[sendpulse-form id=”1121″]

Entre véus brancos e indecisão

[read_meter]

[Sassy_Social_Share]

Seria o sonho de muitos achar a sua alma gêmea e viver junto dela, mas às vezes pode existir a indecisão se essa é a escolha certa.

Na imagem abaixo, fotografada por Dulce Soares, podemos ver uma moça com uma grinalda branca, ela não parece feliz, mas preocupada com algo. Não é possível saber as circunstâncias na qual a fotografia foi tirada, mas essa não é uma expressão muito comum de se ver no rosto de uma noiva, pelo menos não é uma imagem que é comumente associada ao casamento.

Fotografia, em preto e branco, contendo uma mulher negra, de costas, com cabelos curtos e usando uma grinalda de flores brancas.
Dulce Soares

Véus brancos remetem ao mundo dos sonhos, um sonho doce e tranquilo que faria qualquer um se sentir bem. É assim que a fantasia do casamento também nos é passada, desde os contos de fadas até os filmes de romance, crescemos com a ideia de que o casamento é o mesmo que achar sua alma gêmea e passar o resto da sua vida com essa pessoa. Mas a realidade pode ser muito diferente da ficção.
Na realidade, o casamento traz grandes responsabilidades, nem tudo é alegria e sonhos que sempre são associados a essa relação. Dividir sua vida com uma pessoa criada em costumes diferentes e com seus próprios medos pode ser algo extremamente difícil, pode gerar conflitos que nem mesmo poderiam ser imaginados antes de chegar a tal situação.

Os filmes nos ensinam que o amor sempre vence tudo, que mesmo com diversos problemas que assombram a relação, no final haverá um “felizes para sempre”. Essa ideia de que tudo é possível com o amor, pode prolongar relações desagradáveis que não fazem bem para nenhuma das partes.

Desde pequena eu tenho medo da  ideia do casamento, mas é no rosto dessa moça que eu me identifico, eu consigo me ver facilmente no lugar dela, com a mesma expressão. Embora eu não me deixaria chegar tão facilmente na posição dela, a ponto de estar vestida para a cerimônia. Para mim a ideia de viver uma vida solitária é bem mais doce e suave do que ter que dividir uma vida com alguém. A princípio, pode parecer um pensamento muito melancólico, mas eu já tenho medos demais para carregar comigo e lutar contra.

Pode ser que, em algum momento da minha vida, eu mude de ideia, as coisas são passageiras demais para sempre se manterem como são, principalmente pensamentos que são tão efêmeros.

Mesmo assim, eu vejo a beleza de uma união assim e, no fundo, invejo quem consegue se entregar tanto para outra pessoa, a ponto de compartilhar cada um de seus pensamentos e indecisões. Estas são pessoas que me parecem muito fortes e prontas a encarar tudo o que as espera, pois atingir tal nível de confiança não é algo fácil.

Talvez, seja sobre essas incertezas que a mulher retratada na fotografia estivesse pensando, em tudo o que está por vir. Ou, talvez, ela só estivesse se sentindo desconfortável por ser fotografada. Isto é algo que nunca dará para descobrir, mas é também esse mistério por trás de sua expressão que torna a fotografia ainda mais curiosa.

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

Links, Referências e Créditos

Como citar esta postagem

PAES, Nathália. Entre véus brancos e indecisão. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/07/entre-veus-brancos-e-indecisao.html>. Publicado em: 08 de jun. de 2022. Acessado em: [informar data].
Marcadores:
, ,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo