Ano: 2022

  • Liberdade de ser mulher

    Liberdade de ser mulher

    A autora dessa imagem, Claudia Regina, é conhecida por retratar apenas mulheres, com o pré-requisito de que as fotografias sejam feitas de forma natural e sem modificações estéticas virtuais. O motivo é a discordância de Claudia aos padrões corporais e psicológicos estabelecidos para as mulheres na sociedade. Além disso, ela acredita que a modelo fique mais confortável e à vontade em um contexto no qual sabe que sua aparência é respeitada.

    Mulher gargalhando enrolada em uma cortina transparente. Aparentemente ela está nua e confortável com a exposição.
    Claudia Regina
     

    Sinto felicidade ao analisar esse retrato, porque, ao meu ver, ela sorri expressando confiança. Me passa a sensação de que não se importa com julgamentos alheios, que sabe se divertir sozinha e aproveitar os reais valores da vida.

    Apesar de não conhecê-la, tenho admiração por essa mulher. Admiração pela leveza com que ela parece levar a vida. Admiração pela autoestima e confiança de se deixar ser fotografada nua. Admiração por esse sorriso tão sincero e singelo em um lugar no qual é tão difícil ser mulher, como o Brasil.

    Quando a olho, de certo modo, me sinto convidada a gargalhar junto, pois ver o cenário em que ela está e a forma em que se encontra é acolhedor e reconfortante.

    Lugar onde existe o machismo, a vulnerabilidade e a sexualização da mulher de forma potencializada. Lugar onde a mulher é vista como um objeto sexual, que deve seguir comportamentos e padrões físicos para agradar aos homens. Lugar onde a mulher tem seu corpo constantemente julgado e exposto a procedimentos estéticos para alterar o que é natural e socialmente visto como “feio”. Não é à toa que o país lidera o ranking mundial de cirurgias plásticas, sendo a lipoaspiração a mais frequente.

    Por isso, a exalto pela entrega, de corpo e alma, ao momento do retrato. De certo modo, até a invejo pelo sentimento que desperta em mim: o de sentir-se autossuficiente. A impressão que tenho ao visualizar esta foto é que a modelo está extremamente contente consigo mesma, que tem consciência de seu valor como pessoa, profissional e que, como mulher, sabe reconhecer sua sensualidade. Não exclusivamente física, mas a de um ser humano empoderado, que se conhece e não tem medo de afirmar seus limites.

    Além disso, a liberdade que ela aparenta é convidativa. Me faz refletir sobre os limites ou a falta deles ao longo da vida. Será que são todos realmente necessários? Será que permanecer em uma situação desconfortável é falta de limites? Até que ponto estamos nos privando da verdadeira felicidade?  São questionamentos que a imagem me faz ter. 

    Espero que, no futuro, todas as mulheres, assim como a modelo, se sintam confortáveis e livres para sorrir tão verdadeiramente. 

    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

  • 18º Paraty em Foco

    Galeria Zoom de Fotografia de Paraty realiza a 18ª edição do Festival Internacional de Fotografia em Paraty no Rio de Janeiro.

    Estrutura do evento que conta com fotografias de diferentes tamanhos compondo um formato de cubo.
    FOTO: Divulgação

    Criado pelo fotógrafo Giancarlo Mecarelli, após uma visita ao Brasil, o Paraty em Foco é um evento anual realizado na cidade do Rio de Janeiro desde 2005 e reúne artistas do mundo inteiro para trocar conhecimentos e visões sobre a fotografia através de workshops, entrevistas, projeções e leituras de portfólios. 
    O encontro recebe exposições diversas, entre as apresentações deste ano estão os trabalhos vencedores da Convocatória – mostrando os primeiros colocados nas categorias Ensaios e Foto Única – mostra de 25 autorretratos que compõem a exposição Selfies em Foco, além de curadorias e ensaios fotográficos. 
    Para mais informações sobre os horários das exposições, encontros e valores dos ingressos para participar das entrevistas, entre outros, basta acessar paratyemfoco.com.

    Local: CASA PARATY EM FOCO KLINK, Rua Dona Geralda,303 em  frente a Praça da Matriz – Centro Histórico

    Data: De 21 a 25 de setembro

    Contato: producaopef@gmail.com


    Como citar esta postagem

    {SOBRENOME, Nome do Autor(a)}. {Título da postagem}. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<{colar link da postagem}>. Publicado em: {colar data de publicação}. Acessado em: [informar data].

  • Claudia Regina

    Claudia Regina

    “Quero captar a essência da mulher. E quero que ela se reconheça com alegria nessa imagem. Sem tabus”, afirma Cláudia em seu blog de fotografia: Apaixonadarte.

    Suas fotos buscam representar a beleza dos diferentes tipos de corpos, cabelos e peles. Trazem diversidade e representatividade de mulheres à mídia.

    Claudia Regina posicionada de perfil. Ela está maquiada e tem o cabelo raspado. Em suas costas, há uma tatuagem, aparentemente de uma árvore, que chama atenção na fotografia.
    Claudia Regina

    Claudia começou sua carreira editando imagens em um estúdio, mas, inicialmente, não tinha desenvolvido interesse pela arte de fotografar, era exclusivamente pelo salário. Naturalmente, esse cenário mudou e ela começou a dedicar-se ao retrato.

    Hoje, dona de um site chamado “Dicas de Fotografia”, Regina dá enfoque a fotos em preto e branco e ao registro de mulheres fora do padrão estabelecido pela sociedade. Ela usa seu trabalho como uma forma de luta feminista e de oposição às amarras sociais, físicas e psicológicas que as mulheres sofrem.

    Ela ressalta o quanto as mulheres são vítimas do patriarcado: são ensinadas a se vestir, a se maquiar, a se comportar, além de terem seus corpos sexualizados e desrespeitados simplesmente por serem meninas. Por isso, ela fotografa com a intenção de quebrar algumas dessas “obrigações sociais”.

    Mulher sem blusa de costas para a câmera. Em suas costas há duas tatuagens: uma maior de flores e um escrito em inglês. Ela está em um ambiente que parece ser um quarto e coloca a mão no rosto como se quisesse se esconder.
    Claudia Regina
    Mulher sentada em um sofá com as pernas cruzadas. Ela veste uma blusa branca e está com acessórios. Seu cabelo é claro e ondulado nas pontas, e ela sorri espontaneamente para a foto, como se estivesse tendo uma crise de riso.
    Claudia Regina

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

    Links, Referências e Créditos

    (mais…)

  • Grupo de Estudos*

    Convidamos todas as pessoas interessadas em compartilhar aprendizados sobre Fotografia a participar de nosso Grupo de Estudos. Inscreva-se!
    Em concordância com os Planos Nacionais de Cultura e de Educação, por meio da realização do Cultura Fotográfica pretendemos, mediante a oferta de atividades de formação complementar e continuada, contribuir para a qualificação de estudantes do ensino superior e de profissionais graduados e pós-graduados, prioritariamente nos campos da Arte, da Cultura e da Educação, em particular aqueles que direta ou indiretamente lidam com imagens fotográficas em suas atividades.
    Sendo assim, convidamos todas as pessoas interessadas em compartilhar aprendizados sobre Fotografia a participar de nosso Grupo de Estudos, que tem o objetivo de realizar uma revisão crítica das principais abordagens teóricas e metodológicas no estudo das imagens, em específico das imagens fotográficas. Com essa iniciativa, pretendemos consolidar o Cultura Fotográfica como um espaço de apropriação, produção e difusão de conhecimento sobre Fotografia.


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

    Comunidade de Prática

    O Grupo de Estudos do Cultura Fotográfica se constitui como uma Comunidade de Prática (WENGER, McDERMOTT, SNYDER, 2002), isto é, como uma agremiação de pessoas que se reúnem periodicamente para compartilhar seus aprendizados sobre um assunto de interesse comum, que, neste caso, é a fotografia.
    Embora sua atividade se organize a partir do estudo de um determinado tema, esta não é uma prática conteudista. Pelo contrário, ela consiste na construção de um espaço de aprendizagem que favoreça a troca de experiências entre os integrantes, a construção de conhecimentos comuns e o compartilhamento desses aprendizados com todos os membros da comunidade.

    Círculos de Engajamento

    Os membros de uma comunidade de prática podem se engajar de diferentes maneiras nas atividades que são realizadas, seja desempenhando funções estruturantes, necessárias a manutenção do grupo ao longo do tempo, ou processuais, necessárias ao desenvolvimento de rotinas específicas, seja apenas participando dos encontros de estudos. Todas as esferas de atuação são dinâmicas e permitem que os membros transitem entre elas. Daí, a importância delas para o cultivo da comunidade. Nesse sentido, no Grupo de Estudos do Cultura Fotográfica, identificamos, inicialmente, três círculos de engajamento: estruturante, processual e participativo.

    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

    Ciclos de Estudos

    Diferente de outros modos de representação visual, como a pintura ou o cinema, a fotografia carece de uma tradição analítica, historiográfica e teórica. Por essa razão, as tentativas de se apropriar das imagens fotográficas como um objeto de estudos encontram-se espalhadas por diversas disciplinas, como a Arte, a Comunicação, a História, a Psicologia, a Semiótica e a Sociologia. O mesmo ocorre no campo das práticas, onde a tecnologia fotográfica é objeto de diferentes usos, como o artístico, o científico, o jornalístico, o jurídico e o recreativo.
    Por esse motivo, organizamos as atividades do grupo em ciclos de estudos dedicados a apresentação e ao debate de distintos aspectos de uma determinada perspectiva de estudo das imagens fotográficas construída com base em um corpo de conhecimentos extraído de diferentes disciplinas.

    Periodicidade e estrutura dos encontros de estudos

    Comunidades de prática oferecem a seus membros a oportunidade de estabelecer relações duradouras. No entanto, para que elas se mantenham ao longo do tempo é importante que as atividades do grupo sejam realizadas em intervalos regulares e bem compassados, de maneira que mantenha seus integrantes engajados, sem sobrecarregá-los.
    Por essa razão, os encontros regulares do Grupo de Estudos do Cultura Fotográfica serão realizados mensalmente, conforme cronograma comunicado previamente, via Google Meet e terão duração de duas horas. As sessões de estudos serão gravadas e suas gravações serão publicadas no Canal do Cultura Fotográfica no Youtube. Após cada encontro, os membros da comunidade que tiverem participado receberão um Certificado de Participação no Encontro de Estudos.

    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

     

    Notas
    * Atualizada em setembro de 2022. Originalmente postada em julho de 2021.

    Referências Bibliográficas

    WENGER, Etienne; McDERMOTT, Richard; SNYDER, William. Cultivating communities of practice : a guide to managing knowledge. Boston, MA: Harvard Businesss School Press,  2002.
  • Doguinho e Chorão

    Qualquer um fica encantado nos braços de seu ídolo, até mesmo um cachorro


    Alexandre Magno ‘Chorão’ Abrão, eterno vocalista da banda Charlie Brown Jr, falecido em 6 de março de 2013, sempre será a representação maior de juventude, rebeldia e Rock ‘n’ Roll nacional. O roqueiro é conhecido por seu temperamento e pela fama de brigão. Ainda assim, exibe um largo sorriso com um filhote de cachorro em seus braços num show em 2013 na cidade de Caraguatatuba, SP.

     

    Chorão tem nos braços um cachorro. Ambos estão em cima de um palco onde a banda Charlie Brown Jr se apresentou. Atrás dele há uma vastidão de pessoas.
    Alexandre Abrão
     
    Toda a fotografia é escura. Não podemos ver mais do que tendas e armações de um palco rodeado por fãs e pela equipe da banda. Um daqueles fãs levou o cachorro para o evento e, a pedido de Chorão, a equipe levou o filhotinho ao palco. Chorão amava animais e ao ver o filhote, se encantou: “Eu quero esse cachorro pra mim. Ele tem um ‘A’ de anarquia pintado na orelha”.
     
    Chorão também amava o mar e em muitas passagens de suas músicas ele o refere nas letras. Atrás dele e do filhote, um mar de pessoas se ergue, muitos dos quais posam para a foto indistintamente, como se fossem um coral de braços erguidos. Eu não consigo deixar de imaginar como aquela multidão era igualmente amada por ele e vista como um mar cujo estrondo era semelhante ao das ondas quebrando. 
     
    O vocalista e o “doguinho” são as duas figuras em destaque na fotografia. Afinal, naquele instante, eles eram o centro das atenções. Todos olham para eles. Chorão vestia preto, cor favorita dos roqueiros, de modo geral. O filhote tem pelagem branca remetendo a pureza que reside nos animais, e isso ilumina toda a fotografia junto ao sorriso do cantor criando um contraste com as roupas do astro do Rock. 
     
    É como se o cachorro fosse fã do Charlie Brown Jr. Pelo menos é assim que eu o enxergo, pois me vejo representado nele. Estar envolvido pelos braços de alguém que você admira é uma das sensações mais reconfortantes que existem. E os olhos daquele pequeno animal parecem transmitir a sensação de milhares de pessoas embaixo do palco. 
     
    A marca na orelha do cachorro se assemelha a uma tatuagem e a forma como o animal toca a mão de chorão faz parecer que ele busca averiguar a veracidade daquele momento. Características antropomórficas. E o próprio Chorão sorri genuinamente. Seus olhos contraídos e a musculatura relaxada revelam um dos poucos momentos em que foi retratado com vulnerabilidade. 
     
    É impossível falar de um momento tão singelo e verdadeiro de Chorão e não atribuir isso ao fotógrafo, Alexandre Abrão, seu filho. Em muitas ocasiões, o músico fora retratado com um semblante sério, reservado e agressivo. Geralmente por conta do contexto comercial em que as fotografias eram tiradas; lhe evocando a persona do “roqueiro brigão” que lhe era associada; muito embora, fosse um filantropo discreto e dono de uma sensibilidade única. Ali ele estava no “mar”, vivendo intensamente, próximo às coisas que amava.  
     
    “Muitos sabem quem eu sou, mas poucos me conhecem”, diria Chorão. Pois, para todos aqueles que conviviam com ele, vê-lo sorrindo não era difícil, mas para muitos fãs, principalmente os mais jovens e tardios, que acompanharam sua carreira já em seus últimos anos de vida, é também um presente. Para um fã se ver incorporado naquele pequeno cachorrinho com o “A” de anarquia na orelha é fácil. 
     
    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
     

    Como citar esta postagem

    BRITO, C. S. Doguinho e Chorão. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/doguinho-e-chorao/>. Publicado em: 15 de set. de 2022. Acessado em: [informar data].

  • O livro Evoé

    Livro de fotografias de Priscila Prade sobre teatro

    Capa do livro Evoé com fundo preto e título e subtítulo dispostos em caracteres nas cores cinza e alaranjado respectivamente.
    Priscila Prade


    Luisa é uma produtora cultural, fotógrafa e artista brasileira, nascida em Florianópolis, Santa Catarina é especializada em moda e beleza que atua na área da publicidade e em editoriais.

    Para aqueles cujo ganha pão era o teatro, a pandemia se tornou um empecilho para o exercício de seu trabalho. O livro Evoé, produzido com as fotografias de Priscila Prade, então, se tornou um meio de suprir as necessidades financeiras desses indivíduos. Foi levantado um financiamento coletivo em uma campanha no kickstarter, que infelizmente acabou não alcançando a meta. Atualmente o livro pode ser encomendado através do link: https://www.flowcode.com/page/evoelivro. E o valor das vendas será revertido aos profissionais do setor teatral.

    Autora

    Priscila Prade

    Local de publicação

    Publicação Independente

    Acesse a publicação completa em: https://www.flowcode.com/page/evoelivro

    #divulgação é uma coluna de divulgação científica e cultural. Utilize nossos formulários para divulgar seu trabalho em nossas mídias.


    (mais…)

  • Jerri Rossato Lima

    Jerri Rossato Lima

    Fotógrafo oficial da Banda Charlie Brown Jr

    Jerri Rossato Lima é um fotógrafo especializado em músicos e shows, skatistas, experimentações e vida urbana. Por suas próprias palavras, define seu trabalho da seguinte forma: “Às vezes, escrevo como quem faz uma foto. Outras vezes, fotografo como quem conta uma história. Palavras e imagens com intenção de música”. Jerri já foi publicado em revistas de skate por conta de seu trabalho, como na revista Solto. Também colaborou com o filme “O Magnata” e sempre esteve associado ao Charlie Brown Jr por conta de sua cobertura fotográfica das apresentações da banda.
    Membros da banda Charlie Brown Jr posando para um ensaio fotográfico do álbum “La Família 013”. Da esquerda para a direita: Marcão Britto, Luís Carlos Leão Duarte Júnior ‘Champignon’, Alexandre Magno Abrão ‘Chorão’, Thiago Castanho e Bruno Graveto.
    Jerri Rossato Lima


    É difícil não reconhecer no Fotógrafo algumas características tão peculiares de Alexandre Chorão, dada a convivência com a banda Charlie Brown Jr, que geralmente mantinha amigos de seus integrantes como funcionários. Jerri afirma sobre si mesmo que: “[…]Mantenho a atenção e o interesse em não ignorar paisagens ou subestimar pessoas” e isso ressoa nitidamente como uma influência do falecido músico.

    Chorão posando para foto numa apresentação. Ele usa tênis de skatista com cadarços vermelhos, calças pretas largas, camisa branca e boné aba reta. Ao fundo há uma multidão com os braços erguidos num pátio.
    Jerri Rossato Lima

    Chorão está concentrado fazendo anotações numa mesa em frente a um microfone. Ele usa uma camisa preta e headphone.
    Jerri Rossato Lima

    Os cinco integrantes originais da banda estão reunidos no estúdio. Todos estão sorrindo. Ao fundo é possível ver pessoas olhando.
    Jerri Rossato Lima

    Marcão sentado num ônibus, possivelmente da banda, ao lado de Chorão com violão em mãos enquanto parece ensaiar uma canção.
    Jerri Rossato Lima

    Chorão sentado numa cadeira de praia observando o mar. Está vestido dos pés à cabeça com roupas preto e brancas com as mãos cruzadas em frente ao rosto, parecendo estar refletindo sobre algo.
    Jerri Rossato Lima


    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

     

    Links, Referências e Créditos

  • Bibliografia Colaborativa: O Brasil oitoscentista visto pela fotografia colonial*

    Colabore com nossa pesquisa sobre a construção da imagem do Império do Brasil com base na abordagem colonialista da fotografia.
    Logo após o anúncio de seu desenvolvimento, a tecnologia fotográfica foi incorporada ao aparelho de expansão colonial das nações europeias. Neste contexto, ao longo do período da história do Brasil, conhecido como Segundo Reinado, diversos fotógrafos europeus ou educados na Europa documentaram as populações e o território brasileiro. Com isso, ao mesmo tempo em que construíram uma imagem para o império a partir de seus esquemas estéticos importados, educaram o olhar nacional para observar o país e seus cidadãos com base nestas mesmas convenções do olhar.


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

    O levantamento bibliográfico inicial que apresentamos abaixo foi organizado em torno de três palavras-chave principais, Império do Brasil, Fotografia oitocentista e Colonialismo(Imperialismo) europeu, e está aberto a contribuições. Envie-nos suas sugestões por meio da seção de comentários no final desta postagem.

    ALENCASTRO, Luiz Felipe (org.). História da vida privada no Brasil. Império: a corte e a modernidade nacional. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2019.
     
    ARAGO, Dominique François. Relatório. In: TRACGHTENBERG, Alan. Ensaios sobre fotografia: de Niépce a Krauss. Lisboa: Orfeu Negro, 2013, p. 35 – 44.
    ARRUDA, Rogério Pereira. A expansão da fotografia em Minas Gerais: um estudo por meio da imprensa, 1845-1889. Varia história, v.30, n.52, pp. 231-256, 2014. ISSN: 1982-4343. Disponível  em:  <https://www.scielo.br/j/vh/a/RkFCKjZbjsnthf3cwzdQ9Xs/>
    _______. O ofício da fotografia em Minas Gerais no século XIX, 1845-1900. Belo Horizonte: Edição do autor, 2013
    BASTOS, Mônica Rugai. Retratos do poder imperial no Brasil. Facom, n. 19, p. 42-51, 2008. ISSN: 1676-8221. Disponível em: <http://mirror.faap.br/revista_faap/revista_facom/facom_19/monicabastos.pdf>
    BENJAMIN, Walter. Estética e sociologia da arte. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
    BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Ciclo de palestras: A coleção do Imperador. Fotografia Brasileira e Estrangeira no século XIX. Anais da Biblioteca Nacional, v. 117, p. 7 – 77, 1997. ISSN: 0100-1922. Disponível em: <https://www.bn.gov.br/producao/publicacoes/anais-biblioteca-nacional-vol117>
     


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

    Natalia Brizuela / Companhia das Letras / Instituto Moreira Salles
    BRIZUELA, Natalia. Fotografia e império: paisagens para um Brasil moderno. São Paulo: Companhia das Letras; Instituto Moreira Salles, 2012.
     
    CASTRO, Hebe Maria Mattos; SCHNOOR, Eduardo (orgs.). Resgate: uma janela para o Oitocentos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.
    ERMAKOFF, George. O negro na fotografia brasileira do século XIX. Rio de Janeiro: George Ermakoff, 2004.
    FABRIS, Annateresa. Fotografia: usos e funções no século XIX. São Paulo: Edusp, 1998.
    _______. Identidades virtuais: uma leitura do retrato fotográfico. Belo Horizonte: UFMG, 2004.
    _______. A fotografia oitocentista ou a ilusão da objetividade. PORTO ARTE: Revista de Artes Visuais, v. 5, n. 8, p. 7 – 16, abr. 2012. ISSN 2179-8001. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/PortoArte/article/view/27523>
     
    FERREZ, Gilberto. A fotografia no Brasil: 1840 – 1900. Rio de Janeiro: Funarte, 1985.
     
    _______. Vida social no Brasil nos meados do século XIX. São Paulo: Global, 2013.
     
    _______. O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX. São Paulo: Global, 2012.

    _______. Casa Grande & Senzala. São Paulo: Global, 2003
    FREYRE, Gilberto; PONCE DE LEON, Fernando; VASQUEZ, Pedro. O retrato brasileiro: fotografias da Coleção Francisco Rodrigues 1840 – 1920. Rio de Janeiro: Funarte / Fundação Joaquim Nabuco, 1983.
     
    GRAHAM, Richard. Construindo uma nação no Brasil do século XIX: visões novas e antigas sobre classe, cultura e estado. Diálogos, v. 5, n. 1, p. 11 – 47, 17 jun. 2017. Disponível em: <https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/37703>
    _______. Cor e cidadania no Brasil escravocrata. Revista Maracanan, v. 1, n. 1, p. 31-55, dez. 2014. ISSN 2359-0092. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/maracanan/article/view/13243>.
    KOSSOY, Boris. Fotografia e História: as tramas da representação fotográfica. Projeto História, v. 70, pp. 9-35, Jan.-Abr., 2021.  Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/52357>
     
    _______. A fotografia além da Corte: expansão da fotografia no Brasil Império. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v. 22, n. 1, p. 109-122, nov. 2011. ISSN: 2237-8723. Disponível em: <https://revista.an.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/103>
    _______. Realidades e ficções na trama fotográfica. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002, p. 73 – 123.
    _______. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002.
    KOSSOY, Boris; CARNEIRO, Maria Luiza Tucci. O olhar europeu: o negro na iconografia brasileira do século XIX. São Paulo: Edusp, 2002. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=x9VAjl1vC9MC&lpg=PP8&hl=pt-BR&pg=PP8#v=onepage&q&f=false>
    KOUTSOUKOS, Sandra Sofia Machado. “O aprendizado da técnica fotográfica por meio dos periódicos e manuais – segunda metade do século XIX”. Fênix (UFU), v. 6, p. 0-0, 2009. Disponível em: <https://revistafenix.emnuvens.com.br/revistafenix/article/view/64>
     
    _______.”‘Amas mercenárias’: o discurso dos doutores em medicina e os retratos de amas – Brasil, segunda metade do século XIX”. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 16, p. 305-324, 2009. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-59702009000200002>
    _______. “‘Typos de negros no estúdio do photographo. Brasil, segunda metade do século XIX”.. Anais do Museu Histórico Nacional, v. 39, p. 1-25, 2007.Disponível em: <https://anaismhn.museus.gov.br/index.php/amhn/issue/view/49/>
    _______. “No estúdio do photographo, o rito da pose. Brasil, segunda metade do século XIX”. Revista Ágora (Rio de Janeiro), v. 5, p. 1-25, 2007. Disponível em: <https://periodicos.ufes.br/agora/article/view/1904>
     
    _______. Na “galeria dos condenados”: o aprendizado de um photographo. Studium, n. 15, p. 50 – 94, 2004. ISSN: 1519-4388. Disponível em: <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/11767>
     
     _______. “No estúdio do fotógrafo. Um estudo da (auto-)representação de negros livres e escravos no Brasil da segunda metade do século XIX”. Studium, Campinas, v. 9, p. 1, 2002. Disponível em: <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/10110>
    LAGO, Bia Corrêa; LAGO, Pedro Corrêa. Os fotógrafos do império: a fotografia brasileira do século XIX. Rio de Janeiro: Capivara, 2005.
    LAGO, Pedro Corrêa; FERNANDES JUNIOR, Rubens. O século XIX na fotografia brasileira. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 2000.


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

     

    Capa do livro Escravos brasileiros do século XIX na fotografia de Christiano Jr.
    Mauricio Lissovsky e Paulo Cesar Azevedo / Ex Libris

     

    LISSOVSKY, Mauricio; AZEVEDO, Paulo Cesar (orgs.).  Escravos brasileiros do século XIX na fotografia de Christiano Jr.. São Paulo: Ex Libris, 1988 
     
    MAIO, Marcos Chor; SANTOS, Ricardo Ventura (orgs.). Raça, ciência e sociedade. Rio de Janeiro: Fiocruz / CCBB, 1996. Disponível em: <https://books.scielo.org/id/djnty>
     
    MARCH DE SOUZA, Patricia. Aos olhos do observador estrangeiro: a roupa na construção da escravidão no Rio de Janeiro. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v. 31, n. 2, p. 49-66, ago. 2018. ISSN: 2237-8723. Disponível em: <https://revista.an.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/938>
    MAUAD, Ana Maria. Entre retratos e paisagens: modos de ver e representar no Brasil oitocentista. Studium, n. 15, p. 4 – 43, 2004. ISSN: 1519-4388. Disponível em:  <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/11764>
    _______. “As Fronteiras Da Cor: Imagem E representação Social Na Sociedade Escravista Imperial”. Locus: Revista De História, v. 6, n. 2, p. 83 – 98, 2000. ISSN: 2594-8296. Disponível em: <https://periodicos.ufjf.br/index.php/locus/article/view/20515>
    _______. Imagem e auto-imagem do Segundo Reinado. In: ALENCASTRO, Luiz Felipe. História da vida privada no Brasil: Império. — São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 181 – 231.
    MAUAD, Ana Maria; RAMOS, Itan Cruz. Fotografias de família e os itinerários da intimidade na história. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v. 30, n. 1, p. 155-178, jun. 2017. ISSN: 2237-8723. Disponível em: <https://revista.an.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/795>
    MOREL, Marco. A saga dos botocudos: guerra, imagens e resistência indígena. São Paulo: Hucitec, 2018, p. 285 – 327. ISSN: 2237-8723. 
    _______. Imagens aprisionadas e resistência indígena : os daguerreótipos de 1844. Studium, n. 10, p. 87–92, 2002. ISSN: 1519-4388 Disponível em:<https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/10152>
     
    _______. Cinco imagens e múltiplos olhares: as descobertas entre os índios e a fotografia no Brasil do século XIX. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. VIII, n.Suplemento, p. 1039-1057, 2001. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-59702001000500013
    MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Arquivos da polícia sob o foco da história. Revista do Arquivo Público Mineiro, v. 49, n. 1, p. 58 – 77,  jan. – dez., 2013. ISSN: Disponível em: <http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/acervo/rapm_pdf/2013A07.pdf>
    MUAZE, Mariana de Aguiar Ferreira. Violência apaziguada: escravidão e cultivo do café nas fotografias de Marc Ferrez (1882-1885). Revista Brasileira de História [online]. 2017, v. 37, n. 74. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1806-93472017v37n74-02>
     
    _______. O império do retrato: fotografia e poder na sociedade oitocentista. Projeto História, n.34, p. 169-188 , jun. 2007. ISSN: Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/2472>
     
    NARANJO, Juan. Fotografía, antropología y colonialismo (1845 – 2006). Barcelona (ES): Gustavo Gili, 2006.
    QUINTAS, Georgia. Os álbuns de família em Pernambuco: relíquia da memória visual e filtro da cultura. Studium, n. 37, p. 4–30, 2015. ISSN: 1519-4388. Disponível em: <https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/12546>
     
    _______. Amas-de-Leite e suas representações visuais: símbolos sócioculturais e narrativos da vida privada do Nordeste patriarcal-escrevacrata na imagem fotográfica. Revista Brasileira de Sociologia da Emoção, v. 8, p. 11-44, 2009.  Disponível em: <http://www.cchla.ufpb.br/rbse/QuintasArt.pdf>


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

    André Rouillé / Senac São Paulo

    ROUILLÉ, André. A Fotografia: entre documento e arte contemporânea. São Paulo: Senac, 2009.
    RYAN, James. Introdução: Fotografia colonial. In: VICENTE, Filipa Lowndes. O império da visão: a fotografia no contexto colonial português. Lisboa (PT): Edições 70, 2014, p. 31 – 42.
     
    SALLES, Ricardo. Nostalgia Imperial: escravidão e formação da identidade nacional no Brasil do Segundo Reinado. Rio de Janeiro : Ponteio, 2013. 
     
    _______. Guerra do Paraguai: escravidão e cidadania na formação do exército. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. 
    SALLES, Ricardo; GRINBERG, Keila (orgs.). O Brasil Imperial, volume II: 1831 – 1870. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
    _______. O Brasil Imperial, volume III: 1870 – 1889. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
    SALLES, Ricardo; MARQUESE, Rafael (orgs.). Escravidão e capitalismo histórico no século XIX: Cuba, Brasil e Estados Unidos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
    SCHWARCZ, Lilia Moritz. Lendo e agenciando imagens: O rei, a natureza e seus belos naturais. Sociologia & Antropologia, v. 4, n. 2, p. 391 – 431, out. 2014. ISSN: 2238-3875. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/sant/a/XSKfP5J5QypfvMqdfssR6Jg/>
     
    _______. Nem preto nem branco. muito pelo contrário: cor e raça na sociedade brasileira. São Paulo, Claro Enigma, 2012.
     
    _______. De olho em D. Pedro II e seu reino tropical. São Paulo, Claro Enigma, 2009.
    _______. O império em procissão: ritos e símbolos do Segundo Reinado. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
     
    _______. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo : Companhia das Letras, 1998.
    _______. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão

    racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

     
    SCHWARCZ, Lilia Moritz; DANTAS, Regina . O Museu do Imperador: quando colecionar é representar a nação. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, v. 46, p. 123-164, 2008. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34602/37340>
     
    SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Flávio dos Santos (orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade.
     
    SCHWARCZ, Lilia Moritz. ; PEDROSA, Adriano (orgs.). Histórias Mestiças: antologia de textos. Rio de Janeiro: Cobogó, 2014. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
    SEGALA, Lygia. O retrato, a letra e a história: notas a partir da trajetória social e do enredo biográfico de um fotógrafo oitocentista. Revista Brasileira de Ciências Sociais [online]. 1999, v. 14, n. 41. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-69091999000300010>
     
    _______. Itinerância fotográfica e o Brasil pitoresco. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 27, p. 62 – 85, 1998. ISSN: 0102-2571. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/RevPat27.pdf>
    SEYFERTH, Giralda. A invenção da raça e o poder discricionário dos estereótipos. Anuário Antropológico, Rio de Janeiro, v. 93, p. 175-203, 1995. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7410192>
    SODRÉ, Nelson Werneck. Panorama do Segundo Império. Rio de Janeiro: Graphia, 1998.
     
    _______. A ideologia do colonialismo: seus reflexos no pensamento brasileiro. Petrópolis (RJ): Vozes, 1984.
    _______. Síntese da História da Cultura Brasileira. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1981.
     
    SICARD, Monique. A fábrica do olhar: imagens de ciência e aparelhos de visão (século XV – XX). Lisboa: Edições 70, 2006, 105 – 204.
     
    SKIDMORE, Thomas. Preto no branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
    TORAL, André Amaral. Imagens em desordem: a iconografia da Guerra do Paraguai. São Paulo: Humanitas, 2001, p. 77 – 97.
    _______. Entre retratos e cadáveres: a fotografia na Guerra do Paraguai. Revista Brasileira de História, v. 19, n. 38, p. 283 – 310, 1999. ISSN: 1806-9347. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbh/a/Cqb8HxV6pcyn8QxvGrtGnzw/>
    TURAZZI, Maria Inez. Retratos da “multidão faminta”: pobreza, visualidade e semântica das desigualdades. Artefacto Visual: Revista de Estudios Visuales Latinoamericanos, v. 6, n. 12, p. 86 – 108, dez. 2021. ISSN: 2530-4119. Disponível em: <https://www.revlat.com/_files/ugd/5373fb_daff619448484f5d9fbf33bf72375822.pdf#page=86>
    _______. A Viagem do Oriental-Hydrographe (1839-1840) e a introdução da daguerreotipia no Brasil. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v. 23, n. 1, p. 45-62, out. 2011. ISSN: 2237-8723. Disponível em: <https://revista.an.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/40>
     
    _______. O ‘homem de invenções’ e as ‘recompensas nacionais’: notas sobre H. Florence e L. J. M. Daguerre. Anais do Museu Paulista (Impresso), v. 16, p. 11-46, 2008. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5492>
    _______. Quadros de História Pátria: Fotografia e Cultura Histórica Oitocentista. In: FABRIS, Annateresa; KERN, Maria Lúcia Bastos. Imagem e Conhecimento. São Paulo: Edusp, 2006.
    _______. Poses e trejeitos: a fotografia e as exposições na era do espetáculo (1839 – 1889). Rio de Janeiro: Rocco, 1995, p. 93-163.
    _______. “Missão fotográfica”: documentação e memória das obras públicas no século XIX. Cadernos de Antropologia e Imagem, n. 8, p. 37 – 63, 1995. ISSN: 0104-9658. Disponível em: <http://ppcis.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Cadernos-de-Antropologia-e-Imagem-8.-Acervos-de-imagens.pdf>
    _______. Imagens da cidade colonial nas imagens do século XIX. Acervo: revista do Arquivo Nacional, v. 6, n. 1 / 2, jan. / dez., 1993. ISSN: 0102-700X. Disponível em: <http://www.arquivonacional.gov.br/media/v6_n1_2_jan_dez_1993.pdf>


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

    Pedro Karp Vasquez / Metalivros

    VASQUEZ, Pedro Karp. O Brasil na fotografia oitocentista. São Paulo: Metalivros, 2003.
     
    _______. A fotografia no império. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
     
    _______. Dom Pedro II e a fotografia no Brasil. Rio de Janeiro: Index, 1986.

    VICENTE, Filipa Lowndes. O império da visão: a fotografia no contexto colonial português. Lisboa (PT): Edições 70, 2014.

    WATRISS, Wendy; ZAMORA, Lois Parkinson (eds.).  Image and memory : photography from Latin America, 1866-1994. Austin (US): FotoFest / University of Texas Press. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=GW9CdXDSKWEC&lpg=PP1&hl=pt-BR&pg=PT35#v=onepage&q&f=false>


    A construção da imagem do Segundo Reinado pela fotografia colonial segue sendo debatida no IV Ciclo de Estudos do Cultura Fotográfica. Inscreva-se!

    Notas

    * Atualizada em setembro de 2022. Originalmente postada em março de 2022.
     
  • O brilho eterno de uma verdadeira estrela

    Empoderamento e puro talento condensados na figura de um dos maiores atores brasileiros.

    No dia 30 de maio de 2022, o Brasil perdeu um de seus maiores nomes do teatro, cinema e teledramaturgia. Milton Gonçalves partiu aos 88 anos deixando um legado extenso de direção e atuação em uma extensa conjunto de obras como: “Irmãos Coragem”, “O bem-amado” e “O beijo da mulher-aranha”. Milton tinha uma personalidade forte, era um homem negro ativo na política do país e se fazia atuante na luta por um Brasil mais justo e igualitário. 
    A foto está em preto e branco. A figura de Milton é a  protagonista da foto. Apesar de ele não estar totalmente no centro da imagem, é ele quem está no primeiro plano. A foto foi tirada de cima para baixo e o ator usa uma vestimenta de padre e óculos. Atrás dele, vemos um homem olhando em sua direção, uma pessoa de costas para a cena e um poste da cidade cenográfica atrás dele. Um pouco à frente de Milton há outros dois personagens, um de chapéu e o outro conversando com o ator. Entretanto, vemos apenas parte dos rostos de ambos e uma parte da mão daquele que dialoga com Milton.
    Joel Maia
    A fotografia de Milton Gonçalves foi feita por Joel Maia e faz parte do acervo da Rede Globo de televisão, emissora em que o ator trabalhava como um de seus funcionários mais antigos e queridos. A imagem é da novela “Roque Santeiro”, de 1985, em que ele interpretava o Padre Honório.
    Nessa época, o Brasil deixava o período da Ditadura Militar e caminhava para sua redemocratização o que gerava um clima esperançoso em toda a sociedade. A novela Roque Santeiro, que havia sido vetada pelo governo militar dez anos antes, finalmente ganhava as telas e buscava representar e criticar o Brasil daquela época através de uma cidadezinha de interior. Nessa mesma sintonia se encontrava o artista Milton Gonçalves, um homem que havia lutado ativamente durante as “Diretas Já”, um ano antes. 
    A imagem foi tirada num ângulo de baixo para cima em que a figura de Milton me transmite autoridade e poder. Sua expressão séria e destemida rouba a cena e ganha os olhos dos outros personagens durante aquilo que parece ser um diálogo.
    Para mim, a fotografia exala toda a consciência política de Milton como um homem negro nos anos 80. Em tempos tão racistas como o que vivemos hoje é difícil imaginar como era o Brasil há mais de 30 anos, quando as coisas foram ainda piores. E naquela época, Milton, com muita classe, venceu barreiras e conquistou espaços majoritariamente brancos do mundo artístico. Representando toda uma geração de pessoas negras e abrindo portas que antes estavam fechadas para elas.
    Também, o fato de a fotografia estar em preto e branco conversa totalmente com a ideia que me é passada. Afinal, se observássemos uma foto colorida, a atenção poderia estar voltada para outros detalhes como o figurino dos atores. Entretanto, a paleta de tons enfatiza uma seriedade e poder na imagem, jogando toda a nossa atenção para o protagonista da cena e para a interpretação citada anteriormente.
    Portanto, levando em consideração toda a história de Milton Gonçalves no mundo das artes, vemos na foto uma persona singular. Ali está um dos primeiros atores negros a se destacar no Brasil. Um homem que veio de uma família humilde e passou por diferentes ofícios antes de subir ao palco para trabalhar com a sua grande paixão e ajudar no sustento da família. 
    Hoje, Milton deixa um legado que poucos atores conseguem, tanto pelo reconhecimento artístico, acumulando vários prêmios (inter)nacionais como o Emmy de melhor ator — premiação, inclusive, em que foi o primeiro brasileiro a apresentar anos mais tarde. Quanto por possuir uma voz ativa na política em seus discursos, entrevistas e atitudes dando sempre destaque para as causas do povo negro. 
    Essa faceta está eternizada nesta fotografia, mostrando um lado poderoso e marcante de uma personalidade que, sem dúvida, vai deixar saudade.
    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

    Links, Referências e Créditos


    Como citar esta postagem

    MAIA. Amanda. O brilho eterno de uma verdadeira estrela. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/09/O brilho eterno de uma verdadeira estrela.html. Publicado em: 7 de set. de 2022. Acessado em: [informar data].