O documentário The B-Side: Elsa Dorfman’s Portrait Photography, lançado em 2017 e dirigido por Errol Morris, explora a vida e a carreira da fotógrafa Elsa Dorfman, que tinha 80 anos na época do documentário. Dorfman, que faleceu em maio de 2020, era muito conhecida por seus retratos tirados com uma Polaroid de formato 20×24.
Legenda: pôster do filme, 2017 Descrição: uma mulher posa ao lado de uma câmera gigante antiga com um cabo na mão e sorrindo para frente. Na parte de cima está escrito o nome do documentário. |
Elsa Dorfman nasceu em 1937, em Cambridge. Começou a se interessar por fotografia com 28 anos e ganhou sua primeira câmera em 1967. Depois de um período vendendo as fotos em pontos turísticos, ela publicou o livro Elsa’s Housebook: A Woman’s Photojournal, marco da fotografia estadunidense e da arte feminista, composto por autorretratos e fotos de seus conhecidos, como o escritor Allen Ginsberg.
Na década de 1980, Dorfman começou a trabalhar com o formato pelo qual ficou mais conhecida: as Polaroids 20×24. A câmera pesava mais de 100 quilos, o que obrigava a fotógrafa a trabalhar praticamente só em estúdio. Ela mesma definia sua forma de trabalho como algo “teatral”.
O documentário acompanha Elsa Dorfman relembrando sua trajetória, os diferentes momentos de sua carreira e sua forma de pensar seu próprio trabalho. Enquanto isso, ela mexe em seus arquivos, mostrando várias de suas fotografias e contando as histórias por trás delas.
Além do formato de suas fotos, Dorfman também é reconhecida por fazer muitos retratos, principalmente de famílias e de pessoas conhecidas por ela. Esse tom intimista de seu trabalho é também o tom do documentário, que comenta muito pouco sobre outros assuntos da área de fotografia, mantendo o foco na “personagem” principal.
A fotógrafa conta que sempre preferiu tirar fotos de pessoas alegres, e que não tinha intenção alguma de capturar a alma das pessoas, mas sim a superfície delas, em uma visão da fotografia muito diferente de fotógrafos considerados mais “sérios”.
Um dos momentos mais interessantes é quando Dorfman mostra as fotografias que foram “rejeitadas” por seus clientes, que ela apelidou de “lado-b”, e que quase sempre são resultados melhores do que as escolhidas.
Disponível na Netflix, The B-Side: Elsa Dorfman’s Portrait Photography é um documentário sobre uma fotógrafa não muito conhecida pelo grande público, mas que deixou um legado, não só pelo formato com que trabalhava, mas também pela intenção com que fotografava.
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