Conheça mais do fotógrafo consagrado por seu icônico retrato de Che Guevara na #galeria dessa semana!
É bastante provável que você já tenha visto a foto que estampa a chamada desta #galeria por aí, em algum folheto, bandeira, pichação, camiseta, adesivo… O retrato de Che Guevara, tirado quase por acaso no dia 5 de março de 1960, durante uma cerimônia em memória às vítimas da explosão de um barco que levava armamentos para a Revolução Cubana, enquanto Korda fazia fotografias para o jornal Revolución. A imagem só se tornou um “viral” em 1968, após o assassinato de Guevara. Foi quando o editor italiano Giacomo Feltrinelli a transformou em cartazes distribuídos pelas ruas européias.
Autor Desconhecido. Retrato de Alberto Korda
Lembrado hoje como o responsável por aquela que é possivelmente a foto mais reproduzida da história, Alberto Korda nasceu em Havana, capital de Cuba, em 1928, e começou a trabalhar com fotografia fazendo registros de casamentos, aniversários e batizados. Não escondeu o fato de ter começado a trabalhar com fotografia de moda e publicidade para conhecer mulheres bonitas. Na verdade, o plano parece ter dado certo já que foi casado com uma modelo. Mas foi após se deparar com uma menina pobre fazendo de um pedaço de madeira a sua boneca que decidiu se aliar à ideologia socialista que dizia lutar contra aquele tipo de desigualdade, tornando-se o fotógrafo pessoal de Fidel Castro. Trabalhando para o então presidente de Cuba, Korda buscou mostrá-lo em momentos de intimidade e simpatia, humanizando-o e assim, buscando desconstruir a imagem autoritária que o líder tinha nos demais países.
Alberto Korda. Norka, 1956
Alberto Korda. Capa do ‘Diario de la Marina’. 1958.
Alberto Korda. A Menina com a Boneca de Madeira, 1958
Alberto Korda. El Quijote de La Farola, 26 de julho de 1959
Alberto Korda. No Zoológico no Bronx , New York. 24 de Abril de 1959.
Alberto Korda. Fidel Castro e as rainhas da rádio em Nova York. 22 de Abril de 1959
Alberto Korda. Fidel Castro discursando no Central Park, New York. 24 de Abril de 1959
Alberto Korda. Protestando contra a visita de Fidel Castro aos E.U.A, Washington. 16 de Abril de 1959.
Alberto Korda. Dominicanos exilados apoiando a visita de Fidel Castro aos E.U.A, Washington. 16 de Abril de 1959.
Alberto Korda. Manifestantes pró-Cuba no Harlem, Nova York. Setembro de 1960.
Alberto Korda. El Guerrillero Heroico (versão sem corte). 1960.
Alberto Korda. A Miliciana. 1962.
Gostou da #galeria dessa semana? Diz pra gente qual fase dos trabalhos de Alberto Korda você gostou mais lá no nosso grupo de discussão no Facebook!
Linha é a trajetória de um ponto no espaço ou o espaço que liga dois pontos. É um elemento visual que transmite movimento e guia o olhar do leitor.
Linha é a trajetória de um ponto no espaço ou o espaço que liga dois pontos. É um elemento visual que transmite movimento e guia o olhar do leitor.
Cristiano Mascaro – São Paulo, a cidade – Escadas Rolantes
Na fotografia, as linhas se apresentam como o contorno das formas; uma divisão entre duas partes da fotografia (como a linha do horizonte); ou a linha imaginária representada pelo caminho entre dois ou mais elementos da foto. As linhas podem ser retas ou curvas; verticais, horizontais ou diagonais. Na fotografia do Cristiano Mascaro, abaixo, as prateleiras, os livros, o chão, o corrimão e o teto são exemplos da utilização das linhas na fotografia. Neste caso, as linhas verticais, o contorno dos livros, transmitem a fartura das estantes e as linhas diagonais, prateleiras e corrimão, levam o olhar do leitor à estante do fundo.
Cristiano Mascaro – São Paulo, a cidade – A Biblioteca da Faculdade de Direito
De modo geral, as linhas são um direcionamento dentro da fotografia que enfatizam a profundidade e tamanho do objeto fotografado e provocam a sensação de divisão entre os elementos. Alguns elementos da paisagem possuem linhas naturais que ajudam a compor a imagem, como construções arquitetônicas e seus componentes, além de estradas, montanhas, a linha do horizonte, etc. Escadas são um exemplo de elemento cotidiano formado por diversas linhas. Tente fotografá-las de forma que o caminho dos degraus seja também o caminho dos olhos do leitor, como na fotografia a seguir, em que nossos olhos perfazem a espiral.
Cristiano Mascaro – São Paulo, a cidade – Escada do Edifício Esther
A linha, como recurso, também pode ser utilizada para criar divisão na cena. Deixar um espaço no meio da cena, entre duas pessoas ou dois objetos, cria uma linha imaginária, o que pode ser um artifício para estabelecer uma divisória, indicando, por exemplo, divergência entre esses dois elementos.
Para acentuar a direção das linhas e obter todo o potencial de composição delas, combine a orientação da fotografia e a direção das linhas. Utilize a orientação horizontal para enfatizar linhas horizontais e a orientação vertical para realçar as linhas verticais. No caso de elementos verticais, como prédios, a orientação vertical também faz com que pareçam maiores.
Cristiano Mascaro – São Paulo, a cidade – Detalhe do Copan
Para construir uma boa composição de linhas, você pode se inspirar nas fotografias de Cristiano Mascaro, o fotógrafo que ilustra este post. Cristiano é um fotógrafo paulista. Ele foi repórter fotográfico na Revista Veja em 1960, mas atualmente se considera fotógrafo independente e se dedica a projetos pessoais. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela USP, as construções citadinas são o principal tema das obras de Cristiano, exaltando as paisagens urbanas. E, como podemos notar, ele sabe muito bem enfatizar as linhas das construções de São Paulo para compor suas fotografias. Para saber mais sobre Cristiano, acesse o seu site.
Bora treinar! Utilize as linhas da paisagem ao seu redor para fazer fotografias que enfatizem a profundidade dos objetos ou acentuem as suas proporções. Depois, utilize as mesmas linhas para fazer fotografias que guiem o olhar do leitor.
Jan Grarup arrisca sua vida para registrar os avanços da guerra. Quando sua ex-mulher morre, precisa aprender a conciliar seu trabalho com sua vida pessoal.
Nesse documentário, acompanhamos o trabalho de Jan Grarup em Mossul, onde ocorre o avanço das forças armadas iraquianas contra o Estado Islâmico. Mas, quando sua ex-esposa é diagnosticada com câncer terminal, ele se vê como o único responsável pelos filhos, tendo que aprender a conciliar o trabalho com sua vida familiar. O documentário gira em torno dessa trama, mostrando a dificuldade dessa conciliação, principalmente por seu trabalho ser cobrir guerras.
Cena de “Fotógrafo de Guerra”, 2019
Dirigido por Boris B. Bertham, Fotógrafo de Guerra mostra a vida de um homem que se acostumou a presenciar e documentar os horrores da guerra, mas se encontra em uma batalha interna para conciliar sua vida profissional, suas novas responsabilidades com os filhos, dos quais não é muito próximo por causa de sua carreira, e seu próprio luto. Logo no início do filme vemos o grande contraste entre a vida de Jan com sua família na Dinamarca, e sua vida como fotógrafo.
Apesar de seu impressionante histórico profissional e da quantidade de histórias que Grarup tem para compartilhar, o documentário foca no difícil equilíbrio das suas relações pessoais e do seu trabalho. O principal foco do documentário é essa conciliação de um trabalho tão árduo com sua vida pessoal. Vemos ele como um rockstar do mundo da fotografia, mas o documentário equilibra essa imagem ao mostrar sua clara fragilidade ao ter de assumir seu papel de pai.
Assim como as fotos de Grarup são muito realistas, a câmera de Bertham não censura qualquer imagem nas zonas de guerra. Mostrando o quanto a morte é banalizada nas zonas de guerra. Mas além dos horrores da guerra, o momento mais emocionante do documentário se passa na Dinamarca, quando o filme mostra a tristeza das crianças ao perderem a mãe.
Cena de “Fotógrafo de Guerra”, 2019
Devido a abordagem do diretor, as cenas do Iraque são menos interessantes do que poderiam ser. É admirável não terem investido no conflito armado, cheio de tensão, preferindo as cenas mais tranquilas, como os momentos de espera, e flagrando também instantes em que Grarup ensina técnicas de fotografia à filha e levando o filho a um jogo de futebol. Achei tocante o modo como vemos ele aprendendo a se relacionar com os filhos, começando a construir uma relação que ele não tinha com eles anteriormente.
Fotógrafo de Guerra dá um rosto para uma profissão onde o fotógrafo se arrisca para mostrar as atrocidades que acontecem ao redor do mundo. Mas também, deu lugar para mostrar um homem que, apesar de presenciar coisas terríveis, tem suas próprias dificuldades com o luto.
Conheça o trabalho documental e social “Bits of Borno” (Pedaços de bordo) da fotógrafa Fati Abubakar!
Nascida em Maiduguri, estado de Bordo, Nigéria, a assistente social e fotógrafa documentarista Fati Abubakar, concentra seu trabalho no registro de cidades e vilas a partir da perspectiva de saúde. Destacando o que há de negativo e positivo nas diferentes comunidades.
Suas fotografias têm como foco documentar culturas, tradições, conflitos, pobreza, e desenvolvimento urbano. Mas para além disso, é notável um interesse especial: o de desenvolver contra narrativas para as comunidades sub representadas. Em entrevista a CNN em 2016, Abubakar ela diz que “Embora eu encontre muitas histórias tristes, acho que você ainda pode encontrar muitas narrativas diferentes”.
E foi nesse contexto, que em 2015, Abubakar, criou seu projeto de maior ênfase, intitulado “Bits of Borno” (Pedaços de bordo), publicado em meios de comunicação de destaque como New York Times, BBC, Reuters, CNN, Voice of America. No qual a fotógrafa nigeriana percorre sua cidade natal, afetada pelo grupo extremista islâmico Boko Haram, que causou milhares de mortes, para documentar histórias de resiliência.
Agora é com você! Nos conte suas impressões sobre o trabalho documental realizado por Abubakar. Se gostou deixe um comentário, curta ou compartilhe. Ah, e antes que me esqueça, confira nossa página no Instagram. e fique por dentro dos melhores conteúdos sobre fotografia.
As linhas são capazes de produzir sentido dentro da fotografia ao guiar o olhar do leitor. A direção das linhas, entretanto, pode fortalecer ou suavizar a imagem.
As linhas são capazes de produzir sentido dentro da fotografia ao guiar o olhar do leitor. A direção das linhas, entretanto, pode fortalecer ou suavizar a imagem.
Cornell Capa – Alec Guiness studying his lines (Alec Guiness estudando suas linhas), Londres, Inglaterra, 1952.
Tendemos a associar linhas horizontais com o ato de estar deitado e linhas verticais com o ato de estar em pé. Por isso, linhas horizontais remetem a calma, tranquilidade e descanso. É o caso, por exemplo, da linha do horizonte.
As linhas horizontais são indicadas para dar ênfase às paisagens naturais como na fotografia acima, de Cornell Capa. Nascido em uma família judaica em Budapeste, Cornell Capa iniciou sua carreira em 1937 na Agência Pix Photo, passando a trabalhar depois na câmara escura da revista Life. Se tornou fotógrafo da Life em 1946. Capa considerava que já havia muitos fotógrafos de guerra em sua família, como o famoso fotógrafo Robert Capa, então se dedicou a fotografar a paz.
Na fotografia, o homem contemplando o mar aparenta estar relaxado. A paisagem ajuda a transmitir a sensação, mas as linhas horizontais na grade do píer, nas montanhas, nas nuvens e da própria linha do horizonte levam essa impressão ao máximo.
As linhas verticais transmitem o oposto das linhas horizontais: força, poder e grandiosidade. Na imagem abaixo, a mensagem de guerra e potência passada pelos mísseis é completada com o fato deles estarem dispostos verticalmente e de haver, no fundo, um amontoado de árvores, também linhas verticais.
Cornell Capa – The 69th Tactical Missile Squadron (O 69º Esquadrão Tático de Mísseis), Near Hahn, Alemanha Ocidental.
As linhas mais inusuais são as linhas diagonais e é exatamente isso que elas transmitem: inovação, modernidade e dinamismo. Já falamos aqui no blog sobre uso das diagonais e como elas podem evitar que sua fotografia fique monótona e dar destaque a objetos descentralizados.
A fotografia abaixo, por exemplo, poderia ser entediante caso a linha que corta o casal fosse vertical ou se não houvesse linha, mas a presença da linha diagonal produz uma quebra de expectativas e dinamiza a imagem.
Cornell Capa – Queen Elizabeth and Prince Phillip during the Queen’s visit to the United States (Rainha Elizabeth e Príncipe Phillip durante a visita da rainha aos Estados Unidos), cidade de Nova Iorque, EUA, 1957.
As linhas diagonais também são importantes para criar a sensação de profundidade que constitui um elemento de composição muito importante, o ponto de fuga.
Se as linhas guiam o olhar do leitor pela imagem, é necessário lembrar que na nossa cultura lemos da esquerda para direita, de cima para baixo. Leve este fato em consideração ao dispor os objetos em uma composição com linhas. Como na fotografia abaixo, em que vemos primeiro os pés da esquerda e em seguida os acompanhamos ao centro até o fundo da fotografia. Isto cria um ritmo que é quebrado apenas pelo garoto, que nos devolve o olhar. Se esta foto tivesse sido feita com os pés começando pela direita e indo em direção ao centro, não teria o mesmo efeito rítmico.
Cornell Capa – The Funeral of William “Bojangles” Robinson (O funeral de William Bojangles Robinson), Nove Iorque, 1948.
Para mais dicas, acesse a postagem sobre linhas. Lá falamos por exemplo da combinação de direção das linhas e orientação da fotografia.
Agora que você sabe o significado de cada tipo de linha, faça duas fotografias para cada uma. Tire a primeira fotografia focando apenas nas linhas verticais, já a segunda tente combinar com a mensagem que ela passa. Depois, repita o processo utilizando linhas horizontais e, por último, linhas diagonais. Veja a diferença entre as fotos e compartilhe as suas observações no nosso instagram.
Referências
EXCELL, Laurie. Composição, de simples fotos a grandes imagens. Rio de Janeiro: Alta books, 2012.
Em Amnésia, o protagonista precisa desvendar o assassinato de sua esposa. Entretanto, na noite do crime, ele sofreu uma pancada na cabeça que afetou sua capacidade de guardar novas memórias. Sua câmera se torna então sua maior aliada.
Poster Oficial
Amnésia é um filme de suspense lançado em 2000. Nele, Leonard Shelby (Guy Pearce) está a procura do assassino de sua esposa. Na noite do crime, ele sofreu um golpe na cabeça que o torna incapaz de fazer novas memórias por mais de 15 minutos. Para resolver o caso, ele tatua informações cruciais em seu corpo, além de carregar uma câmera Polaroid 690 por onde vai. Suas fotos são uma forma rápida de entender sobre os lugares em que está ou as pessoas que o cercam.
Captura de tela | Autor desconhecido
O filme foi lançado em 2000 e é daqueles que não dá para assistir apenas uma vez. Isso porque o diretor Christopher Nolan pensou numa narrativa diferente. A história é contada de trás para frente, o que nos coloca um pouco na pele do personagem principal: sabemos o que ocorre no presente, sem saber ainda o que levou ele àquele lugar ou àquela situação. Para ficar mais claro, o início de cada cena é o final da cena seguinte.
Apesar de já sabermos o final da história logo no início, o “spoiler” não tira a emoção do longa-metragem. Fiquei ansioso e angustiado, igual ao personagem, como se fosse eu quem precisasse solucionar o quebra-cabeça. A única ressalva que faço sobre o filme é bem pessoal. Acho que exige muita concentração do espectador. Assisti-o duas vezes e, em ambas, fiquei confuso em certo momento pois, a cada cena, precisava rebobinar a história na minha cabeça.
Captura de tela | Autor desconhecido
É interessante observamos a importância das fotos para Leonard. Muito mais que simples imagens, elas são registros de sua memória e de sua vida. Imagino que seria muito mais difícil para ele se precisasse trabalhar apenas com anotações e sem o aspecto visual. Devido à sua condição, elas se tornaram suas melhores amigas.
Penso que fotos têm mesmo esse papel histórico, por gravarem para sempre um acontecimento, um lugar, uma pessoa, em um determinado momento. Não precisa ser necessariamente algo histórico e grandioso. Por meio delas, por exemplo, eu posso saber como era minha cidade 70 anos atrás. No futuro, meus netos poderão ver como eu era durante minha juventude. Eu posso me lembrar de um romance que vivi ou uma viagem que fiz. Tudo é eternizado a partir de um simples clique.
A galeria de hoje vai falar sobre Rui Mendes, importante fotógrafo brasileiro do meio da música, responsável por muitas capas de discos de rock nos anos 80.
Rui Mendes é um fotógrafo brasileiro nascido em São Paulo. Começou a fotografar com dezesseis anos, enquanto cursava fotografia em Vancouver, Washington. No entanto, sua carreira realmente começou enquanto ele cursava jornalismo na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Seu primeiro trabalho foi quando fotografou as bandas Ratos de Porão, Ira! e Mercenárias para a revista Pipoca Moderna.
Retrato de Rui Mendes – Revista Babel. Descrição: um homem encara a câmera em um enquadramento focado em seu rosto.
A partir daí, Mendes passou por diversos veículos de música, chegando a se tornar fotógrafo principal da revista Bizz. Durante a década de 80, ele ganhou destaque principalmente com o Rock nacional, fotografando diversas capas de álbuns e de revistas. Entre os artistas que passaram por suas lentes, estão Lulu Santos, Paulo Ricardo (ex-vocalista da banda RPM) e as bandas Legião Urbana e Ultraje a Rigor.
A título de curiosidade, em uma entrevista do site Olhavê, Rui comenta que a capa do álbum “Música calma para pessoas nervosas”, da banda Ira!, seria sua favorita, dentre as que ele produziu. Além de fotografar, Rui Mendes também chegou a dirigir videoclipes para artistas como Charlie Brown Jr. e Racionais MCs.
Capa do álbum “Música calma para pessoas nervosas” da banda Ira! – Rui Mendes Descrição: colagem de rostos borrados com fundos coloridos e o nome da banda e do álbum escritos por cima.
Mendes também tem vários trabalhos envolvendo o Samba, como o ensaio “A velha guarda do samba”, pelo qual foi finalista do Prêmio Funarte de Fotografia em 1998. Em 2009, o fotógrafo reuniu negativos guardados e textos sobre sua experiência com artistas no livro “Música”.
Confira alguns dos trabalhos do fotógrafo:
As Mercenárias – Rui Mendes Descrição: quatro mulheres em uma parede branca olham para o horizonte. Por cima delas há um tipo de projeção de linhas pretas.
Renato Russo – Rui Mendes Descrição: um homem sentado em uma cama tocando violão
Seu Jorge – Rui Mendes Descrição: um homem sentado em um banquinho encara a câmera sorrindo em um fundo cor de rosa que combina com sua blusa.
Bezerra da Silva – Rui Mendes Descrição: um homem mais velho com uma camisa brilhante posa para a câmera no meio da rua.
O trabalho de Rui Mendes faz parte da história da música no Brasil, e mostra a importância do aspecto visual no imaginário coletivo.
O que você achou da galeria de hoje? Você sabe quem são os fotógrafos por trás das suas capas de álbum preferidas? Comente com a gente!
Utilizar elementos da paisagem como molduras interiores pode criar composições mais interessantes. Para entender melhor, confira o post!
A técnica do quadro dentro do quadro é uma forma muito simples de tornar suas fotos visualmente mais atraentes. Consiste em enquadrar o objeto da foto dentro de uma moldura, usando um elemento da paisagem como uma janela ou uma porta.
Jasper Tejano Descrição: uma mulher é vista através de uma janela em um ambiente que se parece com um restaurante.
Mesmo sendo uma ideia muito simples, ela acrescenta muito à composição, permitindo brincar com o formato da foto, normalmente quadrado ou retangular, como por exemplo usando um buraco na parede como moldura. O quadro dentro do quadro também adiciona camadas à fotografia, criando mais profundidade. Outra vantagem é que a moldura guia o olhar de quem visualiza ao objeto da foto, mesmo que este não esteja centralizado.
Jasper Tejano é um fotógrafo de rua e suas fotos já foram expostas em diversos lugares pelo mundo, segundo seu próprio site, de Kuala Lumpur até Paris. Seu perfil no instagram é citado em diversas listas do Brasil, EUA, entre outros, como um dos melhores perfis de fotógrafos para seguir na rede social. Através de suas lentes, ele registra diversas cenas do cotidiano, e uma das técnicas que aparecem com frequência em seus registros são as molduras interiores.
Jasper Tejano Descrição: três silhuetas de pessoas são vistas no que se parece um túnel ou uma garagem, com uma luz forte dos faróis de um carro atrás deles iluminando o local escuro.
Na foto acima, por exemplo, as pessoas estão enquadradas dentro da abertura do que parece um galpão ou garagem, criando senso de profundidade, e, juntamente com a contraluz, um senso de intriga, o que torna a foto visualmente chamativa.
A técnica de quadro dentro de quadro é extremamente simples, porém agrega em muitos sentidos à fotografia, exigindo apenas um olhar mais apurado ao ambiente.
Observe o ambiente e utilize os elementos simples ao seu redor. Fotografe através de portas e janelas, e compartilha sua experiência com a gente nos comentários!
Um clássico brasileiro, Cidade de Deus, é um filme que vale a pena ser visto e revisto. Te convido a assisti-lo pelo ângulo da fotografia, vamos?
Cena do filme: Cidade de Deus “Em uma tacada, eu descolei uma câmera e uma chance de virar fotógrafo” (Busacapé).
De fato, “Cidade de Deus” é um clássico brasileiro. Muitos já assistiram ou pelo menos ouviram falar. Mas te convido a velo-lo sobre uma nova perspectiva: a fotografia.
Ambientado, no bairro Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro, em decorrência de um processo de remoção de favelas situadas na zona sul da cidade, o filme retrata o desenvolvimento do crime organizado no período entre o final dos anos 60 e o começo dos 80.
A narrativa é constituída sob a perspectiva do jovem narrador e protagonista Buscapé, Alexandre Rodrigues, que em meio ao ambiente de crime e tráfico no qual estava inserido, encontra uma oportunidade, quase acidental, de virar fotógrafo. (Digo, se não fosse também pelo seu sonho de ser fotógrafo.)
A história relaciona o contexto de vida na favela: o conflito entre policiais, criminosos e a população que se tornava vítima desta violência. Essa relação é evidenciada em cenas que mostram, de um modo geral, o descaso do Estado quanto a população. Na trama, as várias histórias se fundem, e dentre as quais a de ascensão e queda de um dos traficantes mais perigosos da Cidade de Deus, que quando criança era conhecido como Dadinho e após alguns anos passou a ser Zé Pequeno (Leandro Firmino).
Pôster: Cidade de Deus
Vale ressaltar que a obra está inserida em um contexto de redemocratização do audiovisual brasileiro (pós ditadura), no qual, temas como violência e tráfico nas favelas eram mostrados exaustivamente. A construção do filme é posta, entre os momentos de ação, drama e as cenas de humor ácido. A crítica social é evocada em toda narrativa, trazendo a tona imaginários sobre a pobreza e violência no Brasil, o que dá margem para estigmatização social, racial, sobre violência nas comunidades brasileiras.
Sobretudo, Cidade de Deus se tornou um clássico do cinema nacional, evoca questões latentes em nossa sociedade, principalmente no que diz respeito à políticas falhas do Estado. Ainda hoje, no Brasil a concentração de renda nas mãos de um pequeno grupo, reforça sistemas desiguais de oportunidades para muitos jovens. No enredo, Buscapé, encontra uma possibilidade (quase acidental) de escapar, desse sistema imperfeito, pela fotografia. O filme te trará muitas sensações e poderá levantar questões até mesmo sobre o nosso papel de luta por novas políticas justas e igualitárias. Agora, se tratando de imagens, pode ser que em meio a tantas dificuldades, a fotografia pode vir a ser um escape para novas realidades seja como instrumento de ação, denúncia ou resistência.
Cidade de Deus é uma produção de 2002, baseado no romance homônimo do escritor Paulo Lins. Com direção de Fernando Meirelles e Kátia Lund, e roteiro de Bráulio Mantovani.
“Uma fotografia podia mudar a minha vida, mas na Cidade de Deus, se correr o bicho pega, e se ficar, o bicho come.” (Buscapé)
Confira o trailer!
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