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Periodicidade e estrutura dos encontros de estudos
* Também utilizar para grupos de mentoria e de pesquisa.
O levantamento bibliográfico inicial que apresentamos abaixo foi organizado em torno de três palavras-chave principais, Império do Brasil, Fotografia oitocentista e Colonialismo(Imperialismo) europeu, e está aberto a contribuições. Envie-nos suas sugestões por meio da seção de comentários no final desta postagem.
Natalia Brizuela / Companhia das Letras / Instituto Moreira Salles |
André Rouillé / Senac São Paulo |
racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
Pedro Karp Vasquez / Metalivros |
VICENTE, Filipa Lowndes. O império da visão: a fotografia no contexto colonial português. Lisboa (PT): Edições 70, 2014.
WATRISS, Wendy; ZAMORA, Lois Parkinson (eds.). Image and memory : photography from Latin America, 1866-1994. Austin (US): FotoFest / University of Texas Press. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=GW9CdXDSKWEC&lpg=PP1&hl=pt-BR&pg=PT35#v=onepage&q&f=false>
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Maxime Du Camp |
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Recorte da edição de 17 de janeiro de 1840 do Jornal do Commercio |
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Marc Ferrez / Instituto Moreira Salles |
Assumindo, por princípio, que toda técnica de produção de imagens funda um regime de visibilidade que lhe é próprio, Maurício Lissovsky (1997, p. 29), em uma palestra sobre a Coleção Teresa Cristina, de fotografias reunidas por D. Pedro II, comenta que ela testemunha que, sob o olhar do monarca, “o visível aparece como um império”. O historiador destaca que, logo após sua invenção, a fotografia foi utilizada como um “instrumento de conquista e ocupação dos territórios invisíveis” (LISSOVSKY, 1997, p. 36).
Schwarcz (1997, p. 75), por sua vez, ressalta que a coleção elaborada por D. Pedro II “revela uma representação do país ou uma representação do se quer ver nesse país e do que se quer do Segundo Reinado”. No entanto, apesar do esforço do Imperador para projetar a imagem de uma nação semelhante às da Europa, o Império, a partir de uma perspectiva eurocêntrica compartilhada pelo próprio monarca, fez-se notar, sobretudo, por aquilo que tinha de exótico.
Lissovsky (1997) pondera que a cada regime de visibilidade corresponde um de invisibilidade. No invisível da coleção Teresa Cristina estão sobretudo, os negros e os indígenas. É verdade que os encontramos em algumas fotografias. Nelas, Schwarcz (2014) observa que, enquanto os primeiros aparecem como meros figurantes sem identidades, os segundos aparecem estilizados de acordo um esquema estético já convencionado na literatura e na pintura nacional, o indigenismo romântico.
Ao contrário das fotografias do sistema escravocrata, legalmente em vigor no país, que, excluídas do discurso visual oficial, permaneceram dispersas em vistas, cartes de visite, tipologias produzidas para o exterior, estudos pseudocientíficos e documentos administrativos. Nessa perspectiva, a historiadora (SCHWARCZ, 2014, p. 397) destaca que “o escravismo representava o oposto da imagem civilizada e progressista que o país procurava veicular”.
Em um artigo sobre a representação do Brasil na fotografia oitocentista, Ana Maria Mauad (2004) observa que esta nova tecnologia de gestão do visível foi empregada na construção da imagem e da auto-imagem da nação. A historiadora pondera que essa representação foi produzida por fotógrafos estrangeiros ou educados no estrangeiro que, ao mesmo tempo em que mostravam as populações e o território brasileiro ao país e ao mundo, educaram o olhar nacional para observar e representar o Brasil e os brasileiros a partir de esquemas estéticos exóticos e colonialistas.
Urge, portanto, desconfiar das aparências convencionadas e dos modos de ver propostos nestas imagens fotográficas. Nesse sentido, compreender os agenciamentos da e na fotografia na construção da imagem do Brasil no período do Segundo Reinado constitui-se como uma tarefa de grande relevância. Para tanto, faz-se necessário a realização de pesquisas que, articulando perspectivas formalistas, voltadas para o estudo de gêneros e estilos artísticos, e historicistas, voltadas para a interpretação de contextos e de fatos históricos, apreenda a historicidade das imagens e das práticas fotográficas.
Referências bibliográficas
A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida em nosso Grupo de Estudos. Inscreva-se!
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Marc Ferrez / Instituto Moreira Salles |
Louis Compte |
Marc Ferrez / IMS |
NARANJO, Juan. Fotografía, antropología y colonialismo (1845 – 2006). Barcelona (ES): Gustavo Gili, 2006.
Marc Ferrez / Instituto Moreira Salles |
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Fragmento de Atlas Mnemosyne de Aby Warburg. Crédito: Silke Briel / HKW |
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Boris Kossoy / Ateliê Editorial |
O significado mais profundo da vida não é o de ordem material. O significado mais profundo da imagem não se encontra necessariamente explícito. O significado é imaterial; jamais foi ou virá a ser um assunto visível passível de ser retratado fotograficamente. O vestígio da vida cristalizado na imagem fotográfica passa a ter sentido no momento em que se tenha conhecimento e se compreendam os elos da cadeia de fatos ausentes da imagem. (KOSSOY, 2012, P. 130)
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Capas das obras que serão discutidas neste ciclo de encontros. |
Abaixo, apresentamos um cronograma com as datas em que serão os encontros deste ciclo serão realizados e os temas que serão trabalhados em cada um deles.
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