Mês: junho 2020

  • Fotografia Noturna

    Fotografia Noturna

     
     A fotografia noturna é, como diz o nome, a fotografia feita a noite. Registrar uma imagem feita a noite pode ser um desafio, porque demanda tempo e paciência.

    A fotografia noturna é, como o nome diz, a fotografia feita a noite. Registrar imagens a noite pode ser um desafio. Se a foto for feita ao ar livre, o fotógrafo tem que se programar para sair tarde da noite, ou antes do sol nascer. Por causa do seu processo, pode demandar bastante tempo e, com isso, paciência.

    Foto da ponte Golden State, nos Estados Unidos, a noite, com as luzes acessas
    Golden Gate Bridge, 2007, Andy Frazer

     O que ocorre devido a baixa intensidade de iluminação é que muitos fotógrafos recorrem a longas exposições. Outras opções seriam aumentar o ISO, o que costuma fazer com que apareçam ruídos na imagem, ou aumentar a abertura do diafragma, mas existe um limite máximo para essa abertura, que nem sempre é o suficiente para a foto, e tem como consequência a diminuição da profundidade do campo da imagem.

    Com a utilização dessas diversas técnicas de fotografia, podemos perceber diferentes resultados e efeitos nas fotos feitas a noite, como por exemplo o efeito Starburst (luzes estreladas). Quando tiramos uma foto com uma abertura pequena do diafragma a luz tem um espaço pequeno para passar, fazendo a mesma irradiar, nos trazendo esse efeito.

     
    Um farol, a noite, com sua luz acessa, e algumas pessoas olhando para ele
    Pigeon Point Anniversary Lighting, 2006, Andy Frazer
     

    Outro efeito que pode ser feito é o Light Trails (caminho de luzes), que ocorre quando a velocidade do obturador é bem lenta, fazendo com que todo movimento de luz que aconteça enquanto ele estiver aberto, seja capturado, nos dando esse caminho feito pela luz.

     
    A imagem mostra uma ponte, a noite, com borrões dos faróis dos carros que passaram lá
    Golden Gate Fog, 2007, Andy Frazer

    Andy Frazer é um fotógrafo de Boston – Massachusetts, que tem como interesse primário a fotografia noturna e tem também alguns projetos de fotografia de rua. Diz se inspirar nas fotos de David Plowden, Richard Avedon, Michael Kenna e entre outros.

    Agora é com você, o que acha de testar a fotografia noturna? Compartilhe sua foto usando a hashtag #fotografetododia ou marque nosso perfil no instagram @d76_cultfoto para vermos o resultado.

    Links, Referências e Créditos

    • https://www.youtube.com/watch?v=iWtN36b0gxs
    • https://www.flickr.com/people/thelordofthemanor/

    Como citar essa postagem

    COSTA, Clara. #fotografetododia – Fotografia Noturna. Cultura Fotográfica. Publicado em: 8 de jun. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/fotografetododia-fotografia-noturna/. Acessado em: [informar data].

  • SHOT! O mantra psico-espiritual do rock

    Documentário aborda a carreira do fotógrafo Mick Rock, conhecido como “o homem que fotografou os anos setenta”, e sua importância para a construção imagética do rock daquela década.

    O documentário de 2016 foi dirigido pelo estreante Barney Clay que até então só havia dirigido videoclipes de bandas e comerciais. A partir de entrevistas com o próprio Mick Rock e análise de fotografias e gravações de seu acervo, o longa mostra como a fotografia pode ser usada para capturar o espírito de uma época.
    Montagem mostrando estrelas do rock, o fotógrafo retratado no documentário e o título do filme.
    Pôster de divulgação do documentário – Barney Clay
    As fotos de Mick Rock contribuíram para a formação do imaginário sobre o que é o rock, como por exemplo o visual glamouroso e andrógino. O documentário explora histórias por trás dessas fotografias, como a parceria do fotógrafo com os artistas, o método de iniciar sessões e as influências por trás de alguns ensaios. Um dos exemplos mostrados é da capa do segundo álbum da banda Queen, inspirado por uma foto da atriz Marlene Dietrich.
    Quatro homens com roupas pretas em um fundo escuro com uma forte luz iluminando-os de cima.
    Capa do álbum Queen II da banda Queen – Mick Rock
    Para os fãs de artistas do rock dos anos setenta o documentário é um prato cheio. Mick Rock conta diversos “casos” de sua convivência próxima com os fotografados, como por exemplo o fato de que David Bowie no início da carreira andava cercado por guarda-costas não por necessidade, mas pelo visual de estrela do rock. 
    Estas curiosidades com as entrevistas e o material de arquivo do fotógrafo tornam o longa muito divertido de acompanhar. Ao contrário do que muitos pensam, os documentários não precisam ser formais e sérios. SHOT! O Mantra Psico-espiritual do Rock consegue ser engraçado e ágil, na mesma medida em que nos faz refletir sobre como a fotografia faz parte da nossa construção imagética da realidade.
    Para assistir o documentário na Netflix acesse o link a seguir: https://www.netflix.com/br/title/80168033 
    Links e Referências
  • Farzana Wahidy

    Farzana Wahidy, Afeganistão, 1984, cresceu sob a repressão do talibã e hoje é uma das pioneiras no fotojornalismo internacional no Afeganistão.

    Farzana Wahidy, Afeganistão, 1984, cresceu sob a repressão do talibã e hoje é uma das pioneiras no fotojornalismo internacional no Afeganistão.

    Fotografia de um bebê de bruços, olhando para a frente, atento. O bebê está usando uma blusa cinza com glitter. Sua mão está enfeitada com uma pulseira feita de miçangas coloridas que vai do pulso aos dedos. Em sua cabeça há uma touca azul enfeitada com pompoms coloridos.
    Farzana Wahidy – Série “Afghanistan Single Images”.

    Farzana Wahidy é uma mulher afegã. Isso diz muito sobre sua arte. Ter crescido durante o regime talibã lhe inspirou a começar a fotografar, como declarou em entrevista ao Open Society Foundation: “Foi durante o Talibã, que foi o tempo mais difícil para as mulheres, não era permitido que elas fossem à escola, ou trabalhassem, ou até mesmo apenas saíssem de casa, todas essas coisas estavam acontecendo ao meu redor naquela época, então a fotografia se tornou uma maneira para eu compartilhar essas histórias e me expressar”.

    Quando o talibã caiu no Afeganistão, ela terminou o ensino médio e ingressou em um curso de fotografia. Em 2004, já era a primeira fotojornalista afegã a trabalhar para agências internacionais e, em 2007, ganhou uma bolsa para estudar fotojornalismo no Canadá. Suas fotos já foram publicadas no The Guardian, Sunday Times, Le Monde, entre outros jornais pelo mundo. Em 2012, o grupo MOBY a declarou uma das 100 mulheres afegãs mais bem sucedidas no Afeganistão.


    Farzana luta para apresentar seu país e a situação das mulheres afegãs para o resto do mundo. Entre o seus ensaios mais populares estão “Burqa”, que mostra o cotidiano das mulheres utilizando a peça, e “Women of Afghanistan” (Mulheres do Afeganistão), que alerta para a violência de gênero no país e a relação das mulheres com o trabalho, com o casamento e com os padrões de beleza. Como ela declarou para a Smithsonian Magazine: “Eu acho que a fotografia é uma linguagem internacional e todo mundo pode lê-la. Eu a amo porque eu encontrei uma maneira de expressar meus sentimentos e de compartilhar as histórias e problemas que estão acontecendo no meu país para outras pessoas no mundo”.


    Veja algumas das suas fotografias:

    Fotografia de duas mulheres usando burcas azuis. Elas estão de frente uma para outra. A da esquerda tem a mão erguida e parece estar falando. Atrás delas estão penduradas outras burcas azuis, idênticas as delas, indicando se tratar de uma loja da peça de vestuário.
    Farzana Wahidy – Série “Burqa”

    Fotografias de mulheres de burca, enfileiradas de costas a uma parede diagonal do lado direito. A segunda mulher, de frente para trás, segura um bebê que veste um casaco vinho. O bebê brinca com a burca da mulher, na parte em que os olhos ficam cobertos..
    Farzana Wahidy – Série “Burqa”

    Fotografia de uma mulher e um homem em uma casa. As paredes da casa estão manchadas e  descascando. O chão não tem piso. A mulher está agachada na cômodo onde a fotografia foi tirada, lavando louça em uma tigela. Ela usa véu apenas no cabelo. O homem está em cômodo ao fundo. Não é possível saber o que está fazendo, mas também está agachado.
    Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”

    Fotografia de mãos femininas sobre o colo. As mãos estão abertas com as palmas viradas para cima e parecem pertencer a uma idosa. Há queimaduras por toda a mãos.
    Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”

    Fotografia de três mulheres utilizando roupas pretas e véu islâmico branco. Elas estão andando em direção à frente da imagem e  tentam segurar seus véus enquanto passam por uma tempestade de vento.
    Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”
  • Diagonais

    O uso de linhas diagonais na fotografia pode ajudar a incrementar suas fotos, tornando-as visualmente mais chamativas. Para saber mais, confira o post! 

    As linhas diagonais podem ser percebidas em diversos elementos paisagísticos como ruas, declives, árvores tombadas e até mesmo em poses de pessoas. Elas ajudam a criar uma sensação de movimento na foto, conduzindo o olhar do leitor de um canto a outro na fotografia, ajudando por exemplo a destacar um objeto que não está centralizado. 
    Um carro posicionado na diagonal em uma rua com prédios, como se viesse para frente
    Tatewaki Nio – Foto da série Neo-andina
    Na foto acima por exemplo, as diagonais formadas pela rua reforçam a ilusão que o carro se movimenta do fundo da foto para frente e da direita para a esquerda. O fato das linhas irem se aproximando no horizonte cria profundidade e tridimensionalidade, necessárias para uma paisagem realista.
    Tatewaki Nio é um fotógrafo japonês radicado em São Paulo, e a maior parte de seu trabalho envolve fotografias de paisagens urbanas com o uso de linhas diagonais de ruas e prédios. As fotos escolhidas para esse post são da série Neo-andina.
    Vários carros e prédios posicionados em uma curva, em diferentes posições de forma a criar ilusão de movimento da curva.
    Tatewaki Nio – Foto da série Neo-andina
    Na fotografia acima, as linhas diagonais presentes nos carros, nas ruas e nos prédios, criam a sensação de movimento da curva, fazendo com que percebamos que os carros estão se movimentando do fundo para a frente da foto.
    Observe as linhas de paisagens e poses, e as utilize a seu favor, para criar fotos interessantes, com movimento e profundidade de campo. Publique em nosso grupo no facebook.
    Links, Referências e Créditos
    Livro “O Novo Manual da Fotografia” de John Hedgecoe