Categoria: Fotógrafas e Fotógrafos

* Categoria de hierarquia superior.

  • Andy Goldstein

    Andy Goldstein

    Nascido em Buenos Aires, Andy Goldstein – hoje com 79 anos – é um fotógrafo argentino. Sua obra mais famosa, intitulada como “Vivir en la Tierra”, conta, por meio do retrato, a vivência de famílias em condição de vulnerabilidade socioeconômica.

    Andy em um cenário que aparenta ser uma galeria de fotos. Ele veste uma camisa preta e está centralizado na imagem, olhando diretamente para a câmera.
    Andy Goldstein

    Criado em uma família de ópticos, teve acesso ao mundo da fotografia desde criança, mas, não via o trabalho como uma profissão. Então, ingressou na faculdade de biologia, quando, por acaso, após realizar um ensaio para um amigo, ganhou visibilidade e começou a receber propostas de trabalho.

    Em 1968, abriu seu primeiro estúdio fotográfico na avenida de Las Heras de Buenos Aires. Já na próxima década, Andy fundou a Escola de Fotografia Criativa, objetivando impulsionar a formação profissional que era pouco desenvolvida na cidade. Goldstein conta, em uma entrevista dada ao canal Fotógrafxs Argentinxs, sua relação de respeito com seu processo de inspiração. Quando está sem criatividade, ele afirma que concentra-se em si mesmo e foca em seu processo interno, para que consiga ter êxito no trabalho.

    Menina de pele clara e cabelos loiros com a mão no nariz. Ela usa uma camisa de botão e manga longa, e encontra-se em um cenário pobre. Ao fundo, há latões e outros objetos metálicos.
    Andy Goldstein
    Há cinco pessoas na foto, dois homens, duas mulheres e um bebê. Aparentemente, são da mesma família, visto que se parecem fisicamente uns com os outros. Estão em cima de uma cama e em um cenário de pobreza e caos. Em torno, há várias outras camas, roupas e diversos pertences amontoados.
    Andy Goldstein
    Há quatro pessoas na foto, todas escoradas em uma poltrona. Encontram-se em uma casa humilde, com móveis simples e um buraco nítido no teto.
    Andy Goldstein
    Foto em preto e branco de uma menina em uma cozinha simples e deteriorada. Ela veste uma camisa branca, uma saia xadrez, e parece assustada. No cenário, há um fogão antigo, algumas panelas, um bujão de gás e uma mesinha.
    Andy Goldstein


    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

    Como citar esta postagem

    SOARES, Maria Clara.Andy Goldstein. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/andy-goldstein/>. Publicado em: 11 de out. de 2022 . Acessado em: [informar data].

  • Céu e mar: do infinito e além

    Leitura com destino às terras férteis da imaginação


    O que se vê, em primeiro plano, é um barquinho navegando no mar. Em segundo, quase imperceptível, há outro barco. Atrás dele, escondido sob uma espessa neblina, há prédios. Em terceiro e último plano, minuciosamente, é possível ver uma rocha. Sem mais perspectivas de vermos qualquer coisa, no entanto, nos deparamos com uma espessa camada de nuvem, de onde surge o emblemático Cristo Redentor. 


    Em primeiro plano, há um barco velejando no mar. Em segundo plano, esmaecida pela neblina, está a cidade do Rio. No céu, há uma espessa camada de nuvens, de onde surge o Cristo Redentor.
    Luiz Bhering

    A neblina, de certo modo, produziu um efeito de descontinuidade aos elementos da foto, separando o barco no primeiro plano e o Cristo Redentor, no céu, enquanto que a cidade e seu relevo tornaram-se secundários, despercebidos em um primeiro olhar. Ao menos, essa foi minha experiência.

    Por causa deste efeito, céu e mar se confundem até que, inesperadamente, há uma ruptura, seja pelo barco no mar, seja pelo Cristo sobre as nuvens. Me parece uma imagem do além, onde um navegante conduz as almas protegidas por Deus. Aliás, a cidade embaçada parece ser fantasmagórica, aparecendo e sumindo.

    Quando analisei essa imagem pela primeira vez, me lembrei do bordão do personagem Buzz Lightyear, da franquia Toy Story, “ao infinito e além”. É lógico que, ao pé da letra, esse bordão é mera redundância, no entanto, com a devida licença poética, seu uso parece assertivo, porque reforça a ideia de tempo e espaço infindáveis. 

    Essa é uma fotografia “do infinito e além”. Apesar de ser uma fotografia feita no tempo e no espaço do Planeta Terra, em nossa abstração ela pode parecer domínio de outros lugares, de outros tempos, universos que só existem graças à nossa imaginação e criatividade. 

    Para sentir essa fotografia é preciso entrar em estado contemplativo. Ela é potente por ser lúdica e encantadora. Ela te estende as mãos e te convida para um passeio que, se feito com sensibilidade, extrapola os limites da realidade. O que era para ser um dia nublado no Rio de Janeiro pode tomar outras formas, evocar fantasias, aguçar a imaginação.


    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.


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  • Rio de Janeiro por Luiz Bhering

    Fotógrafo e artista visual carioca. 


    Como muitos fotógrafos brasileiros, Luiz Bhering estudou Fotografia no exterior, no City Polytechnic of Arts and Design, em Londres. No Brasil, ele exerce as profissões de fotógrafo e printer de Fine Art. Carioca da “gema do ovo”, a cidade do Rio é o cenário principal de suas fotografias.   


    A fotografia mostra o pôr do sol em uma praia no Rio de Janeiro. Em primeiro plano, é possível ver a silhueta de oito pessoas brincando no mar. No fundo, morros característicos da paisagem carioca compõem a cena.
    Luiz Bhering

    O artista participa ativamente de exposições de fotografia no Rio e em São Paulo. Ele já expôs em universidades, centros culturais, na Bienal Brasileira de Artes Plásticas, além de ter sua própria exposição, a Fábrica Bhering – Circuito Interno Bhering. 

    Além disso, em 2018, suas fotos participaram do programa “Encontro com Fátima Bernardes”. Entre os anos de 1994 e 1997, Bhering realizou projetos para a editora espanhola HOLA, onde também publicou uma reportagem fotográfica. Em 2018, publicou na revista francesa AM Magazine Mensuel Avril.

    O fotógrafo possui premiações em concursos e exposições. Em 2020, expôs “Território de Pesca e Poesia”, “Rio 50 graus” e “Lugar de Afetos”, todos no Rio.


    A fotografia retrata a Ilha Fiscal, na zona portuária do Rio de Janeiro, no exato instante em que um avião passa no centro da torre principal do palacete, criando a percepção de que o prédio o sustenta.
    Luiz Bhering

    A fotografia mostra o anoitecer em uma praia carioca. Em primeiro plano, há uma canoa com dois homens atracada na areia. Como se estivesse saindo da canoa, há um coqueiro. Atrás, avista-se o mar e parte da cidade, respectivamente.
    Luiz Bhering

    A foto retrata uma praia, a partir da areia inundada pela maré. Há uma vara de pesca firmada na areia. Os morros circundam a paisagem, entre eles, o Morro do Sumaré, com suas torres, e o Morro do Corcovado, com o Cristo Redentor.
    Luiz Bhering

    A fotografia mostra um homem negro tocando saxofone em uma praia carioca. Ele está em primeiro plano. Ao fundo, um recorte da cidade, o Morro Dois Irmãos e a Pedra da Gávea.
    Luiz Bhering

    A fotografia mostra o céu do Rio de Janeiro, no exato instante em que um avião passa pelo Cristo Redentor. O sol aparece na foto.
    Luiz Bhering

    A fotografia mostra o crepúsculo na cidade de Niterói. No primeiro plano, o mar. Em segundo, o Museu de Arte Contemporânea. Atrás, é possível ver a cidade.
    Luiz Bhering

    A foto retrata duas pessoas com roupas de Carnaval em cima de duas estátuas. Uma delas, aparentemente uma mulher, beija um dos anjos. O homem, em pé nas costas da mesma estátua, olha a cena rindo.
    Luiz Bhering


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  • A aventura vai começar

    A aventura vai começar

    Um garoto sozinho sai para visitar o mundo real e suas dificuldades

     

    Em Seul, crianças brincam no conforto de seus quartos acarpetados, numa casa com as melhores tecnologias da terceira década do século 21. Enquanto em Jakarta uma criança exemplifica a realidade de inúmeras outras ao redor do globo. Esse menino é um herói em sua própria fantasia, erguendo sua capa contra a tirania de um mundo cruel e austero que seus olhos não são capazes de identificar verdadeiramente.

    Um menino gira sua camisa acima de sua cabeça em primeiro plano. Ele está imerso até os joelhos numa rua inundada em Jakarta. Ao seu redor, diversos estabelecimentos comerciais se estendem numa foto em preto em branco destacando o céu carregado.
    Fanny Octavianus

     

    Esse menino não tem nenhuma proteção contra possíveis doenças que a água suja de uma inundação possa lhe causar. Sua bermuda não lhe traz segurança e seu tórax está exposto. Ele se diverte sem o auxílio de qualquer responsável e parece resoluto em sua caminhada naquela rua inundada.

    A fotografia em preto e branco realça um centro comercial fantasmagórico. Não é possível identificar nenhuma pessoa ou vida além das paredes de concreto que formam um corredor único, ladeando o garoto. O próprio céu com nuvens carregadas criam uma espécie de teto acima da cabeça do menino, como se o mundo estivesse lhe dizendo para onde ir e por onde ir.

    A falta de escolha e oportunidades na vida não me escapam aos olhos. E isso é o que acontece com muitas crianças pobres no mundo. São essas crianças, desprovidas de iphones e coleções de brinquedos que estimulam a criatividade e as atividades físicas para se divertirem com o pouco ou com o nada que têm.

    Além da diversão, essas crianças crescem sem as mesmas ferramentas, oportunidades, educação ou acesso à meios que possibilitem, futuramente, uma inserção num mercado de trabalho com a mesma facilidade que as crianças ricas possuem.

    Na cena, o que era uma fantasia infantil, vira um meio de tornar a realidade mais palatável. Brincar com o caos ao seu redor, uma solução temporária para suportar o peso da vida, mas que pode ser letal.

    É claro, uma criança jamais veria perigo numa rua inundada; seus olhos são infantis e ingênuos. Uma criança pobre, talvez enxergasse menos perigo ainda. Me colocando no lugar daquele menino, uma rua inundada seria pura diversão e possibilidades de explorar o mundo, de experimentar a sensação de suas canelas tocando a água, e tornar a travessia uma jornada admirável e tão fantasiosa quanto Papai Noel para crianças ricas ocidentais.

    O garoto estando no meio da rua demonstra sua posição heroica e desbravadora. Ele aparenta até mesmo possuir uma estatura muito maior do que a que de fato possui. Pois, está tão centralizado na fotografia que de certo modo o centro comercial se torna achatado e o céu compactado.

    Ainda que ele seja um herói em sua própria fantasia, aquele menino é só mais uma vítima de um mundo desumano e desigual. Essa aventura fantasiosa que o menino traça naquela rua me parece previsão duma árdua jornada futura. Jornada esta que remete a vida real, hoje, 12 anos após ter sido fotografado.

    Sem as tecnologias de uma casa acolhedora e segura da terceira década do século 21 e sem um adulto o supervisionando, esse menino está exposto três vezes, desfavorecido três vezes: pelo governo que deveria cuidar de questões de saneamento básico, pelos responsáveis legais que deveriam cuidar de sua integridade e saúde física e pela sua própria ingenuidade.

    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

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    BRITO, C. S. A aventura vai começar. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: https://culturafotografica.com.br/a-aventura-vai-comecar/ Publicado em: 29 de Set. 2022. Acessado em: [informar data].
  • Clark Little

    Clark Little

    Surfista e fotógrafo apaixonado pela água do mar

     

    Clark Little, 54 anos, é um renomado fotógrafo e surfista, nascido em Napa, Califórnia, em 1968. Viciado em arrebentações perigosas, estar no mar é estar numa zona de conforto. “É sempre diferente. As luzes, as cores, a água, a areia e o que acontece com ela. E estar lá para capturar isso e compartilhar com o mundo… que sonho!”.

    Clark Little fazendo hang loose no mar. Atrás dele uma costa rochosa e um arco-íris.
    Clark Little

    Em 2007, Clark descobriu sua paixão pela fotografia e pelo hobby de surfar e fotografar imagens de tubos, ondas e das belezas dos mares. Sendo um experiente surfista, conseguiu fotografar imagens inalcançáveis para outras pessoas aquém de suas habilidades sob o mar. E por conta disso, ganhou notoriedade internacional, inclusive no Brasil. Tendo sido publicado em jornais e revistas como: National Geographic, The New York Times, The Surfer’s Journal, entre outras. Ele também trabalhou para diversas empresas correlacionadas, como: Nike, Nikon, Facebook, Starbucks Coffee, Toyota, entre outras.

    Fotografia de Clark Little fotografando uma onda de aproximadamente quatro metros de altura.
    Clark Little

    Tartaruga nadando em destaque. Acima da superfície é possível ver coqueiros e outras árvores.
    Clark Little

    Imagem de onda espumante em contraste com um céu nublado ao pôr-do-sol.
    Clark Little

     

    Imagem submersa de uma onda se quebrando. As cores são vivas e intensas e é possível enxergar um contraste muito vivo de luz e sombras na areia do mar.
    Clark Little    

    Arrebentação se formando com um contraste único de cores. A areia tem tons esverdeados e o mar é azul translúcido.
    Clark Little

     

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.
     

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  • Liberdade de ser mulher

    Liberdade de ser mulher

    A autora dessa imagem, Claudia Regina, é conhecida por retratar apenas mulheres, com o pré-requisito de que as fotografias sejam feitas de forma natural e sem modificações estéticas virtuais. O motivo é a discordância de Claudia aos padrões corporais e psicológicos estabelecidos para as mulheres na sociedade. Além disso, ela acredita que a modelo fique mais confortável e à vontade em um contexto no qual sabe que sua aparência é respeitada.

    Mulher gargalhando enrolada em uma cortina transparente. Aparentemente ela está nua e confortável com a exposição.
    Claudia Regina
     

    Sinto felicidade ao analisar esse retrato, porque, ao meu ver, ela sorri expressando confiança. Me passa a sensação de que não se importa com julgamentos alheios, que sabe se divertir sozinha e aproveitar os reais valores da vida.

    Apesar de não conhecê-la, tenho admiração por essa mulher. Admiração pela leveza com que ela parece levar a vida. Admiração pela autoestima e confiança de se deixar ser fotografada nua. Admiração por esse sorriso tão sincero e singelo em um lugar no qual é tão difícil ser mulher, como o Brasil.

    Quando a olho, de certo modo, me sinto convidada a gargalhar junto, pois ver o cenário em que ela está e a forma em que se encontra é acolhedor e reconfortante.

    Lugar onde existe o machismo, a vulnerabilidade e a sexualização da mulher de forma potencializada. Lugar onde a mulher é vista como um objeto sexual, que deve seguir comportamentos e padrões físicos para agradar aos homens. Lugar onde a mulher tem seu corpo constantemente julgado e exposto a procedimentos estéticos para alterar o que é natural e socialmente visto como “feio”. Não é à toa que o país lidera o ranking mundial de cirurgias plásticas, sendo a lipoaspiração a mais frequente.

    Por isso, a exalto pela entrega, de corpo e alma, ao momento do retrato. De certo modo, até a invejo pelo sentimento que desperta em mim: o de sentir-se autossuficiente. A impressão que tenho ao visualizar esta foto é que a modelo está extremamente contente consigo mesma, que tem consciência de seu valor como pessoa, profissional e que, como mulher, sabe reconhecer sua sensualidade. Não exclusivamente física, mas a de um ser humano empoderado, que se conhece e não tem medo de afirmar seus limites.

    Além disso, a liberdade que ela aparenta é convidativa. Me faz refletir sobre os limites ou a falta deles ao longo da vida. Será que são todos realmente necessários? Será que permanecer em uma situação desconfortável é falta de limites? Até que ponto estamos nos privando da verdadeira felicidade?  São questionamentos que a imagem me faz ter. 

    Espero que, no futuro, todas as mulheres, assim como a modelo, se sintam confortáveis e livres para sorrir tão verdadeiramente. 

    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

  • Claudia Regina

    Claudia Regina

    “Quero captar a essência da mulher. E quero que ela se reconheça com alegria nessa imagem. Sem tabus”, afirma Cláudia em seu blog de fotografia: Apaixonadarte.

    Suas fotos buscam representar a beleza dos diferentes tipos de corpos, cabelos e peles. Trazem diversidade e representatividade de mulheres à mídia.

    Claudia Regina posicionada de perfil. Ela está maquiada e tem o cabelo raspado. Em suas costas, há uma tatuagem, aparentemente de uma árvore, que chama atenção na fotografia.
    Claudia Regina

    Claudia começou sua carreira editando imagens em um estúdio, mas, inicialmente, não tinha desenvolvido interesse pela arte de fotografar, era exclusivamente pelo salário. Naturalmente, esse cenário mudou e ela começou a dedicar-se ao retrato.

    Hoje, dona de um site chamado “Dicas de Fotografia”, Regina dá enfoque a fotos em preto e branco e ao registro de mulheres fora do padrão estabelecido pela sociedade. Ela usa seu trabalho como uma forma de luta feminista e de oposição às amarras sociais, físicas e psicológicas que as mulheres sofrem.

    Ela ressalta o quanto as mulheres são vítimas do patriarcado: são ensinadas a se vestir, a se maquiar, a se comportar, além de terem seus corpos sexualizados e desrespeitados simplesmente por serem meninas. Por isso, ela fotografa com a intenção de quebrar algumas dessas “obrigações sociais”.

    Mulher sem blusa de costas para a câmera. Em suas costas há duas tatuagens: uma maior de flores e um escrito em inglês. Ela está em um ambiente que parece ser um quarto e coloca a mão no rosto como se quisesse se esconder.
    Claudia Regina
    Mulher sentada em um sofá com as pernas cruzadas. Ela veste uma blusa branca e está com acessórios. Seu cabelo é claro e ondulado nas pontas, e ela sorri espontaneamente para a foto, como se estivesse tendo uma crise de riso.
    Claudia Regina

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  • Doguinho e Chorão

    Qualquer um fica encantado nos braços de seu ídolo, até mesmo um cachorro


    Alexandre Magno ‘Chorão’ Abrão, eterno vocalista da banda Charlie Brown Jr, falecido em 6 de março de 2013, sempre será a representação maior de juventude, rebeldia e Rock ‘n’ Roll nacional. O roqueiro é conhecido por seu temperamento e pela fama de brigão. Ainda assim, exibe um largo sorriso com um filhote de cachorro em seus braços num show em 2013 na cidade de Caraguatatuba, SP.

     

    Chorão tem nos braços um cachorro. Ambos estão em cima de um palco onde a banda Charlie Brown Jr se apresentou. Atrás dele há uma vastidão de pessoas.
    Alexandre Abrão
     
    Toda a fotografia é escura. Não podemos ver mais do que tendas e armações de um palco rodeado por fãs e pela equipe da banda. Um daqueles fãs levou o cachorro para o evento e, a pedido de Chorão, a equipe levou o filhotinho ao palco. Chorão amava animais e ao ver o filhote, se encantou: “Eu quero esse cachorro pra mim. Ele tem um ‘A’ de anarquia pintado na orelha”.
     
    Chorão também amava o mar e em muitas passagens de suas músicas ele o refere nas letras. Atrás dele e do filhote, um mar de pessoas se ergue, muitos dos quais posam para a foto indistintamente, como se fossem um coral de braços erguidos. Eu não consigo deixar de imaginar como aquela multidão era igualmente amada por ele e vista como um mar cujo estrondo era semelhante ao das ondas quebrando. 
     
    O vocalista e o “doguinho” são as duas figuras em destaque na fotografia. Afinal, naquele instante, eles eram o centro das atenções. Todos olham para eles. Chorão vestia preto, cor favorita dos roqueiros, de modo geral. O filhote tem pelagem branca remetendo a pureza que reside nos animais, e isso ilumina toda a fotografia junto ao sorriso do cantor criando um contraste com as roupas do astro do Rock. 
     
    É como se o cachorro fosse fã do Charlie Brown Jr. Pelo menos é assim que eu o enxergo, pois me vejo representado nele. Estar envolvido pelos braços de alguém que você admira é uma das sensações mais reconfortantes que existem. E os olhos daquele pequeno animal parecem transmitir a sensação de milhares de pessoas embaixo do palco. 
     
    A marca na orelha do cachorro se assemelha a uma tatuagem e a forma como o animal toca a mão de chorão faz parecer que ele busca averiguar a veracidade daquele momento. Características antropomórficas. E o próprio Chorão sorri genuinamente. Seus olhos contraídos e a musculatura relaxada revelam um dos poucos momentos em que foi retratado com vulnerabilidade. 
     
    É impossível falar de um momento tão singelo e verdadeiro de Chorão e não atribuir isso ao fotógrafo, Alexandre Abrão, seu filho. Em muitas ocasiões, o músico fora retratado com um semblante sério, reservado e agressivo. Geralmente por conta do contexto comercial em que as fotografias eram tiradas; lhe evocando a persona do “roqueiro brigão” que lhe era associada; muito embora, fosse um filantropo discreto e dono de uma sensibilidade única. Ali ele estava no “mar”, vivendo intensamente, próximo às coisas que amava.  
     
    “Muitos sabem quem eu sou, mas poucos me conhecem”, diria Chorão. Pois, para todos aqueles que conviviam com ele, vê-lo sorrindo não era difícil, mas para muitos fãs, principalmente os mais jovens e tardios, que acompanharam sua carreira já em seus últimos anos de vida, é também um presente. Para um fã se ver incorporado naquele pequeno cachorrinho com o “A” de anarquia na orelha é fácil. 
     
    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
     

    Como citar esta postagem

    BRITO, C. S. Doguinho e Chorão. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/doguinho-e-chorao/>. Publicado em: 15 de set. de 2022. Acessado em: [informar data].

  • O livro Evoé

    Livro de fotografias de Priscila Prade sobre teatro

    Capa do livro Evoé com fundo preto e título e subtítulo dispostos em caracteres nas cores cinza e alaranjado respectivamente.
    Priscila Prade


    Luisa é uma produtora cultural, fotógrafa e artista brasileira, nascida em Florianópolis, Santa Catarina é especializada em moda e beleza que atua na área da publicidade e em editoriais.

    Para aqueles cujo ganha pão era o teatro, a pandemia se tornou um empecilho para o exercício de seu trabalho. O livro Evoé, produzido com as fotografias de Priscila Prade, então, se tornou um meio de suprir as necessidades financeiras desses indivíduos. Foi levantado um financiamento coletivo em uma campanha no kickstarter, que infelizmente acabou não alcançando a meta. Atualmente o livro pode ser encomendado através do link: https://www.flowcode.com/page/evoelivro. E o valor das vendas será revertido aos profissionais do setor teatral.

    Autora

    Priscila Prade

    Local de publicação

    Publicação Independente

    Acesse a publicação completa em: https://www.flowcode.com/page/evoelivro

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