Cores da Pátria

A fotografia é do fotógrafo Lucas Landau, ela faz parte da série “Bolsonarismo”.

A fotografia é do fotógrafo Lucas Landau, ela faz parte da série “Bolsonarismo”.

Nessa série, o fotógrafo captura momentos em que os apoiadores de Jair Bolsonaro,  manifestam-se a favor do atual presidente e, em algumas cenas, contra instituições essenciais para o funcionamento do Estado democrático de Direito. 

Em primeiro plano a imagem mostra uma idosa de cerca de 60 anos de idade. Ela usa uma camiseta amarela da Seleção Brasileira de Futebol e uma bandeira do Brasil em suas costas. Ela está com a cabeça um pouco inclinada para cima e gesticulando um sinal de oração.
Lucas Landau

A personagem de maior evidência na fotografia é uma senhora branca, de cabelos grisalhos, que aparenta ter cerca de 60 anos de idade. Ela veste uma camiseta da seleção brasileira de futebol e usa, amarrada em seu corpo, uma bandeira do Brasil. No momento fotografado, ela olha para cima e gesticula as mãos em sinal de oração.

O semblante sério da senhora acompanhado da gesticulação em sinal de oração, me faz pensar a mobilização do posicionamento político dela com o que ela considera sagrado. A união desses dois campos, que sou guiado a pensar a partir do que vejo na fotografia, me desperta um sentimento de preocupação. 

O sentimento de preocupação se dá acerca de como pode ser imprudente misturar duas esferas tão diferentes quanto a política e a religião, a ponto que essa mistura pode se tornar algo deturpado por violência e fanatismo, deixando inexistentes os espaços para diálogos saudáveis quando algum dos indivíduos é enxergado como “enviado de Deus”.  

Além disso, atualmente, os símbolos presentes nas roupas usadas pela senhora têm seus significados sequestrados. O verde, o amarelo, o azul anil e o branco deixa de ocupar um espaço em parte do imaginário popular que simbolizava as cores de uma nação e passa a configurar uma simbologia política excludente, cujo aqueles que acreditam serem donos das cores da pátria desrespeitam o que vem escrito no meio da bandeira.

No plano de fundo da imagem há um banner onde se lê “Não à ditadura do STF e Congresso!”. Não há ordem e nem progresso quando parcelas de bolsonaristas acusam  parte da tríplice dos poderes, o legislativo e o judiciário, que são essenciais para o funcionamento do Estado, de serem poderes ditatoriais. 

E também não há o pleno funcionamento da democracia quando essas pessoas obstruem rodovias em movimentos pós-eleição de caráter golpista e anti democrático pedindo por intervenção militar em seus gritos de ordem.

Essa imagem me mobiliza um grande incômodo, pois com a usurpação dos símbolos nacionais, tentam passar um falso discurso patriótico que não é democrático e nem abrangente, pois defendem a existência de um Brasil excludente, polarizado e carregado de violência. O bolsonarismo precisa ser enfrentado e nossas cores precisam voltar a ser nossas!

Links, Referências e Créditos

Como citar este artigo

SILVA, Vinicius. Cores da Pátria . Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/cores-da-patria/>. Publicado em: 13 de abr. de 2023. Acessado em: [informar data].

Quem vê um menino na praia?

Fotografia de Lucas Landau, tirada em 2018, expõe mentalidade preconceituosa do povo brasileiro.

Fotografia de Lucas Landau, tirada em 2018, expõe mentalidade preconceituosa do povo brasileiro.

Objetivamente, a fotografia mostra um menino na praia de Copacabana durante a virada do ano de 2017 para o de 2018. Estático, o garoto olha para cima, hipnotizado pelos fogos de artifício — sequer nota a presença do fotógrafo. Landau a postou sem segundas intenções ou interpretações, mas em apenas algumas horas, a imagem havia viralizado pelos motivos errados, gerando intrigas e discussões.

Rapaz observa queima de fogos no revéillon em Copacabana. Ele está com os joelhos abaixo dágua enquanto uma multidão molha apenas os pés atrás dele.
Lucas Landau

É possível traçar paralelos entre a composição dessa fotografia e as interpretações equivocadas que dominaram a mídia. A criança, que é o elemento principal da imagem, está focada enquanto a multidão ao fundo está borrada. O fato de o menino estar sozinho no plano focado passa a sensação de isolamento e pode dar a entender que a sociedade mantém distância enquanto fala ou até mesmo caçoa de sua suposta vulnerabilidade social.

Ainda pensando em questões sociais, a multidão é dominada pela cor branca, criando um contraste não só com o menino, mas com seus arredores. Ao não utilizar o flash, Landau mantém todo o primeiro plano escuro (o fotógrafo menciona, inclusive, que preferiu publicar a imagem em preto e branco, pois estava escura em cor). Esse fator faz com que o espectador sinta algo subliminar na escuridão, como se ela envolvesse a criança e tirasse sua visibilidade.

A própria roupa do menino é um elemento do primeiro plano que deve ser mencionado: além de estar sem camisa, está usando um par de bermudas pretas, que entram em conflito com o branco da multidão. É uma tradição se vestir de branco no réveillon, e o fato de a criança quebrar esse padrão fez com que muitas pessoas presumissem que ele simplesmente não tinha o que vestir para a ocasião, reforçando um estereótipo de pobreza.

Por fim, até mesmo a feição e a pose do menino deram margem para interpretações: seu rosto não expressa particularmente felicidade no momento capturado, e seus braços estão colados ao corpo, provavelmente em uma tentativa de se proteger das águas gélidas de Copacabana. Esses elementos fizeram com que muitas pessoas enxergassem uma tentativa de se defender da hostilidade da sociedade, apagando a simplicidade do momento que mostra apenas uma criança maravilhada com um espetáculo.

No dia 1° de janeiro de 2018, Lucas Landau publicou essa foto por ser uma imagem bela e espontânea, mas seria impossível que todos que chegassem a ela a vissem com a mesma inocência. Um conjunto de fatores fez com que um racismo velado viesse à tona e foi assim que um menino na praia, assistindo a um espetáculo, teve sua realidade reescrita e se tornou uma criança abandonada à margem da sociedade.

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Sobre a autora

Hynara Luiza Lopes Versiane de Mendonça é bacharelanda em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Preto e Branco: para além da fotografia, um reflexo social

A presença de uma criança invisível brilha mais que os fogos de artifício na fotografia de Lucas Landau.


A presença de uma criança invisível brilha mais que os fogos de artifício na fotografia de Lucas Landau.

A fotografia a ser analisada é de Lucas Landau, fotógrafo brasileiro internacionalmente reconhecido por seu trabalho que retrata as nuances sociais e culturais do Brasil. Publicada no ano de 2018, essa imagem circulou por várias mídias, ascendendo debates em várias esferas da sociedade, a singularidade do retrato e do momento fotografado trouxeram destaque ao trabalho de Lucas.

A imagem mostra uma praia á noite, com prédios ao fundo, várias pessoas: adultos e crianças vestidos de branco, á frente em destaque um menino negro de bermuda, se banhando no mar, ele olha para o céu.
Lucas Landau    

O nome da fotografia é “Hell de Janeiro”, o subtítulo: “a ambiguidade da cidade que consegue ser ao mesmo tempo maravilhosa e infernal”, é uma das imagens contidas na coleção “Rio” de autoria de Lucas Landau. A série retrata e denuncia diversos problemas sociais da cidade do Rio de Janeiro.

A ambiguidade, como dito por Lucas em seu subtítulo, está presente nas fotografias da coleção Rio, e na foto “Hell de Janeiro” ela se dá pela diferença entre o menino em suas vestes de banho e as pessoas vestidas de branco ao fundo. 

Quando analisamos os aspectos profissionais e técnicos da foto, vemos nitidamente o enfoque dado ao menino, o uso de um plano aberto possibilita a compreensão do cenário e dos personagens envolvidos na cena, enquanto, o alto contraste torna visível a diferenciação do preto e do branco, aspecto fundamental para que possamos entender que é uma noite de Reveillon em Copacabana, área nobre do Rio de Janeiro, devido ao uso das tradicionais vestes claras.

Além da compreensão do momento em que a foto foi tirada, o ponto mais interessante do uso desse tipo de contraste  é a evidenciação do que há de crucial na fotografia: a racialidade do menino em destaque.

Quando associamos esse trabalho aos demais de Lucas Landau como o exemplificado abaixo, e os aspectos sociais já conhecidos do Rio de Janeiro, cidade com extrema desigualdade social, podemos interpretar essa fotografia como uma denúncia de como a sociedade invisibiliza as crianças negras. O menino está sozinho no mar, olhando os fogos de artifício com semblante curioso, enquanto as demais pessoas parecem nem notá-lo.

A fotografia retrata uma menina negra vestindo shorts rosa e regata roxa, sentada em uma cadeira branca de plástico, cobrindo seu rosto com as duas mãos. No plano de fundo há um muro, com uma pixação escrita “resistir é preciso”.
Lucas Landau

No entanto, se deixarmos de lado os demais trabalhos do autor por um momento, enxargaremos apenas um menino admirando as luzes coloridas que surgem no céu, o fato de ser uma criança negra nos leva a criar narrativas de pesar, o que é coerente, visto os dados que conhecemos da desigualdade étnico racial no Brasil.

Uma fotografia é constituída de muitos fatores, sejam eles técnicos e profissionais, mas também passa pela subjetividade do autor e de quem verá sua obra depois, somos todos constituídos por uma matriz ideológica, que nos permite analisar fotografias cada um à sua maneira.

Podemos enxergar na fotografia analisada, duas diferentes nuances, como exposto, mas no fim, a reflexão é uma só: assim como uma fotografia é dotada de um contraste, a sociedade segue a mesma lógica, não conseguimos olhar para uma criança negra sem notar que ela é negra, a diferenciação do preto e do branco, não é só um aspecto técnico, mas sim, um estigma social que influi diretamente no racismo estrutural do Brasil.

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Sobre a autora

Lívia Salles é bacharelanda em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Uma observação do ‘menino do mar de Copacabana’

O contraste entre o preto e branco e o colorido na interpretação da fotografia de Lucas Landau.

Tirada durante o Réveillon de 2018 pelo fotógrafo Lucas Landau, a imagem que ficou conhecida como ‘o menino negro do mar de Copacabana’ viralizou e trouxe à tona inúmeras interpretações. Diante disso, o objetivo desta crítica é apresentar a descrição objetiva da imagem, as interpretações advindas de processos comparativos e sua contextualização social e histórica.

Ao centro da imagem, um menino negro sem camisa e vestindo uma bermuda. Ele está molhado e se encontra olhando para cima com a boca entreaberta e com as mãos cruzadas à frente de seu corpo. O menino está localizado à beira mar com água até os joelhos. Um pouco mais atrás, na areia da praia, está uma multidão de pessoas vestidas de branco. Alguns dão as costas ao menino para registrarem o momento em fotografias e outros olham para cima observando o céu. Ao fundo da imagem observam-se prédios bem iluminados, postes de luzes e algumas árvores. A fotografia está em preto e branco. Tirada por Lucas Landau. Propriedade da Reuters.
Lucas Landau / Reuters

De maneira objetiva, a fotografia mostra um menino que de dentro do mar assiste boquiaberto os fogos de Copacabana. Atrás dele é possível ver uma enorme quantidade de pessoas vestidas de branco que também assistem o espetáculo. A partir disso, podemos inferir alguns pontos relevantes sobre a representação.

A escolha de planos da foto, as cores e as iluminações utilizadas condicionam nosso olhar para o personagem principal e, posteriormente, para a massa atrás dele. Além disso, fazem com que nossa interpretação seja guiada através das construções feitas, como se estivesse sendo contada uma história.

Por um lado, vemos um menino negro e pobre à beira do mar que está sozinho, assustado, com frio e é ignorado pela multidão branca que aproveita a festa. Essa visão se associa à imagem da exclusão social vivida por esta parcela mais pobre da sociedade e a foto pode se tratar das desigualdades sociais que são tão recorrentes no Brasil. O que traz essa sensação de isolamento é justamente o foco no personagem e o desfoque na multidão, como se os dois estivessem separados.

Por outro lado, com o destaque do personagem em primeiro plano é possível ver uma criança se divertindo no mar e assistindo encantada o espetáculo de fogos do ano novo. Não se sabe a origem dela e nem de onde ela vem. Assim, a associação imediata de pobreza e abandono do garoto negro pode significar, na verdade, um preconceito do observador. É possível ressaltar essas diferentes interpretações quando comparamos a primeira foto com a segunda.


Ao centro da imagem, um menino negro sem camisa e vestindo uma bermuda. Ele está molhado e se encontra olhando para cima com a boca entreaberta e com as mãos cruzadas à frente de seu corpo. O menino está localizado à beira mar com água até os joelhos. Um pouco mais atrás, na areia da praia, está uma multidão de pessoas vestidas de branco. Alguns dão as costas ao menino para registrarem o momento em fotografias e outros olham para cima observando o céu. Ao fundo da imagem observam-se prédios bem iluminados, postes de luzes e algumas árvores. A fotografia está em cores. Tirada por Lucas Landau. Propriedade da Reuters.
Lucas Landau / Reuters

 Ao contrário da primeira fotografia, há nesta um sombreado maior no menino e uma iluminação maior na multidão, trazendo um realce maior para o fundo da imagem. Por ela estar em cores, a sensação que me causa é de que estou observando a foto sem nenhum condicionamento exterior para minha interpretação. Em preto e branco, a sensação que a foto me traz é de algo “fúnebre”, “triste” e de que o autor quer que tenhamos uma visão específica sobre a imagem. 

Ao procurar saber sobre a verdadeira história do ‘menino negro do mar de Copacabana’ encontrei que no momento em que o fotógrafo Lucas Landau tirou a fotografia, o menino havia afastado de sua mãe (que trabalhava como ambulante na praia) para dar um mergulho no mar. Ele não estava sozinho e nem assustado. Mas, ainda sim, ele vem de uma situação de vida humilde e vive em meio a uma parcela da sociedade que não estava ali para aproveitar a festa, e sim para trabalhar. 

Portanto, o que posso tirar da história dessa magnífica fotografia é que diversas interpretações puderam ser feitas e compartilhadas através dela. Pelos detalhes pode-se criar inúmeras associações ao que está sendo representado. Para mais, se o autor teve ou não a intenção de influenciar essas interpretações, não podemos saber. O que podemos afirmar é que a fotografia fala por si só e, dessa forma, vemos o poder da imagem como agente de discussões sociais importantes. Assim, ela cumpre seu papel de representar a realidade.

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“Junto dos seus”, os ricos vão à praia

Tão perto e tão afastado de uma multidão elitista.

Tão perto e tão afastado de uma multidão elitista.

Quando uma criança se afastou da multidão para ver os fogos de artifício no réveillon de Copacabana, no Rio de Janeiro, ela não poderia imaginar que iria virar tema nos principais jornais do mundo. O garoto de oito anos capturado pela câmera de Lucas Landau, da agência Reuters, era morador de uma ocupação irregular a 17 km dali e estava acompanhado de sua mãe, uma ambulante que vendia chaveiro para os turistas da praia carioca. 

Garoto negro, sem camisa e com os braços cruzados, observa algo no céu. Ele está no mar, com as águas batendo no joelho e ao fundo da imagem, distante do garoto e na areia da praia, pessoas vestidas de branco se abraçam e tiram fotos.
Lucas Landau

Na imagem uma criança negra se banha no mar enquanto olha fixamente para algo no céu. A fotografia foi tirada numa noite de réveillon na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro. O que o menino observa é a queima de fogos em comemoração ao novo ano. O garoto se encontra isolado do resto da multidão, concentrada ao fundo da imagem, e que, ao contrário dele, está bem vestida e se limita a molhar os pés; enquanto ele parece ter se molhado por inteiro.

O isolamento do garoto não se dá apenas no plano espacial. Ele aparece sozinho e desamparado, com o olhar de deslumbramento que parece ser o de quem não está habituado com a cena que vê e do não pertencimento ao espaço que ocupa.  Ao fundo, vemos o completo oposto: as pessoas representam todo o ideal de união que as tradições atribuem às festividades de ano novo. Elas se abraçam como velhas conhecidas e estão à vontade, em um  espaço que lhes parece pertencer. Em segundo plano eles estão juntos dos seus, enquanto a criança parece estar deslocada.

Em uma edição do programa Documento Especial da TV Manchete, exibido em 1989, a presença de moradores da periferia carioca nas praias da cidade é mostrada como anormal. Eram “invasores” de um espaço que não os pertencem. O comportamento dessa população, formada majoritariamente por negros e pobres, entra em choque com os da população de classe média e rica, que se consideram frequentadoras legitimas do lugar e classifica como sujeira a junção de classes sociais distintas e afirmam estar “juntos dos seus” quando frequentam esses locais.

O preconceito e a xenofobia exibidos na tela da Manchete no final da década de 1980 encontram ecos na música As Caravanas, do álbum homônimo de Chico Buarque lançado em 2017. Como na reportagem, os negros invadem um espaço alheio, sem barreiras capazes de os deter, e esbarram nos hábitos da “gente ordeira e virtuosa” , donas por direito daquele espaço.  Aos negros e pardos, 56% da população brasileira, são reservados os subúrbios e a periferia, de onde não deveriam sair.

Se em outras circunstâncias a mistura de classes nesse ambiente causaria choques, nesta, a presença da criança é ignorada pelo restante das pessoas da fotografia. A mistura sequer acontece porque enquanto eles comemoram o réveillon entre os seus, o garoto está afastado e sem querer fazer parte daquilo que está às suas costas. Ele não faz parte daquilo porque estava acompanhado da mãe, ambos negros, não como quem pertence àquele local, mas em posição de trabalho, onde negros estão habituados a se relacionar com os brancos sem causar incômodo.

 

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Sobre o autor

Pedro Henrique de Oliveira Hudson é bacharelando em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

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