Categoria: Divulgação

  • Pequena história de um pequeno dispositivo de ver imagem: monóculos

    Pequena história de um pequeno dispositivo de ver imagem: monóculos

    Capítulo de livro de Elinaldo da Silva Meira publicado em EDUEPB – Editora da Universidade Estadual da Paraíba.

    Elinaldo Meira

    A história da Fotografia também se faz pela oralidade, pelos meios de produção de imagens e pelo trabalho de empreendedores ousados. A pequena história dos monóculos de meio quadro fotográfico é marcada pela memória dos que guardam este registro, pelos que produziram e comercializaram o produto e por conexões que estabelecemos com autores que tratam dos processos de criação, da velhice e da história corrente da Fotografia. Propõe-se uma metodologia da escuta de profissionais para a investigação da face brasileira da história dos meios populares de produção e propagação fotográfica. (A publicação encontra-se no e-book “Cartografia da Folkcomunicação” – p. 415 e seguintes)

    Autor(a/es/as)

    Elinaldo da Silva Meira (http://lattes.cnpq.br/0816849762400016, @cangucu.de.fuzue)

    Local de publicação

    EDUEPB – Editora da Universidade Estadual da Paraíba

    Acesse a publicação completa em Procurar por “Cartografia da Folkcomunicação

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  • Lugares de passagem

    Lugares de passagem

    Livro de Elinaldo da Silva Meira publicado em Editora Bluecom/São José do Rio Preto (SP)

    Capa e fotografia: Elinaldo Meira

    “Lugares de passagem” é um inventário fotopoético nascido do contato de retorno aos sertões nordestinos a partir de 2011. A obra é composta por fotografias entre 2011 a 2015. O prefácio do livro foi realizado pela Profa. Heloisa Buarque de Holanda. Teve tiragem de 200 exemplares.

    Autor(a/es/as)

    Elinaldo da Silva Meira (http://lattes.cnpq.br/0816849762400016 | @cangucu.de.fuzue)

    Local de publicação

    Editora Bluecom/São José do Rio Preto (SP) (Editora Bluecom/São José do Rio Preto (SP)

    Acesse a publicação completa em https://tinyurl.com/4xvbbpnv

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  • O meu corpo pertence ao Sertão

    O meu corpo pertence ao Sertão

    Publicação digital de obra fotográfica de Elinaldo Meira.

    Fotografias: Elinaldo Meira

    Álbum fotográfico digital publicado na plataforma Flickr com produção de 2011 até o presente. O conjunto fotográfico busca situar-se enquanto um corpo de retorno às origens sertanejas nordestinas e o que significa ser nordestino fora do Nordeste. Na apresentação do álbum consta: “Quando eu morrer eu queria ser levado por uma acauã e que ela me deixasse em algum lugar entre o Cariri e o Seridó, porque meu corpo pertence ao Sertão.”

    Autor(a/es/as)

    Elinaldo Meira ( http://lattes.cnpq.br/0816849762400016 | @cangucu.de.fuzue )

    Local de publicação

    Acesse a publicação completa em https://tinyurl.com/2p8ff3p6

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  • Jogando com a perspectiva: a profanação do controle do acesso aos cenários de conflito durante a Guerra do Iraque

    Artigo em periódico de Flávio Pinto Valle publicado em Galáxia, revista do Programa de Estudos Pós-graduados em Comunicação e Semiótica – PUC-SP.

    Benjamin Lowy 


    A cobertura fotojornalística da Guerra do Iraque (2003-11) foi marcada pela incorporação de profissionais da imprensa a unidades militares. Se, por um lado, esta prática oferecia aos repórteres condições para desempenharem suas atividades, por outro, restringia sua liberdade de ação. Neste ensaio, propomos observar a constituição deste dispositivo de controle do acesso dos fotojornalistas aos cenários de conflito. Nos dedicaremos, em particular, à reflexão sobre a maneira como o fotógrafo Benjamin Lowy, por meio do jogo com sua perspectiva e a dos soldados, o profana.

    Autor(a/es/as)

    Flávio Pinto Valle, (http://lattes.cnpq.br/9224069355818051, @flaviopintovalle).


    Local de publicação

    Galáxia, revista do Programa de Estudos Pós-graduados em Comunicação e Semiótica – PUC-SP (-.)

    Acesse a publicação completa em https://tinyurl.com/2p86dw23


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  • Crises do tempo na apreensão da cidade: Memória e imaginário em páginas do Facebook

    Crises do tempo na apreensão da cidade: Memória e imaginário em páginas do Facebook

    Capítulo de livro de Luciana Amormino, Ravena Sena Maia e Flávio Valle publicado em Catástrofes e Crises do Tempo: Historicidades dos processos comunicacionais.

    Selo PPGCOM/UFMG

    Neste capítulo, _s pesquisador_s discutem as crises temporais que se abrem em fotografias de cidade a partir de gestos de memória como os das páginas de Facebook, Fotos Antigas de Belo Horizonte e Fotos Antigas de Salvador. Com base na leitura das fotografias publicadas nestas fanpages e dos comentários sobre elas, observa-se a configuração de experiências da cidade que, atravessadas pelos dilemas dos processos de modernização, apresentam novos sentidos que marcam a historicidade da imagem.

    Autor(a/es/as)

    Luciana Amormino (http://lattes.cnpq.br/7590061302048746), (@luamormino), Ravena Sena Maia (http://lattes.cnpq.br/3054920990953723), (@ravenasmaia) e Flávio Valle (http://lattes.cnpq.br/9224069355818051), (@flaviopintovalle).

    Local de publicação

    Catástrofes e Crises do Tempo: Historicidades dos processos comunicacionais (@seloppgcom)

    Acesse a publicação completa em https://seloppgcom.fafich.ufmg.br/novo/publicacao/catastrofes-e-crises-do-tempo/.

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  • Vida e morte nos retratos dos ocupantes do edifício 911

    Capítulo de livro de Flávio Pinto Valle e Paulo Bernardo Vaz publicado em Sentidos da Morte: Na Vida da Mídia.

    Capa do Livro 

    Em 2008, Julio Bittencourt publicou o livro Numa Janela do edifício Prestes Maia 911, fotodocumentário que trata do cotidiano da ocupação. O ensaio, composto por retratos dos moradores nas janelas de suas habitações tomados a partir da janela do apartamento localizado no bloco oposto, não se propõe imparcial como dizem ser muitas as reportagens feitas sobre o edifício, tampouco se propõe engajado como as muitas intervenções artísticas realizadas no local. Trata-se de uma tentativa de representar uma situação social complexa, revelando-a em vez de apagá-la. No entanto, apesar do esforço do fotógrafo, que levou meses conhecendo o edifício e seus habitantes, planejando tomadas e fotografando, o aparelho que ele construiu captura as pessoas que vivem no Prestes Maia apenas sob um conceito (FLUSSER, 2002), o de ocupantes.

    Cada um desses retratos encerra algo mortífero. A fotografia corresponde a um modo de embalsamamento no qual uma aparência é transformada em um objeto que será preservado e exibido (BARTHES, 1984; DUBOIS, 2008; METZ, 1985; SANTAELLA, NÖTH, 2012; SONTAG, 2004). Por isso, ao tentar revelar as vidas que habitam o Prestes Maia 911, Bittencourt promoveu a morte de cada uma delas. Homens, mulheres, crianças e o próprio prédio não apenas foram transformados fotografias, como também tiveram os seus destinos decididos por elas. Pois, os retratos produzidos por Bittencourt resumem a vida dos habitantes do edifício ao processo em que eles se engajaram: a ocupação do imóvel abandonado. Talvez seja essa a razão pela qual vemos uma ética (AGAMBEN, 2007) emergir nesta série de imagens. Pois, para os integrantes do MSTC, a ocupação não é apenas um lugar para morar, é também um ato político e, sobretudo, um modo de vida. Neste ensaio, pretendemos pensar os retratos dos ocupantes do edifício 911 em sua relação com a morte para tratarmos da ética que emerge nesta relação.

    Autor(a/es/as)

    Flávio Pinto Valle (http://lattes.cnpq.br/9224069355818051 /  @flaviopintovalle)

    Paulo Bernardo Vaz  (http://lattes.cnpq.br/1682428830146432 / @paulobvaz)

    Local de publicação

    Sentidos da Morte: Na Vida da Mídia (@editoraappris)

    Acesse a publicação completa em https://tinyurl.com/xmedwnxt


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  • Do vilarejo colonial a cidade do café: Um percurso pela visualidade paulistana

    Artigo em periódico de Flávio Pinto Valle publicado em Interin, Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Linguagens da Universidade Tuiuti do Paraná.

    Guilherme Gaensly / Brasiliana Fotográfica / Biblioteca Nacional Digital


    Neste artigo, propomos apreender a historicidade dos processos urbanos em curso em São Paulo na passagem do século XIX para o XX por meio de um exercício metodológico que consiste em escrever nossa caminhada pela iconografia da capital paulista, principalmente pelas imagens fotográficas que a constitui. Posto que a caminhada encerra algo que não pode ser explicado, que somente pode ser praticado, em um primeiro momento ofereceremos ao nosso leitor um percurso pela visualidade da capital paulista e, em seguida, as associações que fabricamos ao longo do percurso com o propósito de compreender como o processo de produção do território urbano, mediado pela especulação imobiliária, foi captado e mostrado pelo trabalho de fotógrafos que atuaram ou que ainda atuam em São Paulo.

    Autor(a/es/as)

    Flávio Pinto Valle (http://lattes.cnpq.br/9224069355818051 / @flaviopintovalle)

    Local de publicação

    Interin, Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Linguagens da Universidade Tuiuti do Paraná.

    Acesse a publicação completa em https://interin.utp.br/index.php/i/article/view/1527.


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  • I Ciclo de Apoio a Percursos Autodirigidos sobre Fotografia

    Participe de nossos encontros de apresentação e apreciação de explorações, práticas e teóricas, no campo da fotografia.

    Uma etapa fundamental de qualquer percurso autodirigido, prático ou teórico, sobre fotografia é a avaliação do trabalho produzido. No entanto, para examinar a própria obra é preciso estabelecer um distanciamento crítico, ou seja, afastar-se subjetivamente dela para ser capaz de abordá-la de maneira objetiva. Em razão de essa não ser uma tarefa fácil, muit_s fotógraf_s e pesquisador_s recorrem à apreciação de colegas. 
    Nesse sentido, nós do Cultura Fotográfica oferecemos para você que está, por sua própria conta, explorando alguma questão, prática ou teórica, relacionada à fotografia a oportunidade de participar de um momento estruturado para apresentar e apreciar suas descobertas e as de colegas que estão na mesma situação.
    Homem conversa remotamente com outras quatro pessoas via webconferência.
    Surface | Unsplash

    Por um lado, a apresentação de suas descobertas permitirá que você discuta e explore seus processos cognitivos e criativos e o incentivará à reflexão dos aspectos conceituais, estéticos e técnicos da exploração que você vem desenvolvendo. Por outro, a apreciação dos colegas permitirá a você compreender como os outros observam o seu trabalho. Na mesma medida, a exposição de sua apreciação dos trabalhos dos colegas o engajará num processo de leitura crítica da fotografia.


    Inscrições

    O período de inscrições para participar dos encontros de apresentação e apreciação de percursos autodirigidos sobre fotografia vai até o dia 25 de março de 2022. Nesta primeira edição do ciclo, serão apenas 6 vagas. Por isso, caso recebamos mais inscrições que a quantidade de vagas disponíveis, realizaremos um processo seletivo com base nos seguintes critérios:
    – Originalidade e relevância da proposta;
    – Clareza na apresentação da proposta.
    O resultado da seleção será comunicado aos inscritos no dia 31 de março de 2022 pelo email informado no ato de inscrição.


    Funcionamento

    Os participantes selecionados terão aproximadamente 2 meses para desenvolverem suas explorações antes de realizarem a primeira entrega de suas descobertas, cujo prazo é o dia 27 de maio de 2022. Por entrega de descobertas, entendemos a evidência, a prova ou o testemunho do que você descobriu em sua exploração no campo da fotografia. Essa entrega pode ser feita em diferentes formatos: artigo, diaporama, ensaio, filme, fotografia individual ou conjunto de fotografias, livro, podcast, relatório, dentre tantos outros possíveis.
    Nas duas semanas seguintes, nos dias  2 e 9 de junho de 2022, no horário de 19h às 21h, realizaremos encontros via Google Meet para a apresentação das descobertas dos participantes e das apreciações dos colegas. Cada um desses encontros serão divididos em 3 sessões de apresentação e apreciação com a seguinte estrutura: primeiro, um participante terá 6 minutos para apresentar suas descobertas, na sequência, um colega, escolhido e comunicado previamente pela organização, terá 9 minutos para relatar sua apreciação e, por fim, todos terão 15 minutos para conversar a respeito do trabalho apresentado.
    Os encontros de apresentações e apreciações serão gravados e suas gravações serão publicadas no Canal do Cultura Fotográfica no Youtube. Após sua realização, os participantes terão cerca de 1 mês para finalizar suas descobertas conforme as contribuições dos colegas que acharem pertinentes e entregá-las, até o dia 8 de julho, para serem publicadas no blog do Cultura Fotográfica. Aos participantes que cumprirem todo o processo será entregue um Certificado de Participação.


    Datas importantes

    Período de Inscrições: até 25 de março de 2022;
    Quantidade de vagas: 6;
    Resultado da seleção: 31 de março de 2022;
    Primeira entrega de descobertas: 27 de maio de 2022;
    Encontros de apresentação e apreciação: 2 e 9 de junho de 2022, de 19h às 21h;
    Entrega de descobertas para publicação: 8 de julho de 2022.
  • O império do olhar: o Brasil oitocentista visto pela fotografia colonial

    O império do olhar: o Brasil oitocentista visto pela fotografia colonial

    A fotografia colonial e sua contribuição para a construção da imagem do império brasileiro.
    Os meios de comunicação carregam traços de sua época e lugar. André Rouillé (2009), em um estudo onde reconstitui o percurso da fotografia em sua migração do campo do útil para o do belo, comenta que a esta nova tecnologia de fazer visível se desenvolveu em estreita ligação com alguns processos em curso na Europa durante o século XIX: a democratização, a monetarização, a industrialização, a urbanização, a expansão das metrópoles e a modificação na percepção de tempo e de espaço.
    Por sua vez, James Ryan (2014), em uma revisão de literatura sobre a fotografia colonial, observa que o desenvolvimento da fotografia ocorreu em paralelo à expansão do império europeu na segunda metade do século XIX. Por isso, tão logo os procedimentos para a produção de imagens fotográficas foram tornados públicos, eles foram incorporados ao aparato de compilação de informações que permitia às autoridades coloniais exercer controle – real e simbólico – sobre populações e territórios distantes dos centros de decisão das metrópoles.
    Às imagens fotográficas foi atribuída a função mediadora de fazer presente o que é ausente e de trazer para próximo o que é distante (ROUILLÉ, 2009). Nesse sentido, Juan Naranjo (2006), em uma revisão do papel que a fotografia desempenhou como instrumento para o estudo do outro, acrescenta que, reconhecida como uma imagem que supostamente apagaria a fronteira entre realidade e representação, a ela foi atribuída a capacidade de substituir a experiência direta pela observação virtual.
    Louis Compte

    Expedições de diferentes tipos, apoiadas por associações comerciais, organismos governamentais e sociedades científicas, promoveram a documentação fotográfica de distintas regiões do planeta. Apenas 5 meses após o anúncio da invenção do daguerreótipo, o abade Louis Compte, que integrava a tripulação do navio-escola Oriental-Hydrographe da marinha mercante francesa em sua expedição ao redor do globo, desembarcou no Rio de Janeiro e no dia 17 de janeiro de  1840, produziu a primeira fotografia tomada em território brasileiro, uma vista do Largo do Paço (ver fotografia acima).
    A indústria de álbuns, cartões de visita e postais aumentou a atividade fotográfica comercial. Colecionar fotografias tornou-se um fenômeno de massa em escala global. Aventurando-se por lugares remotos, os fotógrafos europeus tornavam-nos acessíveis mediante a representação de suas paisagens, seus povos e seus costumes através de esquemas estéticos convencionais (RYAN, 2014; VICENTE, 2014). Naranjo (2006) acrescenta que o aumento na circulação de imagens impressas promoveu uma homogenização da informação visual e uma estereotipificação do outro.
    A fotografia não apenas estava inscrita nas experiências coloniais como também era constituidora delas (VICENTE, 2014; RYAN, 2014). As imagens fotográficas eram produzidas por e para colonizadores e tendia a atender os interesses e as prioridades de quem as produzia e as consumia. Disso decorre que elas não apenas refletiam as paisagens, os povos e a vida colonial, mas,  sobretudo, as construíam. Nesse sentido, Filipa Vicente (2014), en uma pesquisa acerca do uso da fotografia no contexto colonial português, destaca que as imagens fotográficas não apenas reproduziam as hierarquias de gênero, classe e raça latentes na sociedade colonial, como também as reificavam.

    A abordagem colonialista da fotografia será debatida no III Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Para saber mais, clique aqui.

    A construção da imagem e da auto-imagem da nação brasileira

    A chegada da fotografia ao Brasil, em 1840, coincide com o fim do Período Regencial e o início do Segundo Reinado do Império do Brasil. O Imperador D. Pedro II não apenas foi o primeiro brasileiro a tirar uma fotografia como também um entusiasta da nova tecnologia. Na época, a produção fotográfica foi organizada em torno de dois produtos e de seus respectivos gêneros: a carte de visite e o álbum de vistas, o retrato e a paisagem.
    Havia 18 anos que o país deixara de ser uma colônia de Portugal e tornara-se um país independente. As preocupações das autoridades nacionais consistiam na consolidação do território nacional e no reconhecimento internacional do país. Ana Maria Mauad (2004), em um artigo sobre a representação do Brasil oitocentista, destaca que a nova tecnologia contribuiu para a construção da imagem e da auto-imagem da nação brasileira.
    Indígena vestido com indumentárias típicas e segurando uma lança posa em estúdio.
    Marc Ferrez / IMS
    Entre as fotografias produzidas por Marc Ferrez para serem vendidas, principalmente, a viajantes estrangeiros, destacam-se os retratos de negros e de índios. Em seu estúdio, o fotógrafo, educado na tradição europeia das artes visuais, montou cenários para melhor ambientar os fotografados. Na fotografia acima, é visível o artificialismo da montagem e o empenho do fotografado em manter sua pose.
    Mauad ressalva que a imagem do Império do Brasil foi produzida por fotógrafos estrangeiros ou educados no estrangeiro que, ao mesmo tempo em que mostravam as populações e o território brasileiro ao país e ao mundo, educavam o olhar nacional para observar o Brasil e os brasileiros a partir dos esquemas estéticos importados. Com isso, apesar do esforço para  projetar a imagem de uma nação semelhante às da Europa, o império fez-se notar sobretudo por aquilo que tinha de diferente.

    A construção da imagem do Império do Brasil com base na abordagem colonialista da fotografia será debatida no III Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Para saber mais, clique aqui.

    Referências bibliográficas

    MAUAD, Ana Maria. Entre retratos e paisagens: modos de ver e representar no Brasil oitocentista. Studium, n. 15, p. 4 – 43, 2004. ISSN: 1519-4388. Disponível em:  <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/11764>

    NARANJO, Juan. Fotografía, antropología y colonialismo (1845 – 2006). Barcelona (ES): Gustavo Gili, 2006.

    ROUILLÉ, André. A Fotografia: entre documento e arte contemporânea. São Paulo: Senac, 2009, p. 29 – 134.
    RYAN, James. Introdução: Fotografia colonial. In: VICENTE, Filipa Lowndes. O império da visão: a fotografia no contexto colonial português. Lisboa (PT): Edições 70, 2014, p. 31 – 42.
    VICENTE, Filipa Lowndes. O império da visão: a fotografia no contexto colonial português. Lisboa (PT): Edições 70, 2014.

    Como citar este artigo

    VALLE, Flávio Pinto. O império do olhar: o Brasil oitocentista visto pela fotografia colonial.  Cultura Fotográfica (Blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/o-imperio-do-olhar-o-brasil-oitocentista-visto-pela-fotografia-colonial/>. Publicado em: 25 fev. 2022. Acessado em: [informar data].