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  • Fotografia Descolonizada

    Fotografia Descolonizada

    Como a fotografia acontece fora dos países que historicamente dominam esta área de atuação.

    Quando falamos de fotografia, é quase inevitável que a maioria das pessoas busque referências europeias e norte-americanas para se guiarem. Seja por interesse em compreender a história da fotografia, para buscar referências técnicas e conceituais para a inspiração de um portfólio ou por simples facilidade em encontrar fotógrafos e fotógrafas de países colonialistas. Por isso, este texto busca evidenciar artistas e profissionais de países muitas vezes esquecidos nos livros teóricos.

    Alberto Korda

    Compreender a história da fotografia do outro lado mundo auxilia na extensão do repertório cultural, além de proporcionar uma visão mais crítica e ampliada a respeito deste tema. Desde amantes desta arte/profissão até mesmo apenas curiosos, ver como a fotografia se desenvolve na ásia ou na américa latina pode ser enriquecedor devido a suas características próprias, sejam elas culturais ou técnicas.
    Se sentiu interessado por esta proposta, convido-o a viajar na arte e trabalho dos profissionais citados abaixo e desvendar o lado “B” da fotografia.

    Postagens do Percurso

    Questões Orientadoras

    • Os cinco primeiros tópicos são referentes a alguns dos países que compõem a Ásia. São eles: Japão, Índia, Irã, Rússia e Paquistão.
    • O sexto e sétimo tópicos são referentes a alguns dos países que compõem a África. São eles: Etiópia e Nigéria.
    • Do oitavo ao décimo terceiro tópicos são alguns dos países que compõem a América Latina. São eles: Brasil, Nicarágua, Cuba e México.
    #percurso é uma coluna de caráter formativo. Trata-se de pequenos roteiros  pelos conteúdos publicados no Cultura Fotográfica, elaborados para orientar o leitor em sua caminhada individual de aprendizado. Quer conhecer melhor a coluna #percurso? É só seguir este link.
  • Sobrevivência a qualquer custo

    Qualquer lugar é uma nova casa quando se enfrenta a perseguição e os horrores da guerra.

    Há seis anos o mundo vivia uma das maiores crises humanitárias desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A Guerra Civil na Síria, conflito que teve seu estopim em 2011 e permanece até os dias de hoje, teve como uma das principais motivações a revolta contra o presidente do país, Bashar al-Assad. Trazendo um número alarmante de pessoas que tentavam deixar a Síria a qualquer custo, com a destruição e perigo constante causados pelo conflito, para recomeçar a vida em outros lugares. Entretanto, muitos países adotaram políticas que barravam a entrada desses refugiados. 
    Refugiados sírios tentam passar por debaixo de uma cerca de arame para chegar à Hungria. Há uma mulher agachada passando por debaixo da cerca. Ela toca o chão com uma das mãos e olha para o lado com o rosto sério. A mulher ainda segura, com o outro braço, uma criança de colo. Atrás dela, vemos uma menina loira que se prepara para cruzar a cerca em seguida. Ela parece estar chorando. Ao lado da menina, um homem tenta passar por debaixo da cerca. Uma de suas mãos levanta o arame com cuidado e outra está prestes a tocar o chão. Atrás de todos eles está um homem de pé segurando uma manta. Todos os presentes na cena vestem roupas de frio apesar dos raios de sol sobre eles. Estão todos sujos de terra e envoltos em mato.
    Bernadett Szabo/Reuters

    A foto acima é da fotógrafa Bernadett Szabo para a agência de notícias Reuters, sendo premiada pelo Pulitzer em 2016, na categoria Fotojornalismo. Naquela edição, o tema central foi a questão dos refugiados. A imagem mostra sírios que atravessam a cerca tentando entrar na Hungria, país que buscava reforçar suas fronteiras para impedir que refugiados adentrassem em seu território. 

    Sem dúvidas, uma das primeiras sensações que me atingem quando olho para esta imagem é a de tensão. Não só pela situação agonizante. Afinal, se descobertos, aqueles imigrantes poderiam ser mortos, presos ou retornar para o seu país. Como também, pelo fato de haver uma criança chorando. Seu rosto transparece toda a energia daquele momento: o medo, a ansiedade e a incerteza que essas pessoas sentem ao tentar atravessar aquela cerca do modo mais imperceptível possível. 

    Outro ponto que me chama atenção na imagem é a expressão da mulher e como ela se porta naquele momento. Pois, parece agir da forma mais fria possível, segurando uma criancinha em um de seus braços e com os olhos atentos a qualquer presença que possa colocar tudo a perder.  O que traz uma certa estabilidade, um equilíbrio com o desespero expressado pela menina atrás dela.

    Outra coisa que não me escapa à mente enquanto observo a imagem é a reflexão sobre todo o contexto em que a foto foi tirada. Aquelas pessoas cujos direitos mais básicos para uma vida digna foram violados parecem ter perdido sua humanidade segundo o olhar dos outros. Vivendo em meio ao caos político que dura no país há tantos anos, não houve outra solução a não ser a fuga, mesmo que para um lugar em que eles não são bem-vindos. Penso que talvez eles jamais se imaginaram nessa situação e a sensação de estar na pele deles me atinge como um golpe físico. 

    Sinto também que, mesmo que eles tenham conseguido cruzar aquela fronteira, os problemas vão continuar em grande escala. A sensação de que podem ser deportados a qualquer momento e o preconceito perseguirão essas pessoas por muito tempo. Saber que esse problema perdura até hoje só reforça a ideia de que, independente da razão, numa guerra não há vencedores. Todos perdemos de alguma forma e alguns, infelizmente, muito mais do que outros.

    #leitura é uma coluna de caráter crítico. Trata-se de uma série de análises de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

    Como citar esta postagem

    MAIA, Amanda. Sobrevivência a qualquer custo. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/07/Sobrevivencia a qualquer custo.html>. Publicado em: 27 de out. de 2022. Acessado em: [informar data].
  • Vania Toledo

    Com olhar libertário a fotógrafa deixou sua marca na cultura brasileira. 

    Vania Toledo (1945-2020) foi uma fotógrafa brasileira que nasceu em Paracatu, Minas Gerais. Ela começou a fotografar de forma amadora em 1961, na cidade de São Paulo enquanto cursava Ciências Sociais na USP. Entretanto, o que era para ser apenas um hobby acabou se tornando uma profissão que lhe trouxe destaque por  registros ímpares da noite paulistana e de muitos artistas nacionais. Sendo muito querida nesse meio, ela é lembrada por imagens de Cazuza, Ney Matogrosso, Fernanda Montenegro e muitos outros artistas.
    Foto da atriz Fernanda Montenegro em preto e branco. Ela está sentada numa cadeira de madeira com estofado. O encosto tem imagens de folhas e flores. O fundo é esfumado e a atriz está de perfil, olhando para a câmera. Esboça um sorriso e arqueia as sobrancelhas.
    Vania Toledo

    Suas obras em preto e branco possuem as pessoas como os elementos centrais. Sobre esse último detalhe, Vania declarou em 2018: “Meu vício é gente. Gente atuante, libertária, gente que produz e faz arte, que gosta de viver como eu. Por isso ou por aquilo, sempre fotografei pessoas assim, com esse perfil.”
    Fotografia das atrizes em preto e branco. Nicete Bruno está sentada e coberta dos pés à cabeça por tecidos, remetendo aos tempos bíblicos. Ela segura Beth Goulart nua numa posição semelhante à Pietà de Michelangelo. Ao fundo, também esfumado, nota-se a sombra das duas.
    Vania Toledo
    Foto em preto e branco de Cazuza. Veste calça branca e sem camisa. Seus braços vão em direção à câmera e as mãos estão entreabertas. O fundo é branco levemente esfumado com cinza. Nele, vemos algumas bolinhas em preto e branco, dispostas de forma uniforme no fundo.
    Vania Toledo

    Foto em preto e branco de Marília Pera. Elegantemente vestida, com um colar e brincos de brilhante. Na frente dela, está um microfone antigo que remete aos anos 50. O fundo está desfocado.
    Vania Toledo

    Foto em preto e branco da atriz Regina Casé. Ela veste roupas simples e está com uma trouxa de tecido na cabeça remetendo a uma lavadeira. Suas mãos estão apoiadas na cintura, sendo que sua mão direita segura um objeto semelhante a uma escova de lavar e uma flanela. Ela olha para a câmera.
    Vania Toledo

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.


    Links, Referências e Créditos


    Como citar esta postagem

    MAIA, Amanda. Vania Toledo. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/07/VaniaToledo.html>. Publicado em: {colar data de publicação}. Acessado em: [informar data].
  • Palhaço triste?

    O estranhamento ao ver o símbolo do riso infeliz


    Quando pensamos em palhaços, ideias como circo, risadas, crianças e diversão são rapidamente associadas à personagem. A persona ‘Palhaço’ é símbolo de riso e felicidade. Afinal, na arte circense, é papel do palhaço produzir sorrisos e risadas do público. Porém, a foto abaixo retrata o palhaço de modo diferente do comum ao mostrá-lo de fisionomia triste, com um cigarro e numa foto sem coloração.


    A fotografia em preto e branco mostra um homem branco fantasiado de palhaço bem ao centro, em sua mão esquerda ele segura um cigarro, na direita com filhote de cachorro preto. Ele usa uma camiseta listrada com uma camisa xadrez por cima, gravata borboleta, chapéu e maquiagem. Ao fundo podemos ver um trailer e o céu nublado.
    Imogen Cunningham

    A fotografia de autoria de Imogen Cunningham, fotógrafa estadunidense do início dos anos 90, faz parte de um álbum chamado On the Street, “na rua” em tradução direta. Dentre as dezenas de imagens que compõem o álbum, esta foi uma que me chamou a atenção devido a este estranhamento que acontece ao serem colocados símbolos contrastantes na mesma fotografia. Pensar que um personagem que simboliza risadas se encontra infeliz gera uma certa inquietação, um sentimento de que algo está errado. Ao mesmo tempo, sabemos que o palhaço é um papel interpretado, desse modo a pessoa que o representa está tão sujeita a sentimentos infelizes quanto qualquer um. Este tipo de dualidade sempre me agrada na fotografia devido a não ser comum, ou ao menos incentivado na maioria das vezes, é algo que foge ao padrão. Imogen possui diversas imagens nesse estilo, com contrastes explícitos e também alguns mais interpretativos, tornando-se uma de minhas fotógrafas preferidas.


    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

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  • Imogen Cunningham

    Imogen Cunningham

    Botânica, nudez, paisagens e retratos são alguns dos temas fotografados pela fotógrafa 

    Imogen Cunningham nasceu em Portland, Estados Unidos, em abril de 1883. Seu interesse pela fotografia surgiu aos 18 anos, após a compra de sua primeira câmera. Imogen produziu diversos retratos, estudos sobre a nudez, street photography (fotografia de rua), imagens botânicas e de sua família, além de autorretratos. Durante os 70 anos em que produziu centenas de fotos preto e branco, poucos temas não foram abordados pela artista.

    A fotografia em preto e branco é composta por uma mulher branca, nua, de costas e com os cabelos presos num coque baixo, apoiada numa grande pedra que ocupa todo o fundo da foto.
    Imogen Cunningham

    A foto em preto e branco mostra um homem nu de costas, ele possui pele branca e cabelos escuros, e está tentando subir uma pedra, que ocupa todo o fundo da fotografia.
    Imogen Cunningham

    Ainda jovem, Imogen frequentou a Universidade de Washington, onde teve seu primeiro contato com a fotografia botânica. Entre 1907 e 1909, a artista trabalhou no estúdio de Edward Curtis, aprendendo diversas técnicas sobre impressão e retoque de negativos. Em 1910, abriu seu próprio estúdio de retratos em Seattle.

    Em 1915, a fotógrafa produziu fotografias de modelos nus que foram expostas em diversas galerias dos Estados Unidos, aumentando sua popularidade. Nesse mesmo ano, Imogen se casou e teve seu primeiro filho. No final de 1917, Imogen fechou seu estúdio em Seattle e se mudou para Califórnia, onde nasceram seus dois filhos gêmeos.

    Com filhos pequenos e reclusa à vida domiciliar, Cunningham se aprofundou no estudo da fotografia botânica por meio das plantas de seu quintal. Nos anos seguintes, também produziu um extenso ensaio fotográfico de seus três filhos e marido.

    A foto em preto e branco mostra três garotos, brancos e de cabelos curtos e escuros brincando na praia. Eles usam shorts, camisetas brancas e estão descalços. Um deles está sentado na areia, um segundo está de pé ao seu lado, e o terceiro está de pé com o tronco abaixado, pegando pedras no córrego que cobre seus pés, em frente aos outros dois.
    Imogen Cunningham

    Dos anos 20 a 40, Imogen conheceu fotógrafos famosos e fez diversas exposições nacionais e internacionais, além de produzir retratos de artistas como Frida Kahlo e Martha Graham. Mais adiante em sua carreira a fotógrafa participou do Grupo f/64, um coletivo de fotógrafos que produzia imagens extremamente focadas, detalhadas e com grande contraste, boa parte dessas fotografias retratavam paisagens em preto e branco. No site em que são expostas suas fotografias, uma seção que me chamou atenção foi “Hands”, uma série de fotografias que exibem, como o próprio nome explica, as mãos de diversas pessoas, realizando atividades diferentes. Diria que é um foco de trabalho um tanto incomum, porém que muito me interessou.

    A fotografia em preto e branco mostra um par de mãos, há um anel no dedo mindinho da mão direita. As mãos são refletidas na superfície de um grande balde de água.
    Imogen Cunningham

    Em fevereiro de 1975 Imogen fundou o Imogen Cunningham Trust a fim de exibir, preservar e promover seu trabalho fotográfico. A artista faleceu em 1976, aos 93 anos, em São Francisco, Califórnia.

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

     

    Links, Referências e Créditos

    Como citar esta publicação

    COUTO, Sarah. Imogen Cunningham. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em <https://culturafotografica.com.br/imogen-cunningham/>. Publicado em: 18/10/2022. Acessado em: [informar data].

  • Bibliografia Colaborativa: O Brasil oitoscentista visto pela fotografia colonial*

    Colabore com nossa pesquisa sobre a construção da imagem do Império do Brasil com base na abordagem colonialista da fotografia.
    Logo após o anúncio de seu desenvolvimento, a tecnologia fotográfica foi incorporada ao aparelho de expansão colonial das nações europeias. Neste contexto, ao longo do período da história do Brasil, conhecido como Segundo Reinado, diversos fotógrafos europeus ou educados na Europa documentaram as populações e o território brasileiro. Com isso, ao mesmo tempo em que construíram uma imagem para o império a partir de seus esquemas estéticos importados, educaram o olhar nacional para observar o país e seus cidadãos com base nestas mesmas convenções do olhar.


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

    O levantamento bibliográfico inicial que apresentamos abaixo foi organizado em torno de três palavras-chave principais, Império do Brasil, Fotografia oitocentista e Colonialismo(Imperialismo) europeu, e está aberto a contribuições. Envie-nos suas sugestões por meio da seção de comentários no final desta postagem.

    ALENCASTRO, Luiz Felipe (org.). História da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2019.
     
    ARAGO, Dominique François. Relatório. In: TRACGHTENBERG, Alan. Ensaios sobre fotografia: de Niépce a Krauss. Lisboa: Orfeu Negro, 2013, p. 35 – 44.
    ARRUDA, Rogério Pereira. A expansão da fotografia em Minas Gerais: um estudo por meio da imprensa, 1845-1889. Varia história, v.30, n.52, pp. 231-256, 2014. ISSN: 1982-4343. Disponível  em:  <https://www.scielo.br/j/vh/a/RkFCKjZbjsnthf3cwzdQ9Xs/>
    _______. O ofício da fotografia em Minas Gerais no século XIX, 1845-1900. Belo Horizonte: Edição do autor, 2013
    BASTOS, Mônica Rugai. Retratos do poder imperial no Brasil. Facom, n. 19, p. 42-51, 2008. ISSN: 1676-8221. Disponível em: <http://mirror.faap.br/revista_faap/revista_facom/facom_19/monicabastos.pdf>
    BENJAMIN, Walter. Estética e sociologia da arte. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
    BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Ciclo de palestras: A coleção do Imperador. Fotografia Brasileira e Estrangeira no século XIX. Anais da Biblioteca Nacional, v. 117, p. 7 – 77, 1997. ISSN: 0100-1922. Disponível em: <https://www.bn.gov.br/producao/publicacoes/anais-biblioteca-nacional-vol117>
     


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

    Natalia Brizuela / Companhia das Letras / Instituto Moreira Salles
    BRIZUELA, Natalia. Fotografia e império: paisagens para um Brasil moderno. São Paulo: Companhia das Letras; Instituto Moreira Salles, 2012.
     
    CASTRO, Hebe Maria Mattos; SCHNOOR, Eduardo (orgs.). Resgate: uma janela para o Oitocentos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.
    ERMAKOFF, George. O negro na fotografia brasileira do século XIX. Rio de Janeiro: George Ermakoff, 2004.
    FABRIS, Annateresa. Fotografia: usos e funções no século XIX. São Paulo: Edusp, 1998.
    _______. Identidades virtuais: uma leitura do retrato fotográfico. Belo Horizonte: UFMG, 2004.
    _______. A fotografia oitocentista ou a ilusão da objetividade. PORTO ARTE: Revista de Artes Visuais, v. 5, n. 8, p. 7 – 16, abr. 2012. ISSN 2179-8001. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/PortoArte/article/view/27523>
     
    FERREZ, Gilberto. A fotografia no Brasil: 1840 – 1900. Rio de Janeiro: Funarte, 1985.
     
    _______. Vida social no Brasil nos meados do século XIX. São Paulo: Global, 2013.
     
    _______. O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX. São Paulo: Global, 2012.

    _______. Casa Grande & Senzala. São Paulo: Global, 2003
    FREYRE, Gilberto; PONCE DE LEON, Fernando; VASQUEZ, Pedro. O retrato brasileiro: fotografias da Coleção Francisco Rodrigues 1840 – 1920. Rio de Janeiro: Funarte / Fundação Joaquim Nabuco, 1983.
     
    GRAHAM, Richard. Construindo uma nação no Brasil do século XIX: visões novas e antigas sobre classe, cultura e estado. Diálogos, v. 5, n. 1, p. 11 – 47, 17 jun. 2017. Disponível em: <https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/37703>
    _______. Cor e cidadania no Brasil escravocrata. Revista Maracanan, v. 1, n. 1, p. 31-55, dez. 2014. ISSN 2359-0092. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/maracanan/article/view/13243>.
    KOSSOY, Boris. Fotografia e História: as tramas da representação fotográfica. Projeto História, v. 70, pp. 9-35, Jan.-Abr., 2021.  Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/52357>
     
    _______. A fotografia além da Corte: expansão da fotografia no Brasil Império. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v. 22, n. 1, p. 109-122, nov. 2011. ISSN: 2237-8723. Disponível em: <https://revista.an.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/103>
    _______. Realidades e ficções na trama fotográfica. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002, p. 73 – 123.
    _______. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.
    KOSSOY, Boris; CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. O olhar europeu: o negro na iconografia brasileira do século XIX. São Paulo: Edusp, 2002. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=x9VAjl1vC9MC&lpg=PP8&hl=pt-BR&pg=PP8#v=onepage&q&f=false>
    KOUTSOUKOS, Sandra Sofia Machado. “O aprendizado da técnica fotográfica por meio dos periódicos e manuais – segunda metade do século XIX”. Fênix (UFU), v. 6, p. 0-0, 2009. Disponível em: <https://revistafenix.emnuvens.com.br/revistafenix/article/view/64>
     
    _______.”‘Amas mercenárias’: o discurso dos doutores em medicina e os retratos de amas – Brasil, segunda metade do século XIX”. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 16, p. 305-324, 2009. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-59702009000200002>
    _______. “‘Typos de negros no estúdio do photographo. Brasil, segunda metade do século XIX”.. Anais do Museu Histórico Nacional, v. 39, p. 1-25, 2007.Disponível em: <https://anaismhn.museus.gov.br/index.php/amhn/issue/view/49/>
    _______. “No estúdio do photographo, o rito da pose. Brasil, segunda metade do século XIX”. Revista Ágora (Rio de Janeiro), v. 5, p. 1-25, 2007. Disponível em: <https://periodicos.ufes.br/agora/article/view/1904>
     
    _______. Na “galeria dos condenados”: o aprendizado de um photographo. Studium, n. 15, p. 50 – 94, 2004. ISSN: 1519-4388. Disponível em: <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/11767>
     
     _______. “No estúdio do fotógrafo. Um estudo da (auto-)representação de negros livres e escravos no Brasil da segunda metade do século XIX”. Studium, Campinas, v. 9, p. 1, 2002. Disponível em: <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/10110>
    LAGO, Bia Corrêa; LAGO, Pedro Corrêa. Os fotógrafos do império: a fotografia brasileira do século XIX. Rio de Janeiro: Capivara, 2005.
    LAGO, Pedro Corrêa; FERNANDES JUNIOR, Rubens. O século XIX na fotografia brasileira. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2000.


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

     

    Capa do livro Escravos brasileiros do século XIX na fotografia de Christiano Jr.
    Mauricio Lissovsky e Paulo Cesar Azevedo / Ex Libris

     

    LISSOVSKY, Mauricio; AZEVEDO, Paulo Cesar (orgs.).  Escravos brasileiros do século XIX na fotografia de Christiano Jr.. São Paulo: Ex Libris, 1988 
     
    MAIO, Marcos Chor; SANTOS, Ricardo Ventura (orgs.). Raça, ciência e sociedade. Rio de Janeiro: Fiocruz / CCBB, 1996. Disponível em: <https://books.scielo.org/id/djnty>
     
    MARCH DE SOUZA, Patricia. Aos olhos do observador estrangeiro: a roupa na construção da escravidão no Rio de Janeiro. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v. 31, n. 2, p. 49-66, ago. 2018. ISSN: 2237-8723. Disponível em: <https://revista.an.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/938>
    MAUAD, Ana Maria. Entre retratos e paisagens: modos de ver e representar no Brasil oitocentista. Studium, n. 15, p. 4 – 43, 2004. ISSN: 1519-4388. Disponível em:  <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/11764>
    _______. “As Fronteiras Da Cor: Imagem E representação Social Na Sociedade Escravista Imperial”. Locus: Revista De História, v. 6, n. 2, p. 83 – 98, 2000. ISSN: 2594-8296. Disponível em: <https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20515>
    _______. Imagem e auto-imagem do Segundo Reinado. In: ALENCASTRO, Luiz Felipe. História da vida privada no Brasil: Império. — São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 181 – 231.
    MAUAD, Ana Maria; RAMOS, Itan Cruz. Fotografias de família e os itinerários da intimidade na história. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v. 30, n. 1, p. 155-178, jun. 2017. ISSN: 2237-8723. Disponível em: <https://revista.an.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/795>
    MOREL, Marco. A saga dos botocudos: guerra, imagens e resistência indígena. São Paulo: Hucitec, 2018, p. 285 – 327. ISSN: 2237-8723. 
    _______. Imagens aprisionadas e resistência indígena : os daguerreótipos de 1844. Studium, n. 10, p. 87–92, 2002. ISSN: 1519-4388 Disponível em:<https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/10152>
     
    _______. Cinco imagens e múltiplos olhares: as descobertas entre os índios e a fotografia no Brasil do século XIX. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. VIII, n.Suplemento, p. 1039-1057, 2001. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-59702001000500013
    MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Arquivos da polícia sob o foco da história. Revista do Arquivo Público Mineiro, v. 49, n. 1, p. 58 – 77,  jan. – dez., 2013. ISSN: Disponível em: <http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/acervo/rapm_pdf/2013A07.pdf>
    MUAZE, Mariana de Aguiar Ferreira. Violência apaziguada: escravidão e cultivo do café nas fotografias de Marc Ferrez (1882-1885). Revista Brasileira de História [online]. 2017, v. 37, n. 74. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1806-93472017v37n74-02>
     
    _______. O império do retrato: fotografia e poder na sociedade oitocentista. Projeto História, n.34, p. 169-188 , jun. 2007. ISSN: Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/2472>
     
    NARANJO, Juan. Fotografía, antropología y colonialismo (1845 – 2006). Barcelona (ES): Gustavo Gili, 2006.
    QUINTAS, Georgia. Os álbuns de família em Pernambuco: relíquia da memória visual e filtro da cultura. Studium, n. 37, p. 4–30, 2015. ISSN: 1519-4388. Disponível em: <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/12546>
     
    _______. Amas-de-Leite e suas representações visuais: símbolos sócioculturais e narrativos da vida privada do Nordeste patriarcal-escrevacrata na imagem fotográfica. Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, v. 8, p. 11-44, 2009.  Disponível em: <http://www.cchla.ufpb.br/rbse/QuintasArt.pdf>


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

    André Rouillé / Senac São Paulo

    ROUILLÉ, André. A Fotografia: entre documento e arte contemporânea. São Paulo: Senac, 2009.
    RYAN, James. Introdução: Fotografia colonial. In: VICENTE, Filipa Lowndes. O império da visão: a fotografia no contexto colonial português. Lisboa (PT): Edições 70, 2014, p. 31 – 42.
     
    SALLES, Ricardo. Nostalgia Imperial: escravidão e formação da identidade nacional no Brasil do Segundo Reinado. Rio de Janeiro : Ponteio, 2013. 
     
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    SALLES, Ricardo; MARQUESE, Rafael (orgs.). Escravidão e capitalismo histórico no século XIX: Cuba, Brasil e Estados Unidos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
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    SCHWARCZ, Lilia Moritz; DANTAS, Regina . O Museu do Imperador: quando colecionar é representar a nação. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, v. 46, p. 123-164, 2008. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34602/37340>
     
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    SEGALA, Lygia. O retrato, a letra e a história: notas a partir da trajetória social e do enredo biográfico de um fotógrafo oitocentista. Revista Brasileira de Ciências Sociais [online]. 1999, v. 14, n. 41. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-69091999000300010>
     
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    SEYFERTH, Giralda. A invenção da raça e o poder discricionário dos estereótipos. Anuário Antropológico, Rio de Janeiro, v. 93, p. 175-203, 1995. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7410192>
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    SICARD, Monique. A fábrica do olhar: imagens de ciência e aparelhos de visão (século XV – XX). Lisboa: Edições 70, 2006, 105 – 204.
     
    SKIDMORE, Thomas. Preto no branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
    TORAL, André Amaral. Imagens em desordem: a iconografia da Guerra do Paraguai. São Paulo: Humanitas, 2001, p. 77 – 97.
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    TURAZZI, Maria Inez. Retratos da “multidão faminta”: pobreza, visualidade e semântica das desigualdades. Artefacto Visual: Revista de Estudios Visuales Latinoamericanos, v. 6, n. 12, p. 86 – 108, dez. 2021. ISSN: 2530-4119. Disponível em: <https://www.revlat.com/_files/ugd/5373fb_daff619448484f5d9fbf33bf72375822.pdf#page=86>
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    _______. Imagens da cidade colonial nas imagens do século XIX. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v. 6, n. 1 / 2, jan. / dez., 1993. ISSN: 0102-700X. Disponível em: <http://www.arquivonacional.gov.br/media/v6_n1_2_jan_dez_1993.pdf>


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    Pedro Karp Vasquez / Metalivros

    VASQUEZ, Pedro Karp. O Brasil na fotografia oitocentista. São Paulo: Metalivros, 2003.
     
    _______. A fotografia no império. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
     
    _______. Dom Pedro II e a fotografia no Brasil. Rio de Janeiro: Index, 1986.

    VICENTE, Filipa Lowndes. O império da visão: a fotografia no contexto colonial português. Lisboa (PT): Edições 70, 2014.

    WATRISS, Wendy; ZAMORA, Lois Parkinson (eds.).  Image and memory : photography from Latin America, 1866-1994. Austin (US): FotoFest / University of Texas Press. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=GW9CdXDSKWEC&lpg=PP1&hl=pt-BR&pg=PT35#v=onepage&q&f=false>


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    Notas

    * Atualizada em setembro de 2022. Originalmente postada em março de 2022.
     
  • A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial*

    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial*

    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida em nosso Grupo de Estudos. Inscreva-se!
    Os meios de comunicação carregam traços de sua época e de seu lugar. Nesse sentido, André Rouillé (2009), em um estudo onde reconstitui o percurso da fotografia em sua migração do campo do útil para o do belo, comenta que esta nova tecnologia de fazer visível se desenvolveu em estreita ligação com alguns processos em curso na Europa durante o século XIX: a democratização, a monetarização, a industrialização, a urbanização, a expansão das metrópoles e a modificação na percepção de tempo e de espaço.
    Por sua vez, James Ryan (2014), em uma revisão de literatura sobre a fotografia colonial, observa que o desenvolvimento da fotografia ocorreu em paralelo à expansão do império europeu na segunda metade do século XIX. Por isso, tão logo os procedimentos para a produção de imagens fotográficas foram publicados, eles foram incorporados ao aparato de compilação de informações que permitia às autoridades coloniais exercer controle – real e simbólico – sobre populações e territórios distantes dos centros de decisão das metrópoles.
    Dominique François Arago (1839) em relatório acerca do Daguerreótio, solicita aos colegas deputados que imaginem a contribuição que esta nova tecnologia produção de imagens poderia ter oferecido a França se já fosse conhecida durante a expedição napoleônica ao Egito, entre os anos de 1798 e 1801.
    Plano aberto, em primeiro plano se vê a esfinge e ao fundo as pirâmides, no Egito.
    Maxime Du Camp
    A fotografia acima foi produzida por Maxime du Camp durante a expedição, patrocinada pelo governo francês, que realizou ao Egito, a Núbia e a Síria, entre os anos de 1849 e 1850, a respeito da qual ele comenta que fotografia desenterrou o país das  necrópoles e o expôs numa enciclopedia.
    Às imagens fotográficas foi atribuída a função mediadora de fazer presente o que é ausente e de trazer para próximo o que é distante (ROUILLÉ, 2009). Nesse sentido, Juan Naranjo (2006), em uma revisão do papel que a fotografia desempenhou como instrumento para o estudo do outro, acrescenta que, reconhecida como uma imagem que supostamente apagaria a fronteira entre realidade e representação, a ela foi atribuída a capacidade de substituir a experiência direta pela observação virtual.
    A fotografia não apenas estava inscrita nas experiências coloniais como também era constituidora delas (RYAN, 2014; VICENTE, 2014). As imagens fotográficas eram produzidas por e para colonizadores e tendiam a atender os interesses e as prioridades de quem as produzia e as consumia. Disso decorre que elas não apenas refletiam as paisagens, os povos e a vida colonial, mas, sobretudo, as construíam. Nesse sentido, Filipa Vicente (2014), em uma pesquisa acerca do uso da fotografia no contexto colonial português, destaca que as imagens fotográficas não apenas reproduziam as hierarquias de gênero, classe e raça latentes na sociedade colonial, como também as reificavam.
    A indústria de álbuns de vistas, a de cartões de visita e, posteriormente, a de postais aumentou a atividade fotográfica comercial. Colecionar fotografias tornou-se um fenômeno de massa em escala global. A partir da ação de alguns fotógrafos, lugares distantes e exóticos tornaram-se próximos e familiares mediante a representação de suas paisagens, seus povos e seus costumes segundo esquemas estéticos convencionais (RYAN, 2014; VICENTE, 2014). Nessa perspectiva, Naranjo (2006) acrescenta que o aumento na circulação de imagens impressas promoveu uma homogenização da informação visual e uma estereotipificação do outro.

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    A fotografia desembarca no Brasil

    Expedições de diferentes tipos, apoiadas por associações comerciais, organismos governamentais e sociedades científicas, promoveram a documentação fotográfica de distintas regiões do planeta. Apenas 5 meses após o anúncio da invenção do daguerreótipo, o abade Louis Compte, que integrava a tripulação do navio-escola L’Oriental-Hydrographe da marinha mercante francesa em sua expedição ao redor do globo, desembarcou no Rio de Janeiro e, no dia 16 de janeiro de 1840, produziu a primeira fotografia tomada em território brasileiro, uma vista do Largo do Paço.
    Recorte da edição de 17 de janeiro de 1840 do Jornal do Commercio, onde, sob a etiqueta "Noticias Scientificas", se lê: Photographia: Finalmente passou o daguerrotypo para cá os mares, e a photographia, que até agora só era conhecida no Rio de Janeiro por theoria, he-o actualmente tambem pelos factos que excedem quanto se tem lido pelos jornaes tanto quanto vai do vivo ao pintado. Hoje de manhã teve lugar na hospedaria Pharoux hum ensaio photographico tanto mais interessante, quanto he a primeira vez que a nova maravilha se apresenta aos olhos dos Brazileiros. Foi o abbade Comte quem fez a experiencia: he hum dos viajantes que se acha a bordo da corveta franceza L'Orientale, o qual trouxe  consigo o engenhoso instrumento de Daguerre, por causa da facilidade com que por meio delle se obtem a representação dos objectos de que se deseja conservar a imagem. He preciso ter visto a cousa com os seus proprios olhos para se poder fazer ideia da rapidez e do resultado da operação. Em menos de nove minutos o Chafariz do Largo do Paço, a Praça do Peixe, o Mosteiro de S. Bento, e todos os outros objectos circumstantes se acharão reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minuciosidade, que bem se via que a cousa tinha sido feita pela propria mão da natureza, e quasi sem intevenção do artista. Inutil he encarecer a improtancia da descoberta de que já por vezes temos ocupado os leitores; a exposição simples do facto diz mais do que todos os encarecimentos.
    Recorte da edição de 17 de janeiro de 1840 do Jornal do Commercio
    A chegada da fotografia ao Brasil, em 1840, coincide com o fim do Período Regencial e o início do Segundo Reinado. É importante destacarmos que havia 18 anos que o país deixara de ser uma colônia de Portugal. Nesse sentido, pode parecer inadequado o uso da expressão “fotografia colonial” para caracterizar a fotografia oitoscentista no Brasil. No entanto, optamos por sua utilização porque entendemos que o colonialismo não é apenas um sistema administrativo, mas é sobretudo uma ideologia que orienta discursos e práticas e que permaneceu atuante no país após sua independência política.
    Como um entusiasta da nova tecnologia, o imperador D. Pedro II atribuiu legitimidade à fotografia. Ele não apenas realizou tomadas fotográficas, como também se deixou fotografar em diversas ocasiões. Além disso, atuou como um mecenas, financiando e fomentando o ofício no país, e criou, segundo critéros próprios, uma coleção de imagens produzidas com a nova tecnologia de gestão do visível. Em um artigo sobre o agenciamento da fotografia pelo Imperador, Lilia Moritz Schwarcz (2014) destaca que o patrocínio do monarca tinha o objetivo de controlar a imagem de seu Império.
    Grupo de trabalhadores negros escravizados, composto por homens e mulheres e adultos e crianças, posam a frente do complexo cafeiro. Sobre o carro de boi, encontram-se alguns homens brancos.
    Marc Ferrez / Instituto Moreira Salles
    A imagem acima integra a série de 65 fotografias de fazendas de café do Vale do Paraíba produzida por Marc Ferrez entre os anos de 1882 e 1885. Nelas, é possível observar que as escolhas estéticas e técnicas feitas por seu autor valorizam o complexo cafeeiro e apaziguam as marcas da escravização dos trabalhadores.
    Naquilo que lhe concerne, Lygia Segala (1997, p. 59), em um debate sobre a construção social do ofício fotográfico no Brasil oitoscentista, destaca que, na época, um dos modos de reconhecimento profissional era a realização, sob os auspícios de notáveis, de expedições “interessadas no registro valorativo, factual e pitoresco da paisagem e do povo, pontos de aplicação de um olhar que se refaz pela crença no testemunho iconográfico”. A historiadora acrescenta que a documentação do trabalho nas fazendas e o anúncio de territórios promissores e vazios inseria esses empreendimentos em um projeto maior, o da nova colonização.


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    A conquista do território e do visível

    Assumindo, por princípio, que toda técnica de produção de imagens funda um regime de visibilidade que lhe é próprio, Maurício Lissovsky (1997, p. 29), em uma palestra sobre a Coleção Teresa Cristina, de fotografias reunidas por D. Pedro II, comenta que ela testemunha que, sob o olhar do monarca, “o visível aparece como um império”. O historiador destaca que, logo após sua invenção, a fotografia foi utilizada como um “instrumento de conquista e ocupação dos territórios invisíveis” (LISSOVSKY, 1997, p. 36).

    Schwarcz (1997, p. 75), por sua vez, ressalta que a coleção elaborada por D. Pedro II “revela uma representação do país ou uma representação do se quer ver nesse país e do que se quer do Segundo Reinado”. No entanto, apesar do esforço do Imperador para projetar a imagem de uma nação semelhante às da Europa, o Império, a partir de uma perspectiva eurocêntrica compartilhada pelo próprio monarca, fez-se notar, sobretudo, por aquilo que tinha de exótico.

    Lissovsky (1997) pondera que a cada regime de visibilidade corresponde um de invisibilidade. No invisível da coleção Teresa Cristina estão sobretudo, os negros e os indígenas. É verdade que os encontramos em algumas fotografias. Nelas, Schwarcz (2014) observa que, enquanto os primeiros aparecem como meros figurantes sem identidades, os segundos aparecem estilizados de acordo um esquema estético já convencionado na literatura e na pintura nacional, o indigenismo romântico.

    Ao contrário das fotografias do sistema escravocrata, legalmente em vigor no país, que, excluídas do discurso visual oficial, permaneceram dispersas em vistas, cartes de visite, tipologias produzidas para o exterior, estudos pseudocientíficos e documentos administrativos. Nessa perspectiva, a historiadora (SCHWARCZ, 2014, p. 397) destaca que “o escravismo representava o oposto da imagem civilizada e progressista que o país procurava veicular”.


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    Olhar estrangeiro sobre o Brasil

    Em um artigo sobre a representação do Brasil na fotografia oitocentista, Ana Maria Mauad (2004) observa que esta nova tecnologia de gestão do visível foi empregada na construção da imagem e da auto-imagem da nação. A historiadora pondera que essa representação foi produzida por fotógrafos estrangeiros ou educados no estrangeiro que, ao mesmo tempo em que mostravam as populações e o território brasileiro ao país e ao mundo, educaram o olhar nacional para observar e representar o Brasil e os brasileiros a partir de esquemas estéticos exóticos e colonialistas.

    Urge, portanto, desconfiar das aparências convencionadas e dos modos de ver propostos nestas imagens fotográficas. Nesse sentido, compreender os agenciamentos da e na fotografia na construção da imagem do Brasil no período do Segundo Reinado constitui-se como uma tarefa de grande relevância. Para tanto, faz-se necessário a realização de pesquisas que, articulando perspectivas formalistas, voltadas para o estudo de gêneros e estilos artísticos, e historicistas, voltadas para a interpretação de contextos e de fatos históricos, apreenda a historicidade das imagens e das práticas fotográficas.


    #artigos é uma coluna de caráter ensaístico e teórico. Trata-se de uma série de textos dissertativos por meio do qual o autor propõe uma reflexão fundamentada acerca de um ou mais elementos que constituem a cultura fotográfica. Quer conhecer melhor a coluna #artigos? É só seguir este link.

    Notas

    * Este artigo é uma atualização do artigo O império do olhar: o Brasil oitocentista visto pela fotografia colonial e propõe apresentar a síntese de algumas das reflexões desenvolvidas ao longo do III Ciclo de Debates de nosso Grupo de Estudos, composto por quatro encontros realizados no período entre março e junho de 2022. Abaixo, você poderá assistir as gravações dos debates realizados neste ciclo.

     


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    Referências bibliográficas

    ARAGO, Dominique François. Relatório. In: TRACHTENBERG, Alan. Ensaios sobre fotografia: de Niépce a Krauss. Lisboa (PT) : Orfeu Negro, 2013, p. 35-44.
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    MAUAD, Ana Maria. Entre retratos e paisagens: modos de ver e representar no Brasil oitocentista. Studium, n. 15, p. 4 – 43, 2004. ISSN: 1519-4388. Disponível em: <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/11764>
    NARANJO, Juan. Fotografía, antropología y colonialismo (1845 – 2006). Barcelona (ES): Gustavo Gili, 2006.
    ROUILLÉ, André. A Fotografia: entre documento e arte contemporânea. São Paulo: Senac, 2009, p. 29 – 134.
    RYAN, James. Introdução: Fotografia colonial. In: VICENTE, Filipa Lowndes. O império da visão: a fotografia no contexto colonial português. Lisboa (PT): Edições 70, 2014, p. 31 – 42.
    SCHWARCZ, Lilia Moritz. Lendo e agenciando imagens: O rei, a natureza e seus belos naturais. Sociologia & Antropologia, v. 4, n. 2, p. 391 – 431, out. 2014. ISSN: 2238-3875. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/sant/a/XSKfP5J5QypfvMqdfssR6Jg/>
    _______. As barbas do Imperador entre os Trópicos e a Modernidade. In: BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Ciclo de palestras: A coleção do Imperador. Fotografia Brasileira e Estrangeira no século XIX. Anais da Biblioteca Nacional, v. 117, p. 7 – 77, 1997. ISSN: 0100-1922. Disponível em: <https://www.bn.gov.br/producao/publicacoes/anais-biblioteca-nacional-vol117>
    SEGALA, Lygia. O espaço de produção social da fotografia no Rio de Janeiro nos anos 1850. In: BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Ciclo de palestras: A coleção do Imperador. Fotografia Brasileira e Estrangeira no século XIX. Anais da Biblioteca Nacional, v. 117, p. 7 – 77, 1997. ISSN: 0100-1922. Disponível em: <https://www.bn.gov.br/producao/publicacoes/anais-biblioteca-nacional-vol117>
    VICENTE, Filipa Lowndes. O império da visão: a fotografia no contexto colonial português. Lisboa (PT): Edições 70, 2014.

    Como citar esta postagem

    VALLE, Flávio Pinto. A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/a-construcao-da-imagem-do-segundo-reinado-pela-fotografia-colonial/>. Publicado em: 5 de set. de 2022. Acessado em: [informar data].
  • Otto Stupakoff

    Pioneiro na fotografia de moda no Brasil.


    Otto nasceu em 1935, em São Paulo. Em 1943, ganhou uma máquina fotográfica do pai. Por falta de perspectivas profissionais no Brasil, mudou-se para os Estados Unidos e ingressou na Art Center College of Design, onde iniciou sua carreira como fotógrafo de moda. 


    A fotografia, em preto e branco, mostra em primeiro plano uma mulher de traços caucasianos, trajando chapéu, regata, saia longa, camisa social  sobreposta aos ombros, sapato de salto e acessórios. Ela mira com olhar de espanto para trás, onde tem dois garotos sem sapatos carregando caixotes e uma caixa de madeira no ombro. Apesar disso, ela não parece estar olhando para os meninos, e sim para algo além, que não foi captado pela fotografia. Em segundo plano, em uma esquina, um grupo de pessoas observam com curiosidade a mulher.
    Otto Stupakoff


    No Brasil, Otto trabalhou como fotógrafo para agências e para a gravadora Odeon, onde desenvolveu capas de álbuns de músicos renomados, como Dorival Caymmi e Luiz Bonfá. Ainda, firmou parceria com Oscar Niemeyer e foi retratista de celebridades, como Pelé e Tom Jobim.

    Nos Estados Unidos, Otto conheceu pessoas como Carmen Miranda e Coco Chanel, e trabalhou para a revista de moda Harper ‘s Bazaar. O fotógrafo desenvolveu um estilo único, marcado por fotos em preto e branco e muita ousadia. Em 1973, mudou-se para Paris, onde trabalhou para a Vogue. 

    Apesar de ser reconhecido como fotógrafo de moda e retratista, seu trabalho não foi dedicado exclusivamente a isso, formando um acervo diverso.


    Na fotografia em preto e branco, uma mulher de cabelo cacheado e sobretudo encara um gorila, que está dentro de uma jaula de vidro. O gorila está de boca aberta, e a mulher imita o movimento, dando a impressão de que está sonolenta. Um de seus cotovelos está apoiado no vidro, e o outro braço está apoiado em sua cintura.
    Otto Stupakoff

    A fotografia, em preto e branco, foi feita em uma praia, e  a única pessoa que aparece é Tom Jobim. Ele é jovem, tem cabelo liso, olha sorridente para a câmera, está vestido de camisa social e suéter, e seus braços estão postos para trás.
    Otto Stupakoff


    A fotografia, em preto e branco, mostra uma mulher que usa chapéu, vestido, sapato de salto e maquiagem, caindo sobre uma cerca. Ela está deitada no chão, com uma das pernas levantadas, e olha sorridente para a câmera.
    Otto Stupakoff

    A fotografia, em preto e branco, mostra uma mulher, na frente de um prédio, beijando um homem no rosto enquanto segura a coleira de três cachorros. Ela está bem penteada e vestida, e o homem também. Trata-se da atriz norte-americana Lois Chilez.
    Otto Stupakoff

    A fotografia, em preto e branco, mostra uma mulher branca e magra deitada nua sobre uma cama. Ela tapa seus olhos com o cotovelo, e traz as pernas juntas, escondendo as entranhas.
    Otto Stupakoff

    A fotografia mostra, em primeiro plano, uma mulher jovem, de cabelo curto, trajando chapéu, blusa estampada e saia rodada, de braços abertos, curvada e sorrindo, tentando se equilibrar numa superfície rochosa. Do outro lado dela, em outra superfície rochosa, um casal de homem e mulher, vestidos de bermuda e blusa social, calçando botas, apontam para a jovem, rindo.
    Otto Stupakoff

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.


    Links, Referências e Créditos


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  • Ordem e progresso

    Ordem e progresso

    Lembranças de um passado ditatorial nem tão distante.

    A imagem abaixo foi fotografada por Orlando Brito em 1991, em Brasília, e mostra soldados militares marchando em frente a bandeira do Brasil. As fotografias do autor retratam momentos e personagens marcantes da história brasileira, narrando temas como política, sociedade e cultura.

     

    Fotografia em preto e branco de soldados militares fardados e em filas segurando armas apontadas para cima, ao fundo encontra-se a bandeira do Brasil.
    Orlando Brito

    A bandeira do Brasil possui uma frase, com conotação positivista, que clama por ordem e progresso. Sempre ao olhar para a bandeira, essa frase me vem à mente, sem mesmo a ler, ela já é um elemento associado. Policiais e soldados são outros objetos que constantemente também são associados à ordem. A fotografia de Orlando Brito faz uma combinação dos dois objetos na fotografia, ligando-os por esse elemento em comum: a ordem.

    A ligação entre esses dois elementos pode ser percebida facilmente ao olhar a imagem, a forma como os soldados estão alinhados com suas armas apontadas para cima e no fundo a bandeira gigante em comparação com eles. Em primeiro plano, as sombras se destacam mais, sombreando o rosto dos soldados, e ao fundo, a bandeira se ilumina, em contraste.

    Essa imagem me faz refletir sobre como não estamos distantes desse passado, onde a ordem estava acima dos direitos civis. A cada dia que passa, a democracia que se diz ter no país é mais uma vez agredida por políticos e policiais que passam por cima da população para garantirem os seus próprios benefícios. A ordem que muitos políticos dizem que é necessária se instaurar no país é apenas uma forma de calar novamente a sociedade que clama por seus direitos.

    Diante da ordem em favor do progresso, muitos se veem sem saída ou como reclamar de sua situação, pois o que o país está passando, segundo a classe dominante, é em benefício de algo maior. Os direitos vão sendo revogados, assim como a liberdade de expressão e a liberdade de fazer questionamentos. Ao mínimo sinal de revolta a polícia é acionada para deter os protestos de uma população oprimida. 

    Ao olhar os jornais é possível ver que não estamos tão distantes dessa realidade, pessoas são agredidas, presas e mortas, pois estavam violando a ordem estipulada pelas atuais políticas. Tudo o que se vê, não é ordem, mas sim uma dissimulação da palavra que é usada contra o povo.

    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

     

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