em como representar o fotografado da melhor forma.
Retrato é um gênero das artes visuais onde a intenção é destacar pessoas. É, particularmente, um gênero que eu gosto muito porque cada pessoa é única e é possível captar diferentes expressões. Além do retrato, existe também o autorretrato (selfie), que se popularizou desde que Ellen Degeneres tirou aquela icônica foto na cerimônia do Oscar de 2014. O principal motivo, creio eu, é a autonomia. Não é preciso “incomodar” outra pessoa para pedi-la que tire uma foto sua.
Young Girl, Atitlan, Guatemala | Joel Santos
Como disse, retratos tem a ver com pessoas. Seja em um estúdio repleto de recursos ou numa pequena confraternização de família, o desafio consiste em como representar o fotografado da melhor forma. Para isso, é importante prestar atenção em alguns detalhes, como a luz, o foco nos olhos e a posição da câmera. Além disso, o cenário não desempenha um papel fundamental, isto é, dá para se fazer ótimos retratos sem se preocupar com plano de fundo.
Veja que não é preciso muito para se tirar um bom retrato. No entanto, quanto mais conhecimento e recursos disponíveis, melhor serão os resultados.
Joel Santos é um fotógrafo português. Desde 2003 trabalha com fotografia de viagem. Em um de seus trabalhos, chamado “Into The Eyes”, ele fotografa pessoas de diversos países, como Índia, China, Guatemala, Níger e Camboja. A descrição do projeto, segundo o autor, diz que somos diversos, mas não essencialmente diferentes. Abaixo temos um dos retratos deste trabalho.
Blue eyes, Sadhu, Holy man, Jaipur, India | Joel Santos
Nesse retrato, Joel fecha o enquadramento no rosto do fotografado. Os olhos azuis causam impacto imediato. A barba, cheia e grisalha, indicam que é um homem de mais idade. Nessa composição, não há cenário ao fundo, apenas seu rosto. A pintura na testa, seus colares e o turbante são demonstrações de sua cultura indiana.
Aproveite a leitura e o fato de estarmos em quarentena, devido à pandemia causada pela COVID-19, para praticar retratos! Mesmo em casa, é possível fazer bons retratos! Não se esqueça de utilizar a tag #fotografetododia!
Procurando por um site com boas referências visuais e que ainda sirva como Portfólio para os seus próprios trabalhos? O Pinterest é a #dicade dessa semana!
O Pinterest é uma rede social criada em 2009 que rapidamente ganhou adeptos, sendo a maior parte dos usuários pessoas que trabalham com ou são interessadas em fotografia, design, arquitetura e moda. Considerado como uma rede social semelhante ao Instagram, o Pinterest tem como foco a publicação e circulação de imagens, sendo possível seguir perfis e salvar conteúdos chamados de “pins”.
O Pinterest é uma rede social criada em 2009 que rapidamente ganhou adeptos, sendo a maior parte dos usuários pessoas que trabalham com ou são interessadas em fotografia, design, arquitetura e moda. Considerado como uma rede social semelhante ao Instagram, o Pinterest tem como foco a publicação e circulação de imagens, sendo possível seguir perfis e salvar conteúdos chamados de “pins”.
Montagem autoral
Tudo no Pinterest parece como um mundo de sonhos particular de designers e fotógrafos, com uma interface muito limpa e fácil de usar dando destaque completo às imagens que formam o seu conteúdo. Como toda rede social, é necessário fazer uma conta gratuita com um e-mail e uma senha. Logo em seguida, você poderá dar nome à sua conta e classificá-la como um negócio, caso queira utilizá-la para divulgar um produto ou serviço. Em seguida, você será apresentado a algumas ferramentas para que possa fazer as suas próprias postagens e por fim, poderá escolher os seus interesses para receber recomendações do site.
Print de tela
Uma das vantagens do Pinterest que torna-o uma ferramenta de pesquisa de imagens interessante está na sua organização por pastas. É possível encontrar diversas pastas organizadas por usuários a partir de uma pesquisa por palavras chaves como “casa”, “natureza” ou “comida”. Eu usei essa tática para encontrar algumas das imagens que utilizei na série sobre flash do #fotografetododia e consegui chegar aos arquivos originais com informações sobre autoria, ano de publicação e contexto. Isso é possível porque a maior parte dessas imagens possuem hiperlinks para os blogs e sites onde elas foram publicadas inicialmente.
Eu particularmente utilizo o site como ferramenta de pesquisa pessoal e para inspiração tanto para fotografia quanto para ilustração. Às vezes, gosto de navegar entre as pastas de diversos usuários e encontrar imagens que nunca tinha visto antes e tenho pastas com alguns dos meus “pins” favoritos salvos. É possível criá-las clicando em “salvar” no canto da imagem escolhida.
Além disso, há várias pessoas utilizando essa rede social para mostrar o seus próprios trabalhos fotográficos ou mesmo outros tipos de arte e empreendimentos. Os conteúdos costumam ter uma vida útil maior que em redes sociais como o Instagram e o Facebook por causa da forma como os algoritmos trabalham. Um conteúdo publicado no Instagram, por exemplo, seria exibido por um dia antes de ser encoberto por outras publicações enquanto pode continuar a ser recomendado no Pinterest por mais de um mês.
Então, o Pinterest mostra-se uma boa rede social para amantes de fotografia que desejam conhecer novos trabalhos sobre assuntos de seu interesse ou mesmo divulgar as suas próprias criações, podendo tanto achar pastas interessantes quanto formular as suas próprias. No caso de quem pretende usar para mostrar seu trampo como fotógrafo, dá pra usar o perfil como portfólio para conseguir novos trabalhos.
E aí? Gostou da #dicade dessa semana? Conta pra gente suas descobertas no Pinterest no nosso grupo de discussão no Facebook! Até mais!
Procurando por um site com boas referências visuais e que ainda sirva como Portfólio para os seus próprios trabalhos? O Pinterest é a #dicade dessa semana!
Paolo Miranda é enfermeiro e fotógrafo. Suas fotos viralizaram na internet, mostrando a luta dos enfermeiros de um hospital na luta contra a COVID-19, na região da Lombardia, epicentro da doença na Itália.
Paolo Miranda é enfermeiro e fotógrafo. Há algumas semanas, ele fotografou os “bastidores” de um hospital na Itália em que estava trabalhando, retratando a luta intensa contra a COVID-19. Paolo vive em Cremona, na região italiana da Lombardia, epicentro do surto de coronavírus no país.
Os registros mostram a realidade de toda a situação. Uma enfermeira dorme após uma jornada doze horas ainda com a máscara no rosto. Outra parece chorar agachada, enquanto é consolada por uma colega. Mas também há fotos de abraços e sorrisos da equipe. “Não vamos desistir apesar do cansaço. Fiquem em casa”, disse Paolo.
Como seus colegas, Paolo trabalha em turnos de 12 horas e descreveu que se sente trabalhando numa trincheira. Além disso, ele afirma “Não quero esquecer nunca o que está acontecendo. Isso se tornará história, e, para mim, as imagens são mais poderosas que as palavras.”
O italiano colabora com a revista Vogue de seu país e tem um perfil no Instagram que ganhou muitos seguidores após suas fotos viralizarem na internet.
Em fotografias de paisagens, salvo raras ocasiões, a linha do horizonte está presente. Aprenda a usá-la para transmitir naturalidade e equilíbrio.
Em fotografias de paisagens, salvo raras ocasiões, a linha do horizonte está presente. Aprenda a usá-la para transmitir naturalidade e equilíbrio.
Foto de Daniel Espírito Santo
Na fotografia acima, de Daniel Espírito Santo, a linha do horizonte é bem definida pela divisão entre a estrada e o céu, não podendo ver o fim da rua a impressão é de que o caminho é bem longo. Mas nem sempre essa divisão será visível, podendo se tratar de uma linha do horizonte perceptiva. Ou seja, quando uma fotografia de paisagem não apresenta o horizonte bem definido, temos a tendência a acrescentá-la à imagem, imaginando o lugar onde ela ficaria, como na fotografia abaixo.
Foto de Daniel Espírito Santo
Para utilizar a linha do horizonte a seu favor a principal regra é manter a linha do horizonte reta. Uma linha do horizonte torta causa desconforto no leitor, como se algo estivesse errado, tira a naturalidade da cena e transmite a sensação de desequilíbrio. Mesmo em uma foto em que o horizonte não seja visível, é indicado que a linha do horizonte seja perceptivelmente reta. Há casos específicos em que a linha do horizonte torta cria uma sensação de conformidade com o resto da cena, como na fotografia abaixo, em que a linha segue as ondas do mar, transmitindo o seu dinamismo e, por isso, está inclinada.
Foto de Daniel Espírito Santo
A linha do horizonte também pode ser utilizada como um auxiliar da regra dos terços, que pode ser aprendida aqui. Ela divide a cena em duas partes, mas essas partes não precisam ser iguais, deixe dois terços para a parte mais chamativa ou que você considere mais importante para a mensagem. Em uma fotografia em que o sol reflete na água talvez fosse mais interessante colocar a linha do horizonte acima, dando dois terços da imagem para o mar e um terço para o céu. Já em uma fotografia de pôr do sol, para colocá-lo em destaque, o céu poderia receber dois terços da imagem e o oceano um. Já uma fotografia em que se dá a mesma importância entre o céu e o mar poderá ter a linha do horizonte exatamente no centro. Na fotografia abaixo, por exemplo, não havia muito destaque nem no céu quanto no mar, por isso, o fotógrafo distribui igualmente o espaço da fotografia para os dois.
Foto de Daniel Espírito Santo
Desta maneira, a linha do horizonte transformará as suas fotografias de paisagens, trazendo para a imagem toda a beleza da vida real, como nas fotografias de Daniel Espírito Santo que citamos neste post. Daniel é um fotógrafo que mora em Portugal. Suas fotografias retratam os seus interesses: o oceano, esportes, viagens e aventuras. Como ele mesmo as descreve em seu site: “As fotografias que eu faço se distinguem pelas paisagens energéticas, momentos de êxtase e espírito de aventura”. Saiba mais sobre ele em: https://www.danielespiritosanto.com/.Agora é sua vez: fotografe paisagens usando a linha do horizonte para pôr elementos em evidência. Não se esqueça de mantê-la sempre reta e de explorar o horizonte perceptivo.
Referências
EXCELL, Laurie. Composição, de simples fotos a grandes imagens. Rio de Janeiro: Alta books, 2012.
Rebecca, uma fotógrafa de guerra, se vê obrigada a escolher entre a profissão pela qual possui uma verdadeira adoração e sua família.
O premiado filme Mil Vezes Boa Noite (A Thousand Times Good Night), do diretor Erik Popper, é um drama que conta história de Rebecca, uma fotógrafa de guerra que se vê obrigada a escolher entre a profissão e sua família, que não suporta mais vê-la arriscando a vida pelo trabalho. Contudo, apesar de amar sua família, possui uma verdadeira e sincera adoração pelo seu trabalho.
Divulgação do filme.
O drama se inicia no Oriente Médio, onde se encontra a nossa protagonista, Rebecca, que acompanha o preparo de uma adolescente para se tornar uma mulher bomba. A fotógrafa registra cada momento desse preparo. Contudo, seu lado emocional se impõe ao profissional, e ela decide interferir, fazendo um alarde sobre o que estava para acontecer.
A intervenção leva a uma consequência que faz a protagonista pensar sobre seu trabalho, os riscos que corre, e sobre seu papel de mãe e esposa dentro do grupo familiar. Podemos observar que ao voltar para casa, Rebecca encontra problemas em seu casamento e um distanciamento afetivo das suas filhas, particularmente com Steph, filha mais velha, que possui um comportamento mais reservado com relação aos seus sentimentos e medos.
Cena do filme
Desde seu início percebi o cuidado para a interpretação de uma personagem fotógrafa. Vemos a troca das lentes da câmera para cada tipo de foto, o distanciamento afetivo entre o fotógrafo e o fotografado e a tentativa de dar certa humanidade a um povo sofrido através da fotografia. Rebecca, a personagem, diz que fotografa regiões abaladas por conflitos, para mostrar ao mundo o horror da guerra, da fome entre outras coisas. Toda sua revolta com as injustiças sociais, são mostradas através das fotografias, assim como bem vemos várias pessoas fazendo na atualidade.
Fotografar além de ser uma paixão e uma profissão, pode ser também uma arma, uma forma de revelar problemas através da lente, registrando pessoas e histórias para se mostrar ao resto do mundo como grande catástrofes regionais ou mundiais, como a pandemia que estamos vivenciando hoje, que afeta a todos, principalmente a aqueles que são vulneráveis econômica e socialmente.
#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
Assista o premiado filme e nos conte suas observações. Deixe seu comentário e nos acompanhe em nosso grupo de discussão no Facebook e em nossa página no Instagram.
Muitos fotógrafos adoram a técnica de borrar o movimento. Neste método, o rastro do movimento do objeto principal é registrado. Para conseguir esse efeito, é preciso uma velocidade baixa do obturador, isto é, um tempo de exposição longo.
Muitos fotógrafos adoram a técnica de borrar o movimento. Neste método, o rastro do movimento do objeto principal é registrado. Para conseguir esse efeito, é preciso uma velocidade baixa do obturador, isto é, um tempo de exposição longo.
A velocidade ideal vai depender do que você estiver fotografando. Para registrar os rastros de faróis de carros em uma fotografia noturna, por exemplo, é necessário que a exposição leve vários segundos ou até minutos.
Ao optar por velocidades baixas, é muito recomendado que você utilize um tripé ou tente apoiar a câmera em alguma superfície estável. Isso porque um mínimo movimento da câmera pode resultar numa foto inteiramente tremida.
Nas câmeras em geral, existe um modo “prioridade de velocidade do obturador”, em que você define apenas a velocidade e a máquina ajusta o ISO e a abertura automaticamente de acordo com a situação. Se preferir, pode também utilizar o modo manual e configurar esses controles da maneira que achar mais adequado.
Andrew Whyte é um fotógrafo britânico, apaixonado por fotografias de longa exposição. Seu portifólio contém fotos de cidades, do céu noturno e trabalhos com luz.
Na imagem Ben 10, Andrew registrou uma noite em Londres, bem em frente ao icônico Big Ben. Com uma longa exposição, o artista capturou diversos feixes de luzes dos carros que passaram durante o tempo em que o obturador ficou aberto. Pode-se ver tons de verde, vermelho, azul, amarelo, laranja e rosa. Essas cores vibrantes dão um aspecto mais vivo à cena. Percebe-se também reflexos de luz no chão e pingos na lente, que indicam chuva no instante em que a fotografia foi feita.
Que tal agora praticar? Pegue sua câmera, pense em algo legal, como os próprios carros à noite ou até mesmo a água corrente (para dar o efeito de véu de noiva) e pratique! Compartilhe suas fotos com a gente, usando a tag #fotografetododia!
Referências
• Leia isto se quer tirar fotos incríveis – Henry Carroll
A coluna dessa semana, traz um fotógrafo das ruas e do cotidiano!
A coluna #1min1foto é inspirada no projeto “Une minute pour une image” de Agnes Varda. Aqui, o participante é desafiado a olhar para uma foto, de escolha da editoria, durante um minuto e depois escrever suas impressões.
A fotografia neste caso assume à qualidade de espontaneidade. Uma captura de um detalhe da vida de tantos corpos inseridos na imagem mas que não tem intenção quanto as ações dele. O foco da imagem parece estar apenas no olhar vago e fixado da mulher de blusa azul marinho. Em direção ao olhar da personagem, há algumas flores amarelas, e interessante pensar neste contexto a simbologia em torno da cor. Que remete ao vibrante e é constantemente associada a alegria e energia, símbolo de agradecimento, lealdade para com o outro.
Não há vestígios de semelhança entre o significado da cor e a fisionomia da personagem, que carrega em sua feição sentimentos vagos, e difíceis de decifrar. O enquadramento é recluso mas alguns detalhes trazem aspectos de ambientação para imagem. Os corpos de modo geral, estão voltados para o horizonte, como se estivessem contemplando o momento.
Cartiê Bressão, Copacabana, 2016
A fotografia parece remeter ao culto a Rainha dos oceanos, Iemanjá. Esta divindade, que no Brasil, anualmente recebe uma procissão até seu templo, o mar. Os devotos usam branco e azul em sua homenagem, e a ela levam oferendas como flores, sabonetes, bijuterias. A imagem te leva a devaneios contém poucos detalhes mas sugere a sensação de que mais coisas acontecem fora do que está registrado. O horizonte é um destes detalhes, é uma mistura de contrastes, pouco se vê o mar, mas muito o céu. E numa linha tênue eles se fundem. No entanto, a mulher não se mostra apreciadora do fenômeno como os outros, algo preenche seu olhar, mas em contrapartida sua feição fechada não diz muito sobre o quê se passa em sua vida.
Bom, à título de curiosidade, após a experiência de analisar, durante 1 minuto, a fotografia. Dediquei-me a uma rápida pesquisa sobre o autor da imagem. Cartiê Bressão é pseudônimo do fotógrafo carioca Pedro Garcia de Moura, o nome é uma homenagem antropofágica ao também fotógrafo de rua do século xx, o francês Henri-Cartier Bresson. Em suas composições, o artista brasileiro tenta retratar o cotidiano carioca de uma maneira leve, como uma captura do momento. A imagem analisada foi retirada de sua página no Instagram, “cartiêbressão” . A legenda que acompanha a fotografia é um trecho de um poema do escritor Vinicius de Moraes que diz: “Uma beleza que vem da tristeza. De se saber mulher. Feita apenas para amar. Para sofrer pelo seu amor. E pra ser só perdão”. A fotografia foi tirada na praia de Copacabana em 2016.
E aí, o que acharam da fotografia? Façam esse exercício de observar uma foto por um minuto e compartilhe o resultado em nossas redes!!
Somos bombardeados por imagens a todo momento. A coluna #1min1foto dessa semana, traz um fotógrafo das ruas e do cotidiano, não deixe de ler!