Categoria: Colunas

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  • Daniel Kfouri: a fotografia enquanto denúncia

    Fotógrafo registra o trabalho do padre Julio Lancellotti em prol dos moradores de rua, na capital paulista.

    Nascido em São Paulo, em 1975, Daniel Kfouri é filho de Juca Kfouri, jornalista esportivo brasileiro. Enquanto fotojornalista, recebeu o prêmio World Press Photo de Esportes de Ação em 2010. No ano seguinte, ganhou o Picture of the Year Latin America.

    Em primeiro plano há um idoso com traços caucasianos, usando máscara, distribui marmitas em uma fila. Atrás dele, um homem negro de touca sorri ao receber sua marmita. Depois,  há uma fila em que a maioria das pessoas são adultas e negras.

    Daniel Kfouri


    Atualmente, o fotojornalista tem se destacado no audiovisual com a produção de documentários que tratam de problemáticas sociais, como o rompimento da barragem de Brumadinho. 

    Em parceria com o padre Julio Lancellotti – da paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca, em São Paulo – o fotógrafo registra o cotidiano da obra social. O padre Julio é conhecido no país por seu trabalho em favor dos moradores de rua da capital paulista. Inspirado pela Teologia da Libertação, o presbítero presta serviço aos marginalizados, denunciando o que ele chama de “crise humanitária em São Paulo”. Além de ser um registro, esse trabalho fotográfico é capaz de dar visibilidade a realidade miserável e desumana em que se encontra a população de rua da maior cidade brasileira. 

    Em primeiro plano, um cachorro vira-lata parece estar latindo enquanto olha para frente, em cima de um carrinho cheio de papelão. Atrás dele, desfocados, há homens puxando outros carrinhos com papelão e sucatas.

    Daniel Kfouri


    Há três pessoas em primeiro plano, sendo dois homens de traços negros - o do meio é retinto - enquanto a pessoa da direita parece ser uma mulher. Estão agasalhadas com cobertores e toucas, e as pessoas das laterais amparam o homem do centro, que segura uma marmita. Atrás deles, há um homem de barba fumando e outras pessoas agasalhadas e de máscara.

    Daniel Kfouri

    Em primeiro plano, há um carrinho com papelão. Em segundo plano, um homem idoso com traços caucasianos, de máscara de proteção facial e jaleco, toca um homem que está deitado na calçada, coberto, mas com os pés de fora.

    Daniel Kfouri


    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

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  • Do vilarejo colonial a cidade do café: Um percurso pela visualidade paulistana

    Artigo em periódico de Flávio Pinto Valle publicado em Interin, Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Linguagens da Universidade Tuiuti do Paraná.

    Guilherme Gaensly / Brasiliana Fotográfica / Biblioteca Nacional Digital


    Neste artigo, propomos apreender a historicidade dos processos urbanos em curso em São Paulo na passagem do século XIX para o XX por meio de um exercício metodológico que consiste em escrever nossa caminhada pela iconografia da capital paulista, principalmente pelas imagens fotográficas que a constitui. Posto que a caminhada encerra algo que não pode ser explicado, que somente pode ser praticado, em um primeiro momento ofereceremos ao nosso leitor um percurso pela visualidade da capital paulista e, em seguida, as associações que fabricamos ao longo do percurso com o propósito de compreender como o processo de produção do território urbano, mediado pela especulação imobiliária, foi captado e mostrado pelo trabalho de fotógrafos que atuaram ou que ainda atuam em São Paulo.

    Autor(a/es/as)

    Flávio Pinto Valle (http://lattes.cnpq.br/9224069355818051 / @flaviopintovalle)

    Local de publicação

    Interin, Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Linguagens da Universidade Tuiuti do Paraná.

    Acesse a publicação completa em https://interin.utp.br/index.php/i/article/view/1527.


    Esta publicação foi elaborada com base nas informações prestadas por Flávio Pinto Valle, através do formulário Divulgue suas publicações!

  • Guerra de travesseiros

    Guerra de travesseiros

    Fotografia que mostra um momento singelo da banda inglesa  The Beatles.

    A fotografia abaixo foi tirada por Harry Benson em 1964, ela mostra os Beatles, uma das bandas mais importantes da cultura pop, durante uma divertida guerra de travesseiros no hotel George V em Paris. Os integrantes dos Beatles estavam eufóricos por causa da notícia de que a música “I want to hold your hand” tinha ficado em primeiro lugar nas paradas de sucesso dos Estados Unidos.

    Na fotografia que está em preto e branco, podemos ver os quatro integrantes da banda inglesa os Beatles no meio de uma guerra de travesseiros. Ringo, George, Paul e John estão descalços e vestindo pijamas. Todos parecem se divertir muito.
    Harry Benson

    Na fotografia que está em preto e branco, podemos ver os quatro integrantes da banda no meio de uma guerra de travesseiros. Ringo, George, Paul e John estão descalços e vestindo pijamas. A felicidade e a diversão estão estampadas nos rostos dos jovens. Isso pode ser notado através da gargalhada dada por George e as feições brincalhonas de Ringo e de Paul.

    Na época, a banda inglesa estava começando a fazer sucesso mundialmente. Logo, os Beatles se tornaram uma febre conhecida como a “Beatlemania”, responsável por levar milhares de pessoas aos shows e  vender milhões de discos musicais. A foto remete a uma época em que a banda não tinha muitos atritos e brigas e nem o peso da fama nas costas, por causa disso, penso que a sensação de leveza e de cumplicidade é mais perceptível na fotografia.

     O sentimento de aconchego e de euforia me chamou a atenção, pois ver os integrantes da banda em um momento de intimidade e de afeto me fez lembrar dos instantes em que ouvia as músicas dos Beatles na companhia de minha avó. Enquanto ouvíamos suas canções no rádio que ficava na cozinha, ela me contava sobre as doces lembranças de seu passado e de como, de certa maneira, os Beatles também estavam presentes nos momentos da juventude dela. Em conclusão, ver esta fotografia íntima e divertida da banda me remete diretamente para esses instantes de afeto e diálogo com a minha avó.

    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

    Links, Referências e Créditos

    Como citar esta postagem

    DE PAULI, Beatriz Helena. Guerra de travesseiros. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:https://culturafotografica.com.br/guerra-de-travesseiros/. Publicado em: 6 de abr. de 2022. Acessado em: [informar data].
  • Passeata dos cem mil

    Fotografia que retrata um importante protesto contra a ditadura militar brasileira.

    A fotografia tirada por Evandro Teixeira mostra a passeata dos cem mil, uma manifestação contra a ditadura militar,  que aconteceu no Rio de Janeiro no dia vinte e seis de junho de 1968.

    A fotografia é toda composta por uma multidão de manifestantes e há um cartaz e nele está escrito “abaixo a ditadura, povo no poder”.
    Evandro Teixeira

    No dia 28 de março de 1968, a polícia militar (PM) invadiu o restaurante universitário Calabouço, onde estudantes protestavam contra o preço das refeições. No confronto, o comandante da PM, Aloísio Raposo, matou o estudante Edson Luís com um tiro no peito. Por causa desse chocante assassinato, o movimento estudantil começou a organizar mais manifestações.

    Outro cruel acontecimento que ocorreu  vinte dias depois do assassinato de Edson Luís foi a chamada “sexta- feira sangrenta”, na qual ocorreu um protesto estudantil contra o sucateamento de verbas do ensino superior da época, que  também foi movido pelo descontentamento com a repressão dos militares, a PM prendeu muitos manifestantes e matou vinte e oito pessoas.

    Devido a esses acontecimentos foi marcado para o dia vinte e seis de junho de 1968 a passeata que reuniu mais de cem mil pessoas, dentre elas estavam estudantes, artistas e trabalhadores. Nesse dia, o fotógrafo Evandro Teixeira retratou o momento em que Vladimir Palmeira, líder do movimento estudantil,  fazia um discurso contra a repressão sofrida pelo governo ditatorial da época e a favor da volta da democracia brasileira.

     O mais impressionante da fotografia é a quantidade de pessoas retratadas, principalmente porque mesmo que a foto seja feita em plano aberto, toda a sua composição está preenchida pelos manifestantes, o que pode ser um indicativo da opinião popular que na época já estava farta do regime ditatorial. Esse entendimento é reforçado pelo o cartaz onde se lê “abaixo a ditadura, povo no poder”. Me emociona ver essa quantidade gigantesca de pessoas lutando pela democracia e pela liberdade de expressão.

    Vivendo em um momento no qual muitos falam que a ditadura militar foi uma época boa, o registro de tantas pessoas lutando contra esse regime ditatorial é muito necessário para que fique claro o quão horrível foi esse período de repressão. Acredito que esta fotografia seja de extrema importância, pois marca o repúdio do povo aos atos hediondos da ditadura militar, além de deixar gravado na história um momento de união entre milhares de pessoas na luta pelos seus direitos. Assim, deixo aqui parte de uma canção, cantada por Geraldo Vandré, que representa o sentimento de coletividade que é essencial para continuar com a luta por nossos direitos e contra o governo atual que fere a democracia brasileira:

    “Caminhando e cantando e seguindo a canção
    Somos todos iguais, braços dados ou não
    Nas escolas, nas ruas, campos, construções
    Caminhando e cantando e seguindo a canção
    Vem, vamos embora, que esperar não é saber
    Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
    Vem, vamos embora, que esperar não é saber
    Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
    Pelos campos há fome em grandes plantações
    Pelas ruas marchando indecisos cordões
    Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
    E acreditam nas flores vencendo o canhão”

    (VANDRÉ, 1979)

    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

    Como citar esta postagem

    DE PAULI, Beatriz Helena. Passeata dos cem mil.Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:https://culturafotografica.com.br/passeata-dos-cem-mil/. Publicado em: 30/03/2022. Acessado em: [informar data].
  • A Jovem Índia

    As narrativas fotográficas de Dalda 13, documentam um dos principais momentos da construção da Nação Indiana.


    Homai Vyara Walla, popularmente conhecida como Dalda 13 (1913-2012), foi a primeira fotojornalista da Índia. Ela estudou na Universidade de Bombay,  na Escola de Arte Sir J, e começou a tirar fotos na década de 1930 com o marido, tornando-se uma das praticantes mais originais e influentes da época.


    Parzor Foundation

    Mulher sentada ao centro da fotografia com uma câmera no colo apoiada pelas mãos, rodeada por vasos de plantas. 


    Dalda 13 é responsável por algumas das principais imagens que documentam o  período do processo de Independência da Índia, desde o assassinato de Gandhi até o otimismo da “Jovem India”. 


    Embora ela não tenha fotografado em seus últimos 40 anos de vida,  foi premiada com o Prêmio Nacional de Fotografia, bem como o Padma Vibhushan em 2010 e 2011, a segunda maior homenagem civil da Índia. Em 2012 aos 98 anos, Homai Vyarawalla faleceu.

    Pessoas em uma sala com as mãos levantadas para cima, sendo a maioria homens.
    Dalda 13


    Três mulheres ao centro da fotografia caminham em direção à câmera. Ao fundo há mais pessoas e uma construção.
    Dalda 13
    Entre as rodas de uma carroça, um homem aparece empurrando um carrinho. Ao fundo temos uma construção de arquitetura inglesa.
    Dalda 13


    Pessoas aglomeradas em um pátio de frente para um palco e em torno da bandeira Indiana,  prestando homenagens à pessoa cujo corpo morto está embaixo da bandeira.
    Dalda 13

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.


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  • Prabuddha Dasgupta

    Conheça  um dos grandes fotógrafos da Índia no século XX.


    Conhecido por suas imagens em preto e branco, Prabuddha Dasgupta (1956- 2012), trabalhou como fotógrafo de moda por mais de três décadas. Ele começou sua carreira como redator na agência de publicidade Everest, antes de se dedicar à fotografia em tempo integral no final da década de 1980.


    Homem saindo do mar, com uma sunga que deixa os pelos de sua virilha aparente. Ele segura um anzol do lado do corpo com peixes pendurados.
    Prabuddha Dasgupta

    Durante sua carreira como fotógrafo comercial, Dasgupta trabalhou com a primeira geração de supermodelos indianas e foi considerado o fotógrafo que intensificou  o “Glamour da Índia”, aliás ele trabalhou para diversas revistas globais  como Vogue, Elle, Harper’s Bazaar e GQ.


    Foi professor de fotografia e também publicou vários livros de arte de suas fotografias, incluindo Mulheres (1996), paisagens da cidade de Ladakh (2000) e  Borda da Fé (2009) em parceria com William Dalrymple.



    Ao centro da fotografia há uma mesa com um vaso de flor. Pouco mais ao fundo duas mulheres estão sentadas, uma do lado direito da mesa e a outra do lado esquerdo. Mais ao fundo temos uma porta, e em outro plano mais fundo uma janela, ambas com cortinas amarradas.
    Prabuddha Dasgupta

    Dois homens sentados na cama de um quarto, encarando fixamente a câmera. Ao lado direto deles há uma porta que mostra parte dos outros cômodos da casa.
    Prabuddha Dasgupta

    Pessoa coberta de preto, caminha por uma região onde o solo é arenoso e tem pequenas rochas ao fundo.
    Prabuddha Dasgupta


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  • Ricardo Stuckert

    Ricardo Stuckert

    O fotógrafo oficial do ex-presidente Lula

    Ricardo atua como fotógrafo oficial do ex-presidente Lula desde 2003. Antes ficou conhecido por suas fotografias dos indígenas Yanomanis em 1997. Foi diretor de fotografia e autor de imagens exclusivas do filme Democracia em Vertigem.

    a imagem mostra o Lula, um homem branco, de cabelos brancos e com uma camisa verde sendo acariciado por um menino negro sem camisa, enquanto aperta a mão de outras pessoas que estão na multidão.
    Ricardo Stuckert

    Ele está envolvido com a fotografia desde muito cedo, influenciado pelo seu pai Roberto Stuckert, que foi fotógrafo oficial do general João Figueiredo, quando Ricardo ainda tinha 12 anos. Passou pelo jornal O Globo e a revista Isto É, até ser reconhecido pelo seu trabalho e ser convidado, em 2002, pelo assessor de imprensa de Lula, José Chrispiniano, para ser fotógrafo oficial do candidato, caso ele fosse eleito. Desde então, acompanha o ex-presidente em todo seu percurso político, registrando momentos que ficarão para sempre na história do Brasil.

    a foto mostra Lula, um homem branco de camiseta preta, pendurado no pescoço de outro homem que o carrega e com uma multidão de pessoas em torno dele com câmeras e celulares.
    Ricardo Stuckert
    a foto em preto e branco mostra o Lula sendo abraçado por várias pessoas diferentes.
    Ricardo Stuckert
    : a imagem mostra a mão de Lula sem o dedinho, com uma aliança no dedo anelar e um relógio no pulso. A mão acena para uma multidão de pessoas.
    Ricardo Stuckert
    o ex-presidente Lula dando um aperto de mão no ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama, os dois estão sentados e de terno.
    Ricardo Stuckert

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link

    Como citar esta postagem

    CALIXTO, Vitória. Ricardo Stuckert. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/ricardo-stuckert/>. Publicado em: 14/03/2022. Acessado em: [informar data].

  • I Ciclo de Apoio a Percursos Autodirigidos sobre Fotografia

    Participe de nossos encontros de apresentação e apreciação de explorações, práticas e teóricas, no campo da fotografia.

    Uma etapa fundamental de qualquer percurso autodirigido, prático ou teórico, sobre fotografia é a avaliação do trabalho produzido. No entanto, para examinar a própria obra é preciso estabelecer um distanciamento crítico, ou seja, afastar-se subjetivamente dela para ser capaz de abordá-la de maneira objetiva. Em razão de essa não ser uma tarefa fácil, muit_s fotógraf_s e pesquisador_s recorrem à apreciação de colegas. 
    Nesse sentido, nós do Cultura Fotográfica oferecemos para você que está, por sua própria conta, explorando alguma questão, prática ou teórica, relacionada à fotografia a oportunidade de participar de um momento estruturado para apresentar e apreciar suas descobertas e as de colegas que estão na mesma situação.
    Homem conversa remotamente com outras quatro pessoas via webconferência.
    Surface | Unsplash

    Por um lado, a apresentação de suas descobertas permitirá que você discuta e explore seus processos cognitivos e criativos e o incentivará à reflexão dos aspectos conceituais, estéticos e técnicos da exploração que você vem desenvolvendo. Por outro, a apreciação dos colegas permitirá a você compreender como os outros observam o seu trabalho. Na mesma medida, a exposição de sua apreciação dos trabalhos dos colegas o engajará num processo de leitura crítica da fotografia.


    Inscrições

    O período de inscrições para participar dos encontros de apresentação e apreciação de percursos autodirigidos sobre fotografia vai até o dia 25 de março de 2022. Nesta primeira edição do ciclo, serão apenas 6 vagas. Por isso, caso recebamos mais inscrições que a quantidade de vagas disponíveis, realizaremos um processo seletivo com base nos seguintes critérios:
    – Originalidade e relevância da proposta;
    – Clareza na apresentação da proposta.
    O resultado da seleção será comunicado aos inscritos no dia 31 de março de 2022 pelo email informado no ato de inscrição.


    Funcionamento

    Os participantes selecionados terão aproximadamente 2 meses para desenvolverem suas explorações antes de realizarem a primeira entrega de suas descobertas, cujo prazo é o dia 27 de maio de 2022. Por entrega de descobertas, entendemos a evidência, a prova ou o testemunho do que você descobriu em sua exploração no campo da fotografia. Essa entrega pode ser feita em diferentes formatos: artigo, diaporama, ensaio, filme, fotografia individual ou conjunto de fotografias, livro, podcast, relatório, dentre tantos outros possíveis.
    Nas duas semanas seguintes, nos dias  2 e 9 de junho de 2022, no horário de 19h às 21h, realizaremos encontros via Google Meet para a apresentação das descobertas dos participantes e das apreciações dos colegas. Cada um desses encontros serão divididos em 3 sessões de apresentação e apreciação com a seguinte estrutura: primeiro, um participante terá 6 minutos para apresentar suas descobertas, na sequência, um colega, escolhido e comunicado previamente pela organização, terá 9 minutos para relatar sua apreciação e, por fim, todos terão 15 minutos para conversar a respeito do trabalho apresentado.
    Os encontros de apresentações e apreciações serão gravados e suas gravações serão publicadas no Canal do Cultura Fotográfica no Youtube. Após sua realização, os participantes terão cerca de 1 mês para finalizar suas descobertas conforme as contribuições dos colegas que acharem pertinentes e entregá-las, até o dia 8 de julho, para serem publicadas no blog do Cultura Fotográfica. Aos participantes que cumprirem todo o processo será entregue um Certificado de Participação.


    Datas importantes

    Período de Inscrições: até 25 de março de 2022;
    Quantidade de vagas: 6;
    Resultado da seleção: 31 de março de 2022;
    Primeira entrega de descobertas: 27 de maio de 2022;
    Encontros de apresentação e apreciação: 2 e 9 de junho de 2022, de 19h às 21h;
    Entrega de descobertas para publicação: 8 de julho de 2022.
  • Espelho: reflexivo e refletido

    Espelha-se em imagens o que se pode ser. Sendo assim, a reflexão da imagem transforma o indivíduo?


    A fotografia a seguir espelha um espelho. Duas pessoas se fitam e ao mesmo tempo se maquiam. Para mim, o ângulo do registro é a cereja do bolo para que esse jogo de reflexos aconteça. Por isso as experiências vivenciadas e compartilhadas  pelas atrizes da fotografia, são refletidas e reflexivas acerca do processo de maquiagem. 



    Duas Drag queens de frente para a outra se maquiando.
    Madalena Schwartz

    Estamos diante de duas personagens que estão se produzindo para um espetáculo. A maquiagem que elas usam é típica dos anos 80, percebemos isso pelo formato usado nas sobrancelhas, os cílios postiços e o contorno do rosto, por exemplo. Outra característica muito forte é a presença do preto na composição, que inclusive apareceu muito nas maquiagens de Ney Matogrosso.


    Drag Queen se maquiando de frente para um espelho.
    Madalena Schwartz

    Diferente da primeira fotografia, nesta de fato, a personagem, está diante de um espelho. Esse espelho traz à tona a representação dramática de uma cena da qual a individualidade toma conta, ao mesmo tempo que abre um feixe de possibilidades interpretativas em relação à atuação e à cenografia. No mais a imagem também pode ser entendida como um espelho.


    Andrade Liomar Quinto (2000, p. 53), ao descrever o trabalho de uma artista, conta que percebeu a importância das imagens, pois elas “viriam antes das palavras, por serem mais diretas e inteiras; completas,” e que seu conteúdo, por meio de uma intervenção expressiva, serviriam como um espelho no qual refletiram informações e poderia estabelecer-se um diálogo.


    Algumas perspectivas para pensarmos o espelho foram apresentadas a partir da série “Metamorfose” de Mandela Schwartz. A cenografia e a maquiagem são pontos fundamentais para pensarmos acerca do olhar (reflexão) que lançamos ao que está refletido nas imagens. 


    Sendo assim, vimos que as imagens funcionam como um espelho. Na rede social Instagram, por exemplo, as imagens espelham nós mesmos, e também somos refletidos por imagens que se relacionam com determinadas categorias como moda, cultura, arte e tantas outras coisas. E aí,  quais outras  possibilidades para se pensarmos acerca dos espelhos?


    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.


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