ISO: a ferramenta que define a qualidade da foto

Como as nossas fotos em ambientes escuros ficam claras? Veja neste capítulo como usá-lo e evitar os ruídos em suas imagens.

Como as nossas fotos em ambientes escuros ficam claras? Veja neste capítulo como usá-lo e evitar os ruídos em suas imagens.

Na fotografia é indispensável que tenhamos a presença de luminosidade, mesmo que seja bem pouca. Através dela, percebemos os objetos que ao receberem a luz, a refletem para nossas câmeras. Portanto sem luz não há registro. O  motivo pelo qual as fotos feitas à noite, quase nunca ficam com qualidade igual ou superior como as fotos que fazemos à luz do dia é a ausência de luminosidade. Mesmo que as nossas câmeras abram o diafragma ao máximo, possibilitando a maior entrada de luz, elas não são capazes de capturar a quantidade suficiente para uma foto nítida. E é aí que entra a ferramenta ISO.

O que é o ISO, e para que serve?

A. f/6.3, V. 1/8s, I. 3200 | Paulo César Gouvêa

A Organização Internacional para Padronização (ISO), traduzido do inglês, é um termo que se refere à sensibilidade que as câmeras possuem em seus sensores. Traduzimos essa sensibilidade em forma de números que variam de 100 a 6400 em câmeras mais comuns. Voltando ao nosso exemplo de fotos noturnas, à medida que aumentamos esse número mais iluminada, artificialmente, a foto ficará. Dobrando o valor de ISO significa que você está dobrando o brilho de sua foto. Logo, ISO 400 é duas vezes mais luz do que ISO 200. Isso significa que é só colocar um ISO alto que a foto fica clara? Sim, mas na fotografia, na maioria das vezes, para se ter uma coisa precisamos abrir mão de outra. À medida que aumentamos a sensibilidade começam a aparecer ruídos na foto. Neste caso, se queremos uma foto clara à noite, infelizmente iremos perder qualidade na imagem.

A. f/3.9, V. 1/320s, I. 100 | Paulo César Gouvêa

Na imagem acima, na qual o ISO está em 100, podemos notar claramente os detalhes, tanto  das folhas que estão expostas ao sol, quanto das que estão mais a sombra.

A. f/10.8, V. 1/1000s, I. 3200 | Paulo César Gouvêa

Nesta imagem buscamos fechar o diafragma e aumentar a velocidade do obturador reduzindo a entrada de luz e o tempo de exposição. Com isso, abusamos do uso do ISO, que ficou em 3200. Olhando bem, as mesmas folhas, nas mesmas condições de luz do dia, ficaram prejudicadas. Suas cores ficaram desbotadas ou acinzentadas, fazendo com que percamos a condição de observar os detalhes. As pintas marrons claro que estão nas folhas verdes já não estão reconhecíveis. Agora no lugar delas há uma distorção e só se vê ruídos em tons de verde.

Os ruídos podem variar entre modelos de câmeras distintas e até mesmo dentro de uma mesma imagem. É fato que nas regiões mais escuras terão mais ruídos, e nas mais claras menos ruídos, como podemos observar na segunda imagem. Isso está relacionado a absorção de luz por parte do objeto que está sendo fotografado. As regiões mais claras do assunto tendem a refletir mais a luz. Já as mais escuras absorvem com mais facilidade, dificultando a captação dos detalhes.

A. f/3.5, V. 1/125s, I. 400 | Paulo César Gouvêa

Devemos nos atentar ao uso elevado do ISO em situações onde ele é desnecessário. Como vemos na imagem acima, foi colocado em ISO 400.  Por ser um dia claro e com bastante luminosidade a imagem acabou saindo muito clara, resultando em uma imagem clara demais, não sendo possível ver o que está sendo fotografado.

Como solucionar este problema?

É importante ressaltar que antes ter uma imagem com ruídos do que não ter uma imagem. Buscar sempre locais mais iluminados é de grande ajuda. Em caso de pontos de luz, como janelas, procure ficar mais próximo deles, de forma que a luz entre em contato com o assunto que você deseja fotografar. Se você deseja fotos com mais qualidade e nitidez possível, evite ao máximo aumentar o ISO. Até porque, ele nem sempre é a solução para situações com pouca luminosidade. Duas soluções práticas para a entrada de luz são: a abertura do diafragma e a diminuição da velocidade do obturador. Lembrando que como dissemos anteriormente, na fotografia não se pode ter tudo, precisamos abrir mão de alguma coisa. Mas se nenhuma dessas opções acima se encaixam em sua proposta, é válido utilizar ISOs baixos garantindo a qualidade, e alterar a luminosidade em programas de edição de imagem. Atualmente fotos vintage tem feito sucesso nas redes sociais, essas fotos tem uma estética anos 80,90 que simulam um efeito comum em fotos feitas com câmeras analógicas. Se você procura reproduzir fotos com essa estética,  sem o uso de edição de imagem, é válido explorar ISOs altos para obter resultados semelhantes.

Chamada para ação 

Objeto de Aprendizagem é uma coluna de carácter formativo. Trata-se de uma série de materiais didáticos elaborados para apoiar o aprendizado da prática fotográfica. Deseja acessar outras publicações da coluna Objeto de Aprendizagem ? É só seguir este link.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS NA PRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO

HEDGECOE, John. O novo manual da fotografia. 4. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

MACEDO, Neto. Como funciona o ISO – Modo manual da câmera, 2019. Disponível em: https://aprendafotografia.org/como-funciona-iso-sensibilidade-modo-manual/. Acesso em: 12 jul. 2023

ISO na Fotografia: Domine Hoje Mesmo. joanldafoto.com.br,2020. Disponível em: https://jornadadafoto.com.br/iso/ Acessado em: 13 jul. 2023.

Definições de Velocidade ISO para Fotografias. cam.start.canon.com,2023. Disponível em: https://cam.start.canon/pt/C003/manual/html/UG-03_Shooting-1_0070.html Acessado em: 12 jul. 2023.

RUÍDO EM IMAGENS – PARTE 2. cambridgeincolour.com,2020. Disponível em: https://www.cambridgeincolour.com/pt-br/tutoriais/image-noise-2.htm Acesso em: 13 jul. 2023.

GOUVÊA, Paulo César ISO: A ferramenta que define a qualidade da foto. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: https://culturafotografica.com.br/iso-a-ferramenta-que-define-a-qualidade-da-foto/. Publicado em: {22/10/2023}. Acessado em: [informar data].  

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