Categoria: Galeria

  • Rui Mendes

    A galeria de hoje vai falar sobre Rui Mendes, importante fotógrafo brasileiro do meio da música, responsável por muitas capas de discos de rock nos anos 80.

    Rui Mendes é um fotógrafo brasileiro nascido em São Paulo. Começou a fotografar com dezesseis anos, enquanto cursava fotografia em Vancouver, Washington. No entanto, sua carreira realmente começou enquanto ele cursava jornalismo na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Seu primeiro trabalho foi quando fotografou as bandas Ratos de Porão, Ira! e Mercenárias para a revista Pipoca Moderna. 
    O rosto de um homem aparece com o que pode ser um mapa ao fundo.
    Retrato de Rui Mendes – Revista Babel.
    Descrição: um homem encara a câmera em um enquadramento focado em seu rosto.
    A partir daí, Mendes passou por diversos veículos de música, chegando a se tornar fotógrafo principal da revista Bizz. Durante a década de 80, ele ganhou destaque principalmente com o Rock nacional, fotografando diversas capas de álbuns e de revistas. Entre os artistas que passaram por suas lentes, estão Lulu Santos, Paulo Ricardo (ex-vocalista da banda RPM) e as bandas Legião Urbana e Ultraje a Rigor. 
    A título de curiosidade, em uma entrevista do site Olhavê, Rui comenta que a capa do álbum “Música calma para pessoas nervosas”, da banda Ira!, seria sua favorita, dentre as que ele produziu. Além de fotografar, Rui Mendes também chegou a dirigir videoclipes para artistas como Charlie Brown Jr. e Racionais MCs. 
    Uma montagem com quatro rostos desfocados e deformados em fundos coloridos.
    Capa do álbum “Música calma para pessoas nervosas” da banda Ira! – Rui Mendes
    Descrição: colagem de rostos borrados com fundos coloridos e o nome da banda e do álbum escritos por cima.
    Mendes também tem vários trabalhos envolvendo o Samba, como o ensaio “A velha guarda do samba”, pelo qual foi finalista do Prêmio Funarte de Fotografia em 1998. Em 2009, o fotógrafo reuniu negativos guardados e textos sobre sua experiência com artistas no livro “Música”.

    Confira alguns dos trabalhos do fotógrafo:

    Quatro pessoas posam em frente a um fundo branco com sombras pretas semelhantes a galhos cruzando toda a fotografia.
    As Mercenárias – Rui Mendes
    Descrição: quatro mulheres em uma parede branca olham para o horizonte. Por cima delas há um tipo de projeção de linhas pretas.

    Um homem sentado em uma cama com um violão encara a câmera.
    Renato Russo – Rui Mendes
    Descrição: um homem sentado em uma cama tocando violão
    Um homem posa sentado em um banquinho em frente a um fundo liso rosa do mesmo tom da camisa que ele está usando.
    Seu Jorge – Rui Mendes
    Descrição: um homem sentado em um banquinho encara a câmera sorrindo em um fundo cor de rosa que combina com sua blusa.
    Um homem parece ajeitar o cinto da calça em uma rua.
    Bezerra da Silva – Rui Mendes
    Descrição: um homem mais velho com uma camisa brilhante posa para a câmera no meio da rua.
    O trabalho de Rui Mendes faz parte da história da música no Brasil, e mostra a importância do aspecto visual no imaginário coletivo. 
    O que você achou da galeria de hoje? Você sabe quem são os fotógrafos por trás das suas capas de álbum preferidas? Comente com a gente!
  • Melissa Spitz

    Melissa Spitz encontrou na fotografia a oportunidade de “pausar o caos”, registrando a doença mental de sua mãe.
    Fotografia de uma mulher loira de meia idade tomando sol na parte rasa da piscina. A mulher veste um maiô rosa e óculos escuros.


    Melissa Spitz encontrou na fotografia a oportunidade de “pausar o caos”, registrando a doença mental de sua mãe.
    Fotografia de uma mulher loira de meia idade tomando sol na parte rasa da piscina. A mulher veste um maiô rosa e óculos escuros.
    Melissa Spitz – Pool Day (Dia na piscina), 2015

    “Pausar o caos”, foi como Melissa Spitz, fotógrafa americana nascida no Missouri em 1988, definiu o ato de fotografar a sua mãe na sua conferência no TEDxIndianopolisWomen. Desde a infância Melissa conviveu com os altos e baixos da genitora, diagnosticada com esquizofrenia paranoide, depressão e transtorno bipolar. Ela se acostumou ao fato de que algumas vezes sua mãe iria comprar cigarros para que ela parecesse legal entre os amigos, outras vezes a tentaria apunhalar com uma tesoura por ter contado para a mãe de uma amiga que seus pais brigavam muito.

    Melissa começou a fotografar no Ensino Médio. “Eu sempre matava aulas e gostava da detenção porque pelo menos eu não precisava ir para casa. Mas logo eu encontrei uma aula que eu não queria matar e ela oferecia atividades extra curriculares: Fotografia. Eu tinha sido exposta a fotos através do meu avô, que tinha uma câmara escura em seu porão, e minha avó frequentemente me mostrava fotos da parte da família de Viena que não escapou (dos campos de concentração). Então eu sabia que esse veículo tinha essa maravilhosa capacidade de misturar o presente e o passado. Aos dezesseis anos eu entrei de cabeça. Eu fui a todas as aulas de fotografia que minha escola oferecia. Eu frequentemente continuava na escola depois das aulas”, contou Melissa Spitz no TED.

    Apesar das dificuldades em casa por conta do comportamento instável da mãe, Melissa sabia que a vida podia ser pior. Ainda na sua conferência para o TED, ela contou que: “Eu não havia nascido na época da minha avó. Eu não era uma mulher nascida em uma sociedade misógina, uma refugiada separada dos meus pais ou uma adolescente crescendo em uma América em guerra. Eu era uma garota branca judia de classe média, com um carro, uma terapista. Eu tinha minha liberdade de expressão. Minha avó tinha tido a capacidade de manter a cabeça dela erguida quando ela tinha muito com o que se preocupar. Por que eu não poderia?”.

    E não é a toa que ela ficou famosa com um ensaio chamado “You Have Nothing to Worry About”, ou Você não Precisa se Preocupar com Nada. O ensaio teve início em 2009, quando um professor da universidade passou um trabalho que requeria tirar fotos de algo privado. No começo, Melissa chegou a se perguntar se tirar as fotos era correto, mas os anos de abusos  sofridos a deram confiança para continuar.

    Segundo Melissa, o ensaio não só permitiu que ela se graduasse com honras e fizesse seu mestrado, como lhe ensinou sobre empatia. Com as fotos ela teve oportunidade de “pausar todo o caos”, de olhar para o passado e para o presente, de entender como era lidar com uma doença mental e de descobrir mais sobre a mulher que lhe deu a luz.

    Confira algumas fotos do ensaio “You Have Nothing to Worry About”:
    Fotografia de uma mulher loira em frente a um lago usando um casaco até aos pés.
    Melissa Spitz – Mom at the lake Creeve (Mamãe no lago Creeve), 2016

    Fotografia de uma mulher loira de perfil. Seu maxilar tem contusões e há um pequeno corte na sua testa.
    Melissa Spitz – “I fell down and broke my jaw” (“Eu caí e quebrei o meu maxilar), 2012
    Fotografia de uma mulher loira, de olhos fechados e com um pequeno sorriso segurando uma máscara com uma expressão parecida com a sua.
    Melissa Spitz – Mom’s mask, part 1 (A máscara da mamãe, parte 1), 2011

    Fotografia de duas mulheres em frente ao espelho. A mulher da frente é loira e idosa, usa bobs nos cabelos e está passando creme no rostoa de trás é morena e jovem e segura a câmera para tirar a foto.
    Melissa Spitz – Mom’s mask, part 2 (A máscara da mamãe, parte 2), 2016

    Retrato de uma mulher loira idosa.
    Melissa Spitz – St Augustine, 2016

    Referências


  • Annie Leibovitz

    Annie Leibovitz

    Responsável por criar o estilo visual da revista Rolling Stones, Annie é considerada uma das mais ilustres fotógrafas de celebridades.

    Anna-Lou “Annie” Leibovitz nasceu no dia 2 de outubro de 1949 em Waterbury, Connecticut. Sua mãe era dançarina e sempre tentava mostrar o mundo das artes para a filha , que desde de pequena era apaixonada por música e pintura. Ela chegou a estudar pintura no Instituto de Artes de São Francisco, mas lá descobriu uma outra paixão: a fotografia.

    Annie começou sua carreira em 1969 quando começou a trabalhar na revista Rolling Stones, que na época ainda estava em seus primeiros números. Não demorou para ela ganhar destaque e em 1973 já tinha sido nomeada fotógrafa chefe, posição que ela manteve por dez anos sendo importantíssima na criação do estilo imagético da revista.

    Um de seus primeiros trabalhos para a revista, foi acompanhar a banda Rolling Stones durante uma turnê em 1971. Depois disso, ela ficou famosa produzindo fotos icônicas de celebridades como John Lennon, Leonardo diCaprio, Angelina Jolie entre outras. Com isso ela também se tornou uma das mais importantes fotógrafas de moda dos EUA. Mas sua carreira não se resumiu apenas a moda e celebridades, ela também chegou a ser fotógrafa de guerra e cobriu os conflitos em Sarajevo e Ruanda.

     
    Foto da Atriz Anne Hathaway para a revista Vogue
    Foto da Atriz Anne Hathaway para a revista Vogue
    Leonardo DiCaprio com um cisne
    Leonardo DiCaprio com um cisne
    Bicicleta caída de um garoto morto a tiros. Sarajevo 1994
    Bicicleta caída de um garoto morto a tiros. Sarajevo 1994
    Foto de John Lennon e Yoko Ono momentos antes do assassinato de John em 1980
    Foto de John Lennon e Yoko Ono momentos antes do assassinato de John em 1980
    Atriz Meryl Streep
    Atriz Meryl Streep
    Foto da Banda The Rolling Stones no palco na turnê de 1971
     

    E então você gostou da obra dessa artista ? Você pode saber mais sobre ela através dos livros Annie Leibovitz at Work, A Photographer’s Life e vários outros,  não se esqueça de comentar sua opinião sobre sua obra no nosso grupo do Facebook!

    Links, Referências e Créditos

    Como citar esta postagem

    CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Annie Leibovitz. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-annie-leibovitz/>. Publicado em: 08 de jul. de 2020. Acessado em: [informar data].

  • Jimmy Nelson

    Jimmy Nelson é um fotógrafo britânico, famoso por retratos de tribos e povos indígenas. Ele elaborou um projeto chamado “Before they pass away”, em que escolheu 35 povos ao redor do mundo para fotografar, entre os anos de 2010 e 2013.

    Jimmy Nelson é um fotógrafo britânico, famoso por retratos de tribos e povos indígenas. Nasceu em Sevenoaks, sudeste da Inglaterra, em 1967. Ele sofreu de alopecia e perdeu todo seu cabelo ainda jovem, fato que o levou ao Tibet em 1986 para “viver entre os monges carecas”. Sua viagem gerou histórias e fotos que foram publicadas na revista da Royal Geographic Society.
    Passou 6 anos fotografando tribos por hobby, até que, aos 24 anos, precisou ingressar na carreira comercial para “pagar as contas”. Em 1994, junto de sua esposa, produziu um projeto de retratos na China que durou 30 meses. As imagens desse trabalho foram exibidas no Palácio do Povo na Praça da Paz Celestial, em Pequim, e depois seguidas por uma turnê mundial.
    Em 2010, Jimmy passou por um momento de reflexão. Com a fotografia digital se estabelecendo como uma norma, ele sentiu que sua carreira estava em perigo e decidiu arriscar e se especializar em algo que ele sabia: culturas em extinção e tribos. Então, elaborou um projeto chamado “Before they pass away”, em que escolheu 35 povos para fotografar.
    Entre 2010 e 2013, o fotógrafo realizou 16 viagens, que duraram de 1 a 2 meses cada. Em entrevista à BBC, ele contou sobre as dificuldades enfrentadas até chegar ao local onde as tribos vivem, além da questão do idioma. Era raro compreender os dialetos, mesmo com um tradutor presente. Apesar dessas adversidades, Jimmy dava um jeito de se comunicar e ajudava nas necessidades do dia-a-dia como moeda de troca para conseguir suas fotos.
    Para esse trabalho, Jimmy utilizou uma câmera de grande formato, com exposição de 4 a 5 segundos em sua maioria. Segundo ele, “quando você processa essas imagens e as imprime, o granulado é fantástico comparado à fotografia digital. O digital se torna muito plástico. Tudo acaba parecendo o mesmo.”
    Um senhor com cerca de 60 anos, branco, está sentado. Ele usa botas, uma calça preta, camisa vermelha, um lenço no pescoço, uma boina. Para o frio, tem algo feito de algodão ao redor do pescoço. Segura um chicote e parece beber algo alcóolico.
    Requelme, Gaucho, Estancia Anita, El Calafate, Patagonia, Argentina, Jimmy Nelson, November 2011 | Jimmy Nelson

    Um homem negro segura uma espécie de fuzil. Seu corpo tem pinturas na cor branca e, em sua cabeça, usa argolas na orelha e dentes pendurados.
    Mursi, Hilao Moyizo Village, Omo Valley Ethiopia, 2011 | Jimmy Nelson

    Um homem negro, cerca de 60 anos cheio de acessórios pelo corpo. Tem uma espécie de osso atravessando seu nariz, utiliza várias penas na cabeça, no braço. Também tem vários acessórios pendurados no pescoço.
    Batu Logo, Dani tribal leader Asumpaima Village, Baliem Valley, Papua, Jimmy Nelson, August 2010 | Jimmy Nelson

    Um aborígene negro, cerca de 50 anos. Tem algumas linhas em branco pintadas em seu corpo. Segura algo na altura do peito. Usa uma faixa na testa, com espécie de galhos e penas presos na parte de trás da cabeça.
    Duane Ahchoo, Bardi, One Arm Point, Dampier Peninsula, The Kimberley, Australia, 2018 | Jimmy Nelson

    Uma mulher negra, nua acima da cintura. Em seu pescoço, utiliza um colar e mais objetos. Seu rosto está pintado em vermelho e branco. Tem penas presas em seu braço. Na testa, também tem penas vermelhas presas
    Goroka, Eastern Highlands, Papua New Guinea, 2010 | Jimmy Nelson

    Um homem negro, cerca de 60 anos. Seu rosto está pintado de amarelo e tem uma espécie de espeto atravessando seu nariz.Usa uma espécie de chapéu incomum na cabeça, enfeitado com penas e flores.Está sem camisa, tem o peito peludo e folhas de árvores amarradas nos braços.
    Hangu Ibamuali, Huli Wigmen, Ambua Falls, Tari Valley, Papua New Guinea, 2010 | Jimmy Nelson

    Um homem ou mulher peruano(a). Tem a pele parda, olhos ligeiramente puxados e usa vestimentas predominantemente rosas. Sua roupa tem desenhos geométricos, usa touca na cabeça, além de um chapéu.
    Hatun Q’eros, Andes, Peru, 2018 | Jimmy Nelson

    Homem sem camisa, pardo. Tem uma faixa preta pintada na altura dos olhos. Na cabeça, tem penas presas na testa com uma espécie de corda. Usa colares grandes, com chifres e penas.
    Hiva Oa, Marquesas Islands, 2016 | Jimmy Nelson

    Uma mulher negra, de olhos castanho claro e cabelo cacheado. Na cabeça, tem um arco formado por penas brancas, vermelhas e amarelas. Em seu corpo, ao invés de roupa, ela usa folhas de plantas.
    Korafe, Amunioan, Tufi, Oro province, Papua New Guinea, 2017 | Jimmy Nelson

    Três moças brancas, chinesas. Utilizam batom, brincos e colares enormes. Vestem um roupão azul, com detalhes em verde e vermelho. Na cabeça, algo como uma coroa gigante na cor dourada.
    Langde Shang Miao Village, Kaili, Qiandongnan, Guizhou, China, 2016 | Jimmy Nelson

    Um homem pardo, de uns 50 anos. Está sem camisa, e tem linhas pintadas no rosto em vermelho e preto. Ao invés de roupas, utiliza uma peça feita de penas e uma carcaça de lobo. Na cabeça, algo feito com uma águia aparentemente entalhada.
    Miguel Martinez Lopez, Chichimeca Jonaz, Misión de Chichimecas, Guanajuato, Mexico, 2017 | Jimmy Nelson

    três meninas indianas. Todas utilizam vestidos que cobrem o corpo inteiro e são bastante coloridos. Elas usam brincos, piercings no nariz, colares e acessórios na cabeça.
    Mir, Dasada, Gujarat state, India, 2016 | Jimmy Nelson

    Uma butanesa branca, aparentemente jovem adulta. Tem cabelos pretos compridos. Na sua cabeça, uma espécie de chapéu enfeitado com flores brancas e pequenas. Pouco abaixo dos ombros, ela segura duas esculturas de cabeças de dragão.
    Sonam Choden, Sharchop, Gangtey, Bhutan, 2016 | Jimmy Nelson

    Uma mulher morena, com o rosto pintado como uma caveira. Usa um cordão e brincos dourados. Na cabeça, flores presas em seu cabelo. Sua roupa e cenário também é composto por flores amarelas, rosas e vermelhas.
    Zapoteca, Oaxaca, Mexico, 2017 | Jimmy Nelson

    Marken, the Netherlands, 2014 | Jimmy Nelson

    Referências

  • O Pioneirismo de Margaret Bourke-White

    O Pioneirismo de Margaret Bourke-White

    Margaret foi a primeira mulher na revista Life, e como fotojornalista, viajou junto com as tropas americanas da 2ª Grande Guerra, produzindo fotos icônicas.

    Margaret Bourke-White foi uma fotógrafa americana nascida em 1904 no Bronx, Nova York. Filha de Joseph White, um judeu não praticante nascido na Polônia, e de Minnie Bourke, católica nascida na irlanda. Desde pequena ela já se imaginava fazendo coisas diferentes do que era esperado para as mulheres de sua época.

    Margaret na frente de um avião militar em 1943
    Autor desconhecido; Margaret na frente de um avião militar em 1943

    Ela ganhou sua primeira câmera na faculdade de herpetologia, era uma câmera velha com a lente quebrada que sua mãe tinha comprado por 20 dólares, com isso ela desenvolveu seu amor pela fotografia e acabou trocando de curso e de faculdade várias vezes.

    Ganhou prestígio após ter fotografado dentro da Companhia de Aço Otis, produzindo fotos excelentes. Ela cobriu momentos importantes na história como o Dust Bowl, a ascensão do Nazismo, o cerco a Moscou, a liberação dos prisioneiros dos campos de concentração, além de ter cobrido a guerra das Coreias e a divisão da Ìndia, ela também foi a última pessoa a entrevistar Mahatma Gandhi. Aos seus 49 anos ela foi diagnosticada com a doença parkinson e morreu 18 anos depois.

    Crianças atras de uma cerca de arame farpado durante o apartheid em 1950 na Africa do Sul
    Crianças atrás de uma cerca de arame farpado durante o apartheid em 1950 na África do Sul
    Fotos da invasão do porto de Argiers, em 1942 na Itália. Os traços na foto são os disparos dos armamentos de submarinos Italianos que avançaram contra o porto
    Fotos da invasão do porto de Argiers, em 1942 na Itália. Os traços na foto são os disparos dos armamentos de submarinos Italianos que avançaram contra o porto
    Gandhi atras de uma roda fiar. Essa foi uma das ultimas fotos dele antes de seu assassinato algumas horas depois
    Gandhi atrás de uma roda fiar. Essa foi uma das últimas fotos dele antes de seu assassinato algumas horas depois
    Faíscas saindo de uma das maquina da Otis Steel Company
    Faíscas saindo de uma das maquina da Otis Steel Company
    Homem chorando ao lado do corpo de um dos prisioneiros do campo de trabalhos forçados de Erla em 1945
    Homem chorando ao lado do corpo de um dos prisioneiros do campo de trabalhos forçados de Erla em 1945
    Vitimas da inundação de 1937 na fila para receber suprimentos logo abaixo de um outdoor que diz que os americanos tem o melhor padrão de vida
    Vítimas da inundação de 1937 na fila para receber suprimentos logo abaixo de um outdoor que diz que os americanos tem o melhor padrão de vida
    Estudantes negros em aula na Carver High School, em Montgomery Alabama em 1949
    Estudantes negros em aula na Carver High School, em Montgomery Alabama em 1949

    E aí gostou das fotos e da trajetória dessa excelente fotógrafa? Você pode abrir discussões sobre ela e sobre muitos outros fotógrafos no nosso grupo do Facebook!

    Links, Referências e Créditos

    Como citar esta postagem

    CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. O Pioneirismo de Margaret Bourke-White. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-o-pioneirismo-de-margaret-bourke-white/>. Publicado em: 24 de jun. de 2020. Acessado em: [informar data].

  • Philippe Halsman

    A galeria de hoje vai falar sobre o fotógrafo Philippe Halsman, especialmente sobre sua parceria com o famoso pintor Salvador Dalí, mostrando a influência do movimento surrealista além da pintura.

    Philippe Halsman nasceu na cidade de Riga, na Letônia, em 2 de maio de 1906. ele desenvolveu a paixão pela fotografia aos quinze anos, ao encontrar uma câmera antiga no porão da casa dos pais e se tornar o “fotógrafo oficial” de todos os eventos e viagens familiares. Nos anos 30, se mudou para Paris, cursando engenharia mas abandonou os estudos para se dedicar exclusivamente a fotografia. Durante essa década, teve fotos publicadas nas revistas Vogue, Voilà e VU, e abriu um estúdio.
    Um homem com uma câmera e um tripé apontando para um ponto distante em um espaço aberto rural.
    Photo (Philippe Halsman) © Philippe Halsman Archive 2020
    Sua colaboração de 37 anos com o pintor espanhol Salvador Dalí se iniciou nos anos quarenta, quando ambos já haviam se mudado para Paris, e rendeu fotos icônicas, que exploravam a estranheza da obra surrealista do pintor. A série Dalí’s Moustache, por exemplo, é uma série de retratos que foca muito mais no bigode de Dalí, do que no pintor, usando esta característica marcante em fotos abstratas. 
    Um olho e uma linha que forma a sobrancelha e um bigode em um fundo branco.
    Photo (Salvador Dalí – 1954) © Philippe Halsman Archive 2020
    A parceria criou outras diversas fotos icônicas, entre elas Dalí’s Atomicus. Inspirada na pintura Leda Atomicus, do próprio Dalí, esta fotografia levou 28 tentativas para ficar pronta, e mostra o pintor, uma cadeira, dois gatos e água no ar. 
    Um homem, gatos, uma cadeira e um jato de água foram fotografados no ar em um ambiente que parece ser um estúdio de pintura.
    Photo (Salvador Dalí – 1948) © Philippe Halsman Archive 2020
    Além de seu trabalho com Salvador Dalí, Halsman também ficou conhecido por suas fotos de celebridades e figuras importantes pulando, como a atriz Marilyn Monroe e o ex-presidente dos EUA Richard Nixon. O fotógrafo dizia que gostava de pedir aos fotografados que pulassem para que se sentissem mais a vontade, ajudando-os a revelar seus verdadeiros espíritos através da fotografia.
    Um homem e uma mulher pulam de mãos dadas em um fundo branco.
    Photo (Marilyn Monroe and Philippe Halsman – 1959) © Philippe Halsman Archive 2020

    Um homem de terno pula. No fundo se vê uma porta e um guarda-roupa.
    Photo (Richard Nixon – 1959) © Philippe Halsman Archive 2020

    As fotos de Halsman mostram como objetos simples, como um bigode, podem se tornar fotos muito interessantes usando a criatividade e fugindo do convencional. Pratique tirar fotos mais abstratas e compartilhe seus resultados com a gente!

    Links, Referências e Créditos

  • Robert Mapplethorpe

    Robert Mapplethorpe

    Robert Mapplethorpe foi um fotógrafo americano que, após ter obras recusadas por galerias e museus, foi alçado à fama sendo cultuado até hoje como um dos artistas mais importantes – e polêmicos – de sua geração. Criador de uma obra marcada pelo erotismo, levou aos olhos do público a cena gay sadomasoquista ao mesmo tempo que se descobriu sexualmente. Companheiro de longa data da cantora e poetisa Patti Smith, produziu arte junto a ela, como a icônica capa do disco Horses, e viveu com ela a cena punk que emergia na Nova York na década de 1970, incluindo encontros com figurões do meio artístico como Andy Warhol e Allen Ginsberg, noites agitadas em bares como o CBGB e a busca por criatividade e autenticidade em meio ao turbilhão de sexo, drogas e Rock n’ Roll no qual viviam morando juntos no lendário Hotel Chelsea. 

    Auto-retrato de Robert Mapplethorpe em que o fotógrafo aparece apenas parcialmente na imagem à direita e com um braço estendido sobre um fundo branco.
    Self-Portrait. 1975. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation  

    Filho de pais católicos, Mapplethorpe teve uma infância regrada à qual buscou se opor em sua criação artística. “Costumávamos rir de nós mesmos quando crianças, dizendo que eu era uma menina má tentando ser boa e que ele era um bom menino tentando ser mau”. É dessa maneira que Patti Smith define a dualidade que existia entre si e Mapplethorpe no livro de memórias Só Garotos (2010). Pode-se dizer que dois acontecimentos mudaram o curso de sua vida pessoal e artística, quando após experimentar com as artes plásticas ganhou a sua primeira câmera Polaroid, encontrando-se na fotografia, e uma viagem que realizou para San Francisco quando ainda vivia ao lado de Smith, onde viveu experiências que levaram-no a descobrir-se como homossexual.

    Mapplethorpe era um grande admirador de escultores como Michelangelo e buscou atingir aquele ideal de beleza em suas fotografias. Assim, algumas de suas fotografias mais famosas são nus masculinos e femininos, embora também tenha fotografado celebridades, crianças e flores, além de diversos auto-retratos. No entanto, são as fotografias que produziu representando o submundo da cultura gay sadomasoquista que se destacam em seu catálogo, sendo muitas tão explícitas que o próprio fotógrafo as considerava pornográficas. Devido ao teor de tais imagens, muitos museus e galerias se recusaram a exibi-las e quando o faziam, as expunham de forma reservada. Para contornar essa situação, contou com o apoio de um colecionador de arte chamado Sam Wagstaff, que também foi seu parceiro romântico e desempenhou uma grande influência na inserção de Mapplethorpe no mundo das artes.

    Autorretrato de Robert Mapplethorpe onde ele aparece com uma corda amarrada ao seu tronco nu, como se ela o pendurasse. Suas mãos estão algemadas a uma corrente junto à corda, mantendo seus braços erguidos acima da cabeça e os olhos estão vendados. A boca levemente aberta pode ser um indício de prazer.
    Untitled (Bondage). 1973. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation.
    Autorretrato de Robert Mapplethorpe mostrando-o sentado semi-nu sobre um grosso tecido branco. Com a cabeça voltada para baixo e olhar distante, sua única vestimenta parece ser um tipo de colant preto com uma grande fenda revelando a maior parte de seu peito e barriga, estendendo-se até a púbis e cobrindo apenas os órgãos genitais.
    Untitled (Self Portrait). 1973. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation.
    Autorretrato de Robert Mapplethorpe mostrando-o com um braço erguido segurando um cabo elétrico. Apenas cabeça, ombro e braço direito são vistos, ocupando sobretudo a parte inferior da imagem. A cabeça e olhar de Mapplethorpe estão voltados para o lado direito. O fundo é formado por uma parede de tijolos cobertos por massa branca.
    Self Portrait. 1974. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation.
    O retrato mostra a cantora e poetisa Patti Smith, companheira de Robert Mapplethorpe durante anos, de pé diante de uma parede branca onde projeta-se um sutil triângulo de luz. Smith encara a câmera com semblante sóbrio. Traz a mão direita ao peito e a esquerda segura o paletó preto jogado por cima do ombro esquerdo.  Sua vestimenta,  camisa branca, calça preta e gravata preta desatada, assim como o corte de cabelo desgrenhado resultam em um visual andrógino. Trata-se da foto de capa do álbum Horses, o primeiro da carreira de Smith. O minúsculo cavalo prateado que enfeita o paletó faz referência ao nome do disco, uma vez que Horses significa cavalo em inglês.
    Patti Smith (Horses cover). 1975. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    A cantora e poetisa Patti Smith é vista sentada nua em um chão de madeira, com o corpo magro virado para o lado esquerdo, em frente à uma janela, porém com a cabeça e olhar voltados para a câmera. Seus joelhos dobrados de forma que as pernas cobrem os seios e as mãos segurando barras de metal à sua frente.
    Patti Smith. 1976. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    A foto mostra um homem ajoelhado em uma sala de aspecto sujo e escuro, segurando-se a uma escada à sua frente, com um quadrado de luz iluminado-o. O homem está sem camisa, usa calça, botas e luvas de couro e sua cabeça totalmente coberta por uma máscara do mesmo material. Tais vestimentas são comumente usadas em práticas sexuais sadomasoquistas.
    Jim, Sausalito. 1977. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Autorretrato de Robert Mapplethorpe. Usando jaqueta de couro, Mapplethorpe encara a câmera com expressão sóbria. Apenas o busto é visível, com parte do rosto iluminado em contraste com um fundo preto.
    Self Portrait. 1980. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Autorretrato de Robert Mapplethorpe. Em contraste com o autorretrato anterior, nesta imagem Mapplethorpe aparece travestido, usando maquiagem e um casaco de pelos de estilo feminino. Semelhantemente a foto anterior, apenas o busto é visível, com uma luz sobre o rosto e fundo preto.
    Self Portrait. 1980. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Nesta fotografia, o modelo aparece de costas para câmera em frente a um fundo preto. Traja uma jaqueta preta com diversos dizeres que lembram o estilo punk que estava em alta na época.
    Nick Marden. 1980. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Retrato do busto de Iggy Pop, cantor e musicista de grande influência na cena musical alternativa das décadas de 70 e 80. Conhecido por seu estilo e comportamento irreverente, aparece na fotografia de espanto ou surpresa, com os olhos arregaladas e boca um pouco aberta, sendo visíveis seus dentes desalinhados e linhas de expressão. O fundo, como na maior parte das fotografias de Mapplethorpe, é nulo.
    Iggy Pop. 1981. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Autorretrato de Robert Mapplethorpe em que ele aparece apenas da cintura para cima usando um sobretudo preto de couro e luvas do mesmo material, empunhando uma espingarda. Seu olhar e expressão faciais são sérios. Ao fundo, há uma estrela de cinco pontas posicionada como o pentagrama satânico.
    Self Portrait. 1983. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Retrato do tronco do corpo de um homem negro. Há uma toalha amarrada à cintura e é notável a musculatura do modelo.
    Derrick Cross. 1983. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Retrato da cantora Grace Jones, famosa nas décadas de 70 e 80. Na imagem, Jones aparece com o corpo pintado com tinta branca formando desenhos tribais, usando um chapéu ritualísticos e espirais que formam cones cobrindo os seios. Seus braços estão erguidos com as palmas das mãos abertas à altura da cabeça.
    Grace Jones. 1984. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Retrato de dois modelos masculinos, sendo um negro e um branco. Ambos são carecas e estão sem camisa, dando destaque para a cor da pele de ambos, sendo possível notar o forte contraste entre elas. São mostrados apenas à altura do busto,  voltados para o lado esquerdo. O negro está com os olhos fechados e o branco, encaixado logo atrás com a cabeça por cima do ombro do primeiro, está com os olhos abertos.
    Ken Moody and Robert Sherman. 1984. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Retrato de um casal homossexual masculino. Ambos usam coroas em suas cabeças. O casal parece estar dançando romanticamente, abraçados, com um dos rapazes descansando a cabeça no ombro do parceiro, e braços estendidos com as mãos dadas em direção ao fundo preto.
    Two Men Dancing. 1984. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Autorretrato de Robert Mapplethorpe onde é o seu busto é visto sobre um fundo preto. Seu rosto e seu olhar estão voltados para a esquerda. O tempo de exposição da lente registrou o movimento da cabeça, criando um vulto fantasmagórico na imagem.
    Self portrait. 1985. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation.
    Auto Retrato do busto de Robert Mapplethorpe. Ele está levemente voltado para o lado direito, iluminado por uma luz forte em contraste com um fundo preto. Seu olhar e expressão facial são sérios, até mesmo intimidadores e em sua cabeça há chifres demoníacos.
    Self Portrait. 1985. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation.
    Retrato de um homem negro dentro de uma forma cilíndrica. Seu corpo está completamente nu e sua pose, em pé e com as costas e cabeça inclinadas fazem com que seu rosto esconda-se entre os joelhos. As mãos tocam as paredes, estando o braço direito baixo acompanhando a inclinação na qual se encontra enquanto o braço esquerdo inclina-se opostamente, acima da cabeça.
    Thomas. 1987. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
    Autorretrato de Robert Mapplethorpe. Vestido com roupas pretas, seu corpo e o fundo parecem fundir-se, havendo apenas dois pontos de visão na imagem, a mão direita, que segura um cajado com uma pequena caveira na extremidade e sua cabeça, que parece flutuar em meio a escuridão encarando a câmera. Na época de criação desta imagem, Mapplethorpe já se encontrava infectado pelo vírus HIV, tendo falecido no ano seguinte por complicações em decorrência da AIDS.
    Self Portrait. 1988. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation

    Gostou da nossa #galeria dessa semana? Qual foto do Robert Mapplethorpe você mais gostou? Conta pra gente lá no nosso Instagram!

    Referências: 

    SMITH, Patti. Só Garotos. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

    ROIZMAN, Ilene. Robert Mapplethorpe’s Photography: BDSM and Beyond. In: Scene 360. 2016. Disponível em: <https://scene360.com/art/91031/robert-mapplethorpe/> Acesso em: 09 de Abr. de 2020

    ARN, Jackson. Why Mapplethorpe’s Photographs Remain Subversive , Even without the Shock Value. In:  Artsy. 2019. Disponível em: <https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-mapplethorpes-photographs-remain-subversive-shock-value> Acesso em 05 de Abr. de 2020

    Links: 

  • Farzana Wahidy

    Farzana Wahidy, Afeganistão, 1984, cresceu sob a repressão do talibã e hoje é uma das pioneiras no fotojornalismo internacional no Afeganistão.

    Farzana Wahidy, Afeganistão, 1984, cresceu sob a repressão do talibã e hoje é uma das pioneiras no fotojornalismo internacional no Afeganistão.

    Fotografia de um bebê de bruços, olhando para a frente, atento. O bebê está usando uma blusa cinza com glitter. Sua mão está enfeitada com uma pulseira feita de miçangas coloridas que vai do pulso aos dedos. Em sua cabeça há uma touca azul enfeitada com pompoms coloridos.
    Farzana Wahidy – Série “Afghanistan Single Images”.

    Farzana Wahidy é uma mulher afegã. Isso diz muito sobre sua arte. Ter crescido durante o regime talibã lhe inspirou a começar a fotografar, como declarou em entrevista ao Open Society Foundation: “Foi durante o Talibã, que foi o tempo mais difícil para as mulheres, não era permitido que elas fossem à escola, ou trabalhassem, ou até mesmo apenas saíssem de casa, todas essas coisas estavam acontecendo ao meu redor naquela época, então a fotografia se tornou uma maneira para eu compartilhar essas histórias e me expressar”.

    Quando o talibã caiu no Afeganistão, ela terminou o ensino médio e ingressou em um curso de fotografia. Em 2004, já era a primeira fotojornalista afegã a trabalhar para agências internacionais e, em 2007, ganhou uma bolsa para estudar fotojornalismo no Canadá. Suas fotos já foram publicadas no The Guardian, Sunday Times, Le Monde, entre outros jornais pelo mundo. Em 2012, o grupo MOBY a declarou uma das 100 mulheres afegãs mais bem sucedidas no Afeganistão.


    Farzana luta para apresentar seu país e a situação das mulheres afegãs para o resto do mundo. Entre o seus ensaios mais populares estão “Burqa”, que mostra o cotidiano das mulheres utilizando a peça, e “Women of Afghanistan” (Mulheres do Afeganistão), que alerta para a violência de gênero no país e a relação das mulheres com o trabalho, com o casamento e com os padrões de beleza. Como ela declarou para a Smithsonian Magazine: “Eu acho que a fotografia é uma linguagem internacional e todo mundo pode lê-la. Eu a amo porque eu encontrei uma maneira de expressar meus sentimentos e de compartilhar as histórias e problemas que estão acontecendo no meu país para outras pessoas no mundo”.


    Veja algumas das suas fotografias:

    Fotografia de duas mulheres usando burcas azuis. Elas estão de frente uma para outra. A da esquerda tem a mão erguida e parece estar falando. Atrás delas estão penduradas outras burcas azuis, idênticas as delas, indicando se tratar de uma loja da peça de vestuário.
    Farzana Wahidy – Série “Burqa”

    Fotografias de mulheres de burca, enfileiradas de costas a uma parede diagonal do lado direito. A segunda mulher, de frente para trás, segura um bebê que veste um casaco vinho. O bebê brinca com a burca da mulher, na parte em que os olhos ficam cobertos..
    Farzana Wahidy – Série “Burqa”

    Fotografia de uma mulher e um homem em uma casa. As paredes da casa estão manchadas e  descascando. O chão não tem piso. A mulher está agachada na cômodo onde a fotografia foi tirada, lavando louça em uma tigela. Ela usa véu apenas no cabelo. O homem está em cômodo ao fundo. Não é possível saber o que está fazendo, mas também está agachado.
    Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”

    Fotografia de mãos femininas sobre o colo. As mãos estão abertas com as palmas viradas para cima e parecem pertencer a uma idosa. Há queimaduras por toda a mãos.
    Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”

    Fotografia de três mulheres utilizando roupas pretas e véu islâmico branco. Elas estão andando em direção à frente da imagem e  tentam segurar seus véus enquanto passam por uma tempestade de vento.
    Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”
  • Sebastião Salgado

    Sebastião Salgado

     
     Sebastião Salgado é um renomado fotógrafo brasileiro que retrata em suas fotografias as pessoas que se encontram à margem da sociedade, e as diversas causas ambientais que apoia.

    Sebastião Ribeiro Salgado nasceu em Aimorés, Minas Gerais, no dia 8 de fevereiro de 1944. Graduou-se em Economia, em Vitória, Espírito Santo, e fez pós-graduação na USP. Trabalhou como economista por alguns anos e, devido às perseguições da ditadura civil militar, se auto exilou em Paris.

    Retrato de Sebastião Salgado em preto e branco
    Autor desconhecido – Sebastião Salgado

     Em Paris, completou seu doutorado em economia e, entre 1971 e 1973, trabalhou para a Organização Internacional do Café, em Londres. Durante uma viagem para a África, realizou sua primeira sessão de fotos, com uma câmera emprestada pela esposa, Léila Wanick Salgado, e assim se encantou pela fotografia. A partir de 1974, volta a morar em Paris e trabalha como fotojornalista independente para agências como Sygma, Gamma e Magnum.

    Em 30 de março de 1981, estava em Washington, Estados Unidos, capturando imagens para uma matéria que seria lançada pelo New York Times. Enquanto esperava a saída do presidente Ronald Reagan na porta do hotel, viu antes que seus colegas que John Hinckley Jr. erguera uma arma. Salgado realizou as melhores imagens do atentado contra o presidente norte-americano. Essas imagens rodaram o mundo, fazendo com que ele conseguisse atingir a independência financeira para investir em seus projetos.

    Temos um homem de terno preto puxando sua arma, dois outros de terno cinza com as armas para cima, dois homens no chão, dois agachados e um bombeiro se aproximando
    Segundos após tentativa de assassinato de Ronald Reagan, 1981, Sebastião Salgado
    Em 1994, junto com a esposa, Léila, funda a agência de imprensa fotográfica, Amazonas images. Viaja por todo o Brasil e por mais de 100 países para vários projetos fotográficos.

    Segue alguns dos trabalhos do Salgado:

    Foto em preto e branco de uma pessoa, com roupas de proteção, perto de um vulcão em erupção
    Kuwait, 1991, Sebastião Salgado
     
    Imagem em preto e branco, mostra várias pessoas trabalhando, e um homem encostado em um poste de madeira olhando para o lado
    Serra Pelada (Man against Post), 1986, Sebastião Salgado
     
    Foto em preto e branco, mostra uma estação de trem, com dois trens, e a imagem borrada de várias pessoas andando por lá
    Estação de trem lotada em Bombaim, 1995, Sebastião Salgado
     
    Imagem em preto e branco, mostra no centro dois filhotes de elefante-marinho-do-sul, e atrás deles, vários pinguins
    Filhotes de elefante-marinho-do-sul, 2009, Sebastião Salgado

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

     

    Links, Referências e Créditos

    • http://galeriamariocohen.com.br/?page_id=22657
    • https://br.blastingnews.com/cultura/2016/02/o-atentado-que-mudou-a-vida-profissional-de-sebastiao-salgado-00776045.html
    • http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2597/sebastiao-salgado

    Como citar essa postagem

    COSTA, Clara. Sebastião Salgado. Cultura Fotográfica. Publicado em: 27 de mai. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/galeria-sebastiao-salgado/. Acessado em: [informar data].