Mês: janeiro 2022

  • Mauro Holanda

    Mauro Holanda

    Experiente fotógrafo na área da gastronomia.

    Mauro Holanda é um fotógrafo pioneiro em gastronomia. Quando começou a trabalhar nessa área, era conhecido como fotógrafo de comida, coisa não muito prestigiada na época. Inovou tirando as equipes do estúdio e instalando seus equipamentos nos restaurantes. Criando um diálogo entre a fotografia e a gastronomia.

    descrição: a foto mostra uma rabada no tucupi com creme de mandioca servido em um prato fundo e redondo.
    Mauro Holanda

    Sempre atento, Mauro procura se inteirar das novidades, frequentando as cozinhas dos mais variados restaurantes, sempre  com um olhar atento para a beleza dos pratos gastronômicos.

    A partir dessa visão mais minuciosa, de perceber a riqueza de detalhes fotográficos em um simples prato de comida, Mauro vem se dedicando exclusivamente à gastronomia, fotografando, escrevendo, proferindo palestras e ministrando workshops em diversos cantos do país.

    descrição: na foto se vê uma sequência de queijos finos cobertos com geléia e caponata.
    Mauro Holanda
    descrição: na foto se vê um sequência de 10 pedaços pequenos de carne de lombo de cordeiro com molho de laquê, frutas do bosque e aspargos verdes.
    Mauro Holanda
    descrição: na foto mostra um magret de carne de pato com banana caramelizada e aspargos.
    Mauro Holanda
    descrição: na foto se vê um tipo de sobremesa que é um  crepe de maçã caramelizado, decorado com canela em casca e acompanhado com sorvete.
    Mauro Holanda

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

    Links, Referências e Créditos

    Como citar esta postagem

    CALIXTO, Vitória. Mauro Holanda. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/mauro-holanda/>. Publicado em: 31/01/2022. Acessado em: [informar a data].

  • Contrastes e identidades

    Através da união da fotografia com a colagem, Shirin Neshat questiona as narrativas sobre as identidades das mulheres islâmicas. 

    Na série “Mulheres de Ala”, Shirin Neshat (1994), através da fotografia e da colagem, apresenta as complexidades das identidades femininas em meio a uma paisagem de mudanças pela qual passava o Islã, sendo umas delas a volta da obrigatoriedade do uso do hijab (véu islâmico).

    Shirin Neshat

    Ênfase no rosto de uma mulher islâmica que usa o véu (hijab) que cobre todo seu cabelo e boca,  com palavras em espiral pelo seu rosto aparente, exceto olhos. 


    O uso de véus, que havia  sido abolido pelo governo de Mohammad Reza Pahlevi em 1930, voltou a ser obrigatório na década de 1980 no governo de  Aiatolá Ruhollah Khomeini. O trabalho de Shirin Neshat explora justamente a política que atua sobre os corpos das mulheres que passaram a viver com o “véu” no Islã. 


    Esta exposição apresenta fotografias que buscaram dar ênfase ao íntimo da convicção pessoal e religiosa dessas mulheres.  A partir do uso dos véus e dos textos pelos seus corpos, elas têm as suas vivências e seus pensamentos expostos. 


    Um bom começo para investigar o trabalho de Neshat, talvez seja refletir em nossas percepções acerca do uso do véu islâmico. Seriam as narrativas que produzimos, referente a  ele,  sustentadas apenas nos valores tradicionais religiosos da vestimenta?


    Ao nos atentarmos a essa questão,  podemos explorar o nosso imaginário sobre  o que molda a experiência feminina na sociedade islâmica: o véu ou o corpo? Para além, refletir nos problemas de transposição da política de identidade feminista ocidental para as culturas islâmicas?


    Shrin Neshat

    Mulher ao centro da fotografia com véu islâmico (hijab), que cobre sua cabeça e ombros. Em todo o seu rosto há palavras, assim como na parte aparente do seu peito. Ela está sobre fundo branco.


    Neste trabalho, Neshat cria uma nova compreensão do véu, enquanto desafia os estereótipos sobre a identidade feminina no Islã. Os contrastes entre identidade e violência, representatividade e silenciamento, são abordados em seu trabalho tanto pelo viés do véu quanto pelo uso de texto caligráfico que é aplicado a cada uma das  fotografias.


    A maioria dos textos, de acordo com o site Artes e Humanidades, são transcrições de poesias e outros escritos de mulheres, que expressam múltiplos pontos de vista sobre suas experiências no Islã durante o governo de Reza Pahlevi e Aiatolá Khomeini, sendo assim as fotografias de Neshat trazem histórias e discursos sobre a identidade feminina Islâmica para além do uso do véu.  


    Por causa de tudo isso, podemos refletir acerca de um trabalho fotográfico que faz uso de colagens em sua composição, com a finalidade de explorar outras narrativas acerca dos corpos das mulheres islâmicas (aquelas que estão no campo visual) e outras possibilidades de lidar com a fotografia. Assim Shirin Neshat por mais de um viés, contrasta os olhares direcionados às experiências das mulheres no Islã.




    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.


    Links, Referências e Créditos


    https://www.wikiart.org/pt/shirin-neshat/untitled-roja-2016


    https://www.khanacademy.org/humanities/ap-art-history/global-contemporary-apah/20th-century-apah/a/neshat-rebellious


    https://www.bbc.com/portuguese/internacional-47174927



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  • Cultura e feminilidade

    Conheça a obra Shirin Neshat e a narrativa de mulheres no Islã.


    Shirin Neshat é uma artista visual iraniana que, por meio de seu trabalho com fotografia, vídeo e cinema, explora a relação entre as mulheres e os sistemas de valores religiosos e culturais do Islã. Nascida em 26 de março de 1957, em Qazin, Irã, ela foi estudar nos Estados Unidos na Universidade da Califórnia em Berkeley antes da Revolução Iraniana em 1979.

    Shirin Neshat

    Shirin Neshat, mulher iraniana com maquiagem nos olhos, um colar e uma blusa preta. Ela está em uma sala com o fundo embaçado  à direita de um vaso de flores.


    As suas fotografias perpassam pelos temas de gênero, identidade, sociedade e evidenciam a participação das mulheres nos conflitos Islâmicos. Sua série “Mulheres de Allah”, criada em meados da década de 1990, introduziu temas sobre a presença feminina na defesa de Allah, como podemos observar nas fotografias a seguir.


    Atualmente, a fotógrafa, cineasta e escritora, vive e trabalha em Nova York, NY. Suas obras mais famosas estão presentes nas coleções da Galeria Tate em Londres, no Museu de Arte Moderna de Nova York, no Museu de Arte de Tel Aviv e no Centro Walker de Arte em Minneapolis, entre outros lugares pelo mundo.




    Shirin Neshat

    Mulher sobre fundo branco,  com véu islâmico (hijab), segurando uma arma apontada para frente.



    Shirin Neshat

    Mulher sobre fundo branco,  com véu islâmico (hijab) e palavras escritas em seu rosto. Ela está  ao centro da fotografia e segura, entre os olhos, uma arma, posicionada verticalmente.


    Shirin Neshat

    Várias mulheres com vestimentas que cobrem todo o seu corpo (burca), puxam uma balsa em direção ao mar.



    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.


    Links, Referências e Créditos


    https://nmwa.org/art/artists/shirin-neshat/


    https://www.wikiart.org/pt/shirin-neshat/all-works#!#filterName:all-paintings-chronologically,resultType:masonry


    https://pt.wikipedia.org/wiki/Shirin_Neshat



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  • A mesa da cozinha

    A mesa da cozinha

    Fotografia de Carrie Mae Weems explora ancestralidade e feminilidade

    Como se tornar uma mulher? É difícil dizer em que momento da vida nós mulheres passamos a nos reconhecer como tais. A fotografia de Carrie Mae Weems tenta explorar essas questões ao trazer uma figura influente para muitas – a mãe – como fator chave para essa transformação.
    Carrie Mae Weems

     

    Descrição: mãe e filha sentadas sobre a mesa, a primeira no centro da imagem e a segunda a direita, as duas passam batom enquanto se olham no espelho
    A série A Mesa de Cozinha (The Kitchen Table) foi lançada em 1990. Composta de vinte fotografias e diversos textos, Carrie Mae Weems explorou a experiência e a vida da mulher preta através de cenas performadas na mesa da cozinha. Atuou em todas elas, enquanto outros personagens de sua vida – marido, filha, amigos e amigas – a rodeiam em diversas fotografias.
    A luminária aparenta ser a única fonte de luz na imagem, sendo responsável por clarear e revelar todas essas cenas. Em um jogo de luz e sombra, tudo aquilo que está iluminado nos dá a sensação de revelação, fazendo com que a imagem não seja apenas um olhar para o cotidiano de uma família, mas para a intimidade, os segredos e os sentimentos dessas figuras.
    A fotografia acima tem a mãe – que é interpretada pela própria autora da imagem – e sua filha como os personagens principais. Elas não se olham, pelo contrário, os olhos ficam presos em suas imagens refletidas pelos espelhos postos à mesa. Isso não faz com que elas não estejam cientes da presença uma da outra, já que seus movimentos, por serem idênticos, insinuam que elas repetem  essa mesma ação já a um tempo, ou que uma se espelha na outra. A forma como as duas passam batom com a mão direita e repousam a esquerda sobre a mesa, o jeito que se inclinam e abrem a boca, e, até mesmo, a maneira em que os espelhos são  predispostos, tudo isso revela um saber inconsciente, quase como um ensaio bem coreografado do que o outro está fazendo.
    Quando eu era pequena costumava brincar com os saltos altos de minha mãe. Ela, que saia de casa para o trabalho de manhã e só voltava tarde da noite, era uma figura um tanto quanto misteriosa, mas ao mesmo tempo charmosa. O salto alto que usava todos os dias não era apenas um símbolo de beleza, mas também de futuro desejável. Enquanto aqueles sapatos não me serviam, ainda não havia atingido aquele ideal imaginário que eu mesmo havia criado. Porém, apenas usá-los, enquanto via meu reflexo no espelho, já era uma forma de sanar a ansiedade de “ser mulher”. Aquela brincadeira era sobre uma feminilidade que eu desejava alcançar, era o que eu entendia como belo e  valioso.
    Me peguei a pensar sobre quem está refletindo quem. Faz sentido pensar que a mãe, sendo a figura mais velha, com mais experiência de vida, acaba por influenciar a filha que, assim como eu fazia, repete cada pequeno gesto, mesmo que inconscientemente. Assim, a mãe seria o reflexo do anseio da filha, do que é belo e do que significa ser adulto. Porém, da mesma forma, e, talvez, na mesma medida, a filha é o reflexo/representação do que a mãe era com a avó, da juventude que também teve um ímpeto de crescer e agora regressa ao papel.
    Ao olhar para o espelho, a mulher e a menina não veem apenas suas auto imagens, algo mais precioso está sobreposto no ato de se maquiar.  Existe também uma ancestralidade, um passar de conhecimento  de geração a geração, uma naturalidade de repetições de conceitos da experiência de vida. Para Carrie Mae Weems e sua filha, além do compartilhamento desses atravessamentos, é também o reflexo da vivência preta, de um lugar seguro,  onde mãe e filha podem encontrar em si o que significa ser feminino.
    #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

    Como citar esta postagem

    LISBOA, Eliade. A mesa da cozinha. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/a-mesa-da-cozinha//>. Publicado em: 19 de jan. de 2022. Acessado em: [informar data].

  • Consuelo Kanaga: retratos da beleza negra

    Série de fotografias mostram a busca por um olhar delicado e carinhoso sobre a vivência preta 

    Apesar do trabalho modesto, Consuelo Kanaga conseguiu se destacar no mundo da fotografia. Com um forte enfoque sobre lutas sociais, a fotógrafa americana passou parte de sua carreira dando sua atenção para a experiência negra. Dentre suas fotografias, os retratos são aqueles que mais se destacam, por carregar uma singelidade e atenção ao representar o mundano. 

    Consuelo Kanaga

    Descrição: retrato de uma criança com os cabelos presos, uma blusa de manga comprida, segurando uma flor enquanto a cheira, com uma expressão de felicidade
    Consuelo Kanaga foi uma fotógrafa americana, nascida em 25 de maio de 1894, em Astoria, cidade de Oregon. Trabalhou entre 1915 e 1922 como escritora e repórter para o San Francisco Chronicle, um jornal localizado na Califórnia, estado onde cresceu. Durante esse período, se juntou ao California Camera Club e lá conheceu o trabalho de Alfred Stieglitz, fotógrafo que se tornou sua inspiração. 
    Em 1922, depois de se mudar para Nova Iorque, passou a trabalhar como fotojornalista para o New York American. Fez publicações de fotografia para a New Masses, Labor Defender e Sunday Worker, todos veículos que falavam sobre política numa perspectiva da esquerda. A partir daí, seu trabalho começou a ser focado na vivência negra, fotografando pessoas e seus cotidianos em uma série de retratos.  
    Consuelo Kanaga

    Descrição: retrato de jovem mulher com o rosto apoiado sobre a parede, lábios cerrados em uma expressão séria

    Consuelo Kanaga

    Descrição: retrato de mãe e filho, a mãe com a cabeça inclinada para baixo com uma expressão séria, o filho, localizado mais a baixo da imagem, a olha com uma expressão pensativa

    Consuelo Kanaga

    Descrição: retrato de garota de frente, com o rosto virado para o lado e uma expressão pensativa

    Consuelo Kanaga
    Descrição: fotografia de garota virada de lado, com os braços cruzados e  com uma expressão séria 
    Consuelo Kanaga

    Descrição: fotografia de uma mãe segurando a filha no colo enquanto sorri e a menina olha para o alto

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

    Links, Referências e Créditos

  • O Cultura Fotográfica

    O Cultura Fotográfica

    O Cultura Fotográfica é um desdobramento de um projeto pessoal que iniciei em 2016. Na época, eu cursava o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (PPGCOM) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e atuava profissionalmente como fotógrafo, produtor cultural e professor autônomo. Por isso, decidi criar um blog, inicialmente chamado de Estudos Fotográficos, para divulgar meus serviços no campo da fotografia a partir da publicação de conteúdo crítico, formativo e informativo.
    Infelizmente,  em fevereiro de 2017, a produção de conteúdo para este blog foi temporariamente interrompida em razão de minha dificuldade em conciliá-la com a atuação como professor substituto no Departamento de Jornalismo (DEJOR) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), iniciada em outubro de 2016, e a redação da tese “Caminhar Imagens: Visualidades de São Paulo”, defendida em maio de 2018.
    Somente em julho de 2019, já como professor adjunto da UFOP, retomei o trabalho com o blog. Não mais como um projeto pessoal, mas como um projeto de extensão, agora chamado Cultura Fotográfica. Não mais como produtor de conteúdo, mas como orientador de um grupo de estudantes extensionistas. Não mais para divulgar meus serviços, mas para oferecer uma contribuição, ainda que pequena, para a formação destes estudantes e para a desenvolvimento da cadeia produtiva da fotografia.

    O Cultura Fotográfica

    O contínuo e acelerado desenvolvimento das tecnologias digitais de comunicação e informação promoveu a incorporação da imagem fotográfica a diversos domínios da vida social, desde conversas pessoais em aplicativos de mensagens até o desempenho de atividades profissionais. Nessa perspectiva, chamamos de cultura fotográfica a rede de práticas socioculturais que se organiza em torno da produção, da circulação e do consumo de imagens fotográficas.
    Apesar dessa integração da imagem fotográfica a diversos campos da vida cotidiana, observamos a ausência de um debate amplo e qualificado a respeito destas práticas fotográficas e de seus referenciais históricos. De maneira geral, a crítica cultural acerca da fotografia tem oscilado entre a superficialidade de resenhas publicadas nos meios de comunicação de massa e a profundidade de artigos publicados nas revistas acadêmicas especializadas.
    Sendo assim, por meio do Cultura Fotográfica temos o objetivo de ocupar esta lacuna entre o jornalismo e a academia mediante o desenvolvimento de um programa articulado de atividades de formação continuada, de publicação de conteúdo crítico, formativo e informativo sobre fotografia e de divulgação das ações científicas e culturais empreendidas pelos diversos atores que compõem a cadeia produtiva da fotografia.

    Revelar e fixar

    Reveladores e fixadores são as principais soluções químicas utilizadas no processamento de fotografias analógicas. Deles depende, quase que exclusivamente, a qualidade e a duração da cópia e do negativo. Às soluções reveladoras cabe converter a imagem latente em imagem visível e às fixadoras estabilizá-las. Tal como essas soluções químicas, nós, por meio do desenvolvimento do Cultura Fotográfica pretendemos produzir e difundir conhecimentos sobre aspectos do campo da fotografia que são desconhecidos pela maioria das pessoas.
    Em junho de 2021, nós encerramos um primeiro ciclo de trabalho. Neste período, iniciado 2 anos antes, em julho de 2019, nós consolidamos e ampliamos nossas atividades.  Transformamos o blog na principal mídia de nossa plataforma de produção, distribuição e consumo de conteúdo fotográfico e sobre fotografia, composta também por um perfil do Instagram e uma newsletter mensal, publicamos conteúdos de colaboradores externos, estruturamos um percurso de aprendizagem autodirigida em fotografia, inauguramos um serviço de divulgação científica e cultural e abrimos nosso grupo de estudos para a participação de tod_s _s interessad_s.
    Em julho de 2021, nós iniciamos uma nova etapa de trabalho. Formalmente, deixamos de ser um projeto isolado de extensão universitária para nos tornarmos um programa de extensão composto por quatro projetos vinculados e que em concordância com os Planos Nacionais de Cultura (PNC) e de Educação (PNE), busca, no interior do campo da fotografia, contribuir para o mapeamento de ações científicas e culturais, o aperfeiçoamento profissional de professores da educação básica e de agentes do setor artístico e cultural, a pesquisa científica em arte e cultura, a valorização de grupos artísticos e culturais, a formação de público para arte e cultura, o acesso de pessoas com deficiência a bens culturais e a promoção da comunicação com um aspecto que diz respeito à arte e a cultura.
    Queremos consolidar o Cultura Fotográfica como um espaço de diálogo aberto à diversidade de pensamentos acerca da fotografia. Acreditamos que, reconhecendo o trabalho de todas as pessoas envolvidas no processo de produção e consumo de cultura, é possível promover a construção coletiva de novos saberes e de novas formas de comunicá-los. Por isso, nos colocamos a disposição de todos os atores que compõem a cadeia produtiva da fotografia para apoiá-los no desenvolvimento de seus projetos e lhes pedimos que colaborem conosco, participando das ações que realizamos.
    O que você nos diz?
  • Tesão no forró

    Tesão no forró

    A fotografia de Nair Benedicto que pode te dar vontade de dançar ao som do forró

    A fotografia intitulada “Tesão no forró” me transmite tranquilidade, entrega intensa ao momento retratado e uma sensualidade evidente. Na imagem, percebemos, em um primeiro plano, um homem e uma mulher abraçados, possivelmente dançando ao som inebriante do forró.

    A fotografia mostra um local com várias pessoas. No centro, vemos um casal dançando agarradinho. Ele, vestido com uma camisa xadrez e um colete, segura a parceira pela cintura enquanto beija seu pescoço. Ela, trajada com uma blusa ou um vestido sem mangas, abraça e coloca seus braços nas costas dele.
    Nair Benedicto

    O casal está dançando agarradinho. Ele, vestido com uma camisa xadrez e um colete, segura a parceira pela cintura. Ela, trajada com uma blusa ou vestido sem mangas e um lenço estampado na cabeça, abraça o moço e coloca seus braços nas costas dele. O homem beija com sensualidade o pescoço da companheira e parece que ela, com os olhos fechados, se delicia com essa atitude afetuosa.

    Essa fotografia me remete diretamente aos alegres momentos em que eu dançava com o meu companheiro. A tranquilidade e a entrega completa de um ao outro é uma belíssima síntese desses momentos de confiança e conforto que compartilhei com o meu parceiro. Espero que todos e todas sintam esse sentimento de cumplicidade, serenidade e sensualidade.

    Nair Benedicto, responsável pelo registro, explica que, em meados do ano de 1980, estava fazendo um trabalho independente sobre segregação e discriminação contra os nordestinos e as nordestinas que viviam em São Paulo. Em decorrência disso, a curiosidade em saber e em ver como essas pessoas se divertiam foi despertada em Nair. Assim, através de algumas indicações, a fotógrafa descobriu que os e as migrantes iam a casas de forró, dentre as quais a mais conhecida era a do Mário Zan.

    A imagem parece que carrega, com a dança típica nordestina, resistência e pertencimento, pois a foto gera visibilidade de uma população quase sempre marginalizada.  O forró também pode ser considerado um ato revolucionário, pois os nordestinos e as nordestinas se divertem e dançam em uma São Paulo que só os enxergam como mão de obra marginalizada.

    A fotógrafa faz uso do flash devido à baixa luminosidade do local, o que faz com que a pele suada da mulher fique com um aspecto brilhante. Acho que está evidente o bem-estar e o conforto estampado no rosto e no corpo dessa mulher, com a entrega proporcionada pelo momento de afeto. Outra coisa interessante é que parece que ela não está desconfortável com a presença da câmera e nem com o que está acontecendo ao redor.

    Em oposição ao conforto desta mulher, é possível perceber um jovem no canto da fotografia que nota a presença da câmera e parece haver certo incômodo em seu semblante. O corpo dele aparenta ficar mais enrijecido, por causa do aspecto tenso de suas mãos, e o movimento se esvai de seu corpo, logo dá a impressão de que o homem está parado enquanto todos dançam. O motivo do incômodo, nós nunca saberemos.

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    Links, Referências e Créditos

     Como citar essa postagem

    HELENA, Beatriz. Tesão no forró. Cultura Fotográfica. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/tesao-no-forro/. Publicado em: 12 de jan. de 2022. Acessado em: [informar data].

  • Lola Álvarez Bravo

    Fotógrafa mexicana que retrata o cotidiano do povo mexicano

    Lola Álvarez Bravo nasceu em Jalisco, estado mexicano , no ano de 1907. Seu trabalho fotográfico ficou conhecido por retratar o cotidiano das pessoas que ali viviam, principalmente das mulheres em ambientes urbanos e rurais.

    A fotografia mostra a pintora Frida Kahlo com um vestido longo e sua imagem refletida em um espelho. Há a presença de dois cachorros perto dela. Um deles está cheirando as pernas de Frida e o outro, o chão.
    Lola Álvarez Bravo

    Em 1916, Lola  se mudou para a Cidade do México, local que foi extremamente importante para a sua formação fotográfica, além de ser o lugar onde ela se casou com o seu parceiro de profissão, Manuel Álvarez Bravo, em 1924. Reconhecida como uma figura central na fotografia mexicana, Lola iniciou sua carreira como fotógrafa em meados da década de 1930, colaborando na revista El Maestro Rural.

    Ela trabalhou em mais de um nicho fotográfico – o fotojornalismo, o retrato profissional, a fotografia comercial e a documental -, além de ter sido artista plástica. Lola retratou, por meio de imagens documentais, a vida cotidiana nas ruas das cidades mexicanas. Ela também tirou fotos de sua amiga, Frida Kahlo, na década de 1940.  Em 1951, Lola assumiu a direção de Fotografia do Instituto Nacional de Belas Artes e abriu uma galeria de arte, onde divulgou a obra de Frida Kahlo na Cidade do México, além de mostrar várias fotografias de sua autoria.

    A fotografia mostra três lances de escada que formam linhas diagonais. Em cada lance há um homem de terno, totalizando três figuras.  Além disso, podemos perceber a silhueta da fotógrafa, pois sua sombra aparece na foto.
    Lola Álvarez Bravo
    A fotografia mostra uma menina, com duas tranças no cabelo, que parece estar vestida com uma blusa ou um vestido de mangas longas e colares no pescoço. Ela também segura um cobertor estampado contra o seu corpo.
    Lola Álvarez Bravo
    A fotografia mostra a artista Frida Kahlo sentada, com os braços apoiados em suas pernas e uma de suas mãos serve de apoio para a sua cabeça. Ela está vestida com um vestido longo e com brincos nas orelhas e anéis nos dedos.
    Lola Álvarez Bravo
    A fotografia mostra uma criança, vestida com uma blusa de mangas curtas e um macacão comprido. Ela está deitada, com os olhos fechados, em uma espécie de lona que está no chão e ao redor dela está cheio de pares de sapatos.
    Lola Álvarez Bravo
    A fotografia mostra uma mulher nua. Sua pele brilha devido à iluminação, ela  está sentada e apoiada na parede. Uma de suas mãos serve de apoio para sua cabeça e seus olhos estão fechados.
    Lola Álvarez Bravo

    #galeria é uma coluna de caráter informativo. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, histórica, política ou social, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer outras postagens desta coluna? É só seguir este link.

    Links, Referências e Créditos

    Como citar essa postagem

    HELENA, Beatriz. Lola Álvarez Bravo. Cultura Fotográfica.Disponível em: https://culturafotografica.com.br/lola-alvarez-bravo/. Acessado em: [informar data].